Quadro Síntese sobre as contribuições das teorias de currículo
Por: Gabriela Ferreira • 25/7/2018 • Seminário • 1.485 Palavras (6 Páginas) • 687 Visualizações
Quadro síntese sobre as contribuições das teorias de currículo
Contribuições das teorias tradicionais para o currículo | Contribuições das teorias críticas para o currículo | Contribuições das teorias pós-críticas para o currículo | ||
Eficientismo Bobbitt e Tyler | Progressivismo Dewey | Marxistas | Subjetivismo |
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• currículo visa a preparação para a vida adulta; • reação ao currículo clássico; • visa manutenção da ordem, tecnicismo, mercado de trabalho; • teorias tradicionais são desinteressadas de buscar emancipação do sujeito, não critica o Estado, quer formar o sujeito para o mercado de trabalho; • questões técnicas são mais importantes do que pensar em como ensinar; • concepção da administração científica de Taylor; • racionalização dos resultados educacionais tendo o modelo fabril como pano de fundo; • função da escola: socializar o jovem segundo os parâmetros da sociedade industrial; Bobbit: • currículo como especificação precisa de objetivos; • modelo institucional dessa concepção é o currículo fabril; • currículo consiste em um conjunto de tarefas que crianças e jovens devem experimentar e fazer com o intuito de desenvolver habilidades que os capacitem a decidir assuntos na vida adulta economicamente ativas; • escola = fábrica; • alunos = matéria-prima, produto; • professor = operacional; • supervisor = superientendente. Tyler: • teoria curricular centrada na formulação de objetivos; • articula abordagens técnicas, como as eficientistas, com o pensamento progressivista; • caracteriza o processo avaliativo por meio da amostragem; • há um vínculo estreito entre currículo e avaliação; • a eficiência da implementação dos currículos é inferida pela avaliação dos rendimentos dos alunos; • visa gerar experiências educativas; • o modelo linear e administrativo deve seguir 4 etapas: 1 - definição dos objetivos de ensino; (Currículo) 2 - seleção e criação de experiências de aprendizagem apropriadas; (Ensino) 3 - organização dessas experiências de modo a garantir maior eficiência ao processo de ensino; (Metodologia) 4 - avaliação do currículo. (Avaliação) • Paradigmas de Tyler: são fontes para a elaboração do currículo: 1 - alunos (necessário ver os déficits do aluno, falhas, necessidades para alcançar o padrão dentro da teoria do desenvolvimento); 2 - a vida fora da escola (conhecimento necessário para desenvolver determinadas profissões); 3 - conhecimento acumulado (passar do simples ao complexo); • a partir dos paradigmas, elaborar os objetivos educacionais: 1 - selecionar as experiências de aprendizagem; 2 - organizar experiências de forma eficiente; 3 - avaliação: verificar se os objetivos foram alcançados e identificar déficits para reorganizar o processo. | • currículo voltado para a vida da criança; • educação se caracteriza como um meio de diminuir as desigualdades sociais; •vertentes progressivista: mecanismos de controle social menos coercivo; • para alguns autores, a distribuição desigual de poder na sociedade não é um fenômeno natural, mas é uma construção social passível de mudança; • educação é um instrumento para formar indivíduos capazes de atuar nessas mudanças; Dewey: • foco central do currículo: resolução das experiências individuais, experiência direta da criança; • a criança aprende a pensar tendo experiências; • a aprendizagem é um processo contínuo, e não uma preparação para a vida adulta; • aprendizagem é um processo contínuo; • é necessário o pensamento reflexivo para as experiências educativas; • ambiente escolar deve ser organizado de modo que a criança se depare com uma série de problemas presentes na sociedade, criando oportunidades para ela agir de forma democrática e cooperativa; • 5 passos para o funcionamento do raciocínio dedutivo: 1- tomada de conhecimento do problema; 2 - análise dos elementos e coleta de informações; 3 - sugestões para a solução dos problemas (hipóteses); 4 - desenvolvimento e experimentação das sugestões apresentadas; 5 - recusa ou aceitação das soluções. | • currículo expressa as relações de poder entre as classes sociais; • critica as abordagens técnicas do currículo; • busca a emancipação do sujeito; • poder centrado nas relações de classe; • nenhuma teoria é neutra, todas estão inevitavelmente implicadas em relações de poder; • preocupam-se com as conexões entre saber, identidade e poder; • desloca a ênfase dos conceitos pedagógicos de ensino e aprendizagem para os conceitos de ideologia e poder; • pergunta-se na elaboração curricular: "o que se ensina" e "por que se ensina?"; • educação prepara os sujeitos de cada classe social para assumir os papéis que lhes são destinados pelo sistema capitalista; Althusser: • a escola é uma forma utilizada pelo capitalismo para manter sua ideologia; • através do currículo, a ideologia dominante transmite seus princípios, por meio das disciplinas e conteúdos que reproduzem seus interesses; • escola como um aparelho ideológico; • escola tem um duplo caráter de atuação na manutenção da estrutura social: 1 – diretamente, ela atua como um elemento auxiliar do modo de produção, como formadora de mão de obra; 2 – indiretamente, contribui para difundir diferenciadamente a ideologia, que funciona como mecanismo de atração das diferentes classes; • escola tem a função reprodutora, não é um espaço que garante oportunidades para todos. Michel Young: • diferenciação social é produzida e reproduzida por intermédio do currículo; • escola contribui para a legitimação de determinados conhecimentos, e mais especificadamente, dos grupos que a detêm; • currículo forma o conhecimento, pois seleciona o que é objeto da escolarização; • rejeita perspectivas excessivamente deterministas; • na sociedade capitalista, as propriedades econômicas e o capital cultural são distribuídos de forma desigual; • escola contribui na manutenção do controle social, pois ajuda a manter a desigualdade da distribuição do capital cultural; • currículo (re)cria a hegemonia ideológica de determinados grupos dentro da sociedade; • currículo oculto: é onde se escondem as relações de poder que estão na base das supostas escolhas curriculares; • teorias de resistência: denuncia o aprisionamento da consciência da classe trabalhadora que está na base do pensamento reprodutivista e da categoria de hegemonia e ideologia; • resistência possibilita ao indivíduo mudar a história inviabilizada pelas teorias da reprodução; Michael Apple: • a seleção que constitui o currículo é o resultado de um processo que reflete os interesses particulares das classes e dos grupos dominantes; • critica a função da escola como simples transmissora de conhecimentos determinados por interesses dominantes; • a questão não é apenas qual conhecimento é verdadeiro, mas qual é considerado verdadeiro e quem o considera verdadeiro; • a escola, além de transmitir conhecimento, deve ser também produtora de conhecimento. Bourdieu e Passeron: • a reprodução social ocorre por meio da cultura, na reprodução cultural; • a reprodução cultural atua como educação excludente; • pela transmissão da cultura dominante, fica garantida a sua hegemonia; • cultura dominante é vista como cultura de valor, com os seus valores, os seus gostos; • a cultura não é vista como uma soma das diversidades herdadas, e sim, como um ponto de divergência e distanciamento entre as classes dominante e dominada; • abordagem centrada na importância dos processos culturais na perpetuação das relações de classe; •ação pedagógica é uma violência simbólica que busca produzir uma formação durável (habitus) com efeito de imposição ou reprodução; • escola opera com códigos de transmissão cultural familiar apenas às classes médias, dificultando a escolarização de crianças das classes populares. | • currículo aberto às experiências do sujeito; • currículo para além do saber socialmente prescrito a ser dominado pelo estudante, com atividades capazes de permitir ao aluno compreender seu próprio mundo da vida; Paulo Freire • currículo focado na compreensão do mundo da vida dos alunos; • educação é bancária e antidialógica; • propõe pedagogia baseada no diálogo, educação que se contrapõe à reprodução, uma educação como interação entre os sujeitos; • o mundo da vida dos sujeitos deve ser levado em conta na elaboração curricular; • escola deve se constituir como espaço de formação de sujeitos autônomos e críticos, pautada no diálogo, na relação entre professores e alunos. Henry Giroux: • compreende o currículo por meio dos conceitos de emancipação e libertação; • por meio do currículo e na escola que os alunos devem exercer práticas democráticas; • educador como “intelectual transformador”; • O currículo é um local onde ativamente se produzem e se criam significados sociais; • a escola deve ser um espaço público democratizado, onde a “voz” dos sujeitos é ouvida com o propósito maior da valorização da cultura popular. | • oriundas das posições críticas, mas que se inserem no debate de questões como: raça, etnia e gênero: o foco é a questão cultural; • currículo multiculturalista: destaca a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo; • multiculturalismo mostra que nenhuma cultura pode ser julgada superior a outra; • critica a desvalorização do desenvolvimento cultural e histórico de alguns grupos étnicos e os conceitos da modernidade, como razão e ciência; • O currículo deve ser visto como um complemento, como uma forma de aprofundamento e ampliação às teorias críticas; • traz a questão das minorias, dos direitos humanos para dentro do currículo; • por meio do vínculo entre conhecimento, identidade e poder, os temas de raça e etnia passam a aparecer no currículo; • valoriza-se a diferença e o multiculturalismo e não “uma hierarquia entre as culturas”; • multiculturalismo tenta minimizar conflitos e desigualdades sociais; • traz a diversidade para o currículo. • pergunta-se na elaboração do currículo: "para quem se ensina?" • o currículo está envolvido nos processos de formação pelos quais nós nos tornamos o que somos; • o currículo é uma questão de identidade e poder; • nenhuma teoria é neutra, científica ou desinteressada, implicam relações de poder e demonstram a preocupação com as conexões entre saber, identidade e poder; • currículo multiculturalista: movimento contra o currículo que privilegia a cultura do grupo social dominante; • questionam não apenas as desigualdades de classes sociais; • currículo não pode se tornar multicultural apenas incluindo informações sobre outras culturas, é necessário considerar as diferenças étnicas e raciais como uma questão histórica e política. |
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