Quebra De Dormência E Germinação De Sementes De Palmeira-Real-Australiana (Archontophoenix Cunninghamiana H. Wendl. &Drude)
Artigo: Quebra De Dormência E Germinação De Sementes De Palmeira-Real-Australiana (Archontophoenix Cunninghamiana H. Wendl. &Drude). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cassiohc • 11/6/2014 • 1.331 Palavras (6 Páginas) • 2.127 Visualizações
Quebra de Dormência e Germinação de Sementes de Palmeira-Real-Australiana (Archontophoenix cunninghamiana H. Wendl. &Drude)
Zanella, Alexandre1; Zanatta, Deoner2; Crestani, Cássio3; Mantovani, Nilton4
1 INTRODUÇÃO
A palmeira-real australiana (Archontophoenix cunninghamiana) é uma espécie da família Arecaceae muito utilizada no paisagismo mundial devido ao seu porte elegante, beleza das folhas e por produzir frutos atrativos à avifauna. Segundo Lorenzi et al. (2004), a palmeira-real australiana apresenta estipe geralmente único, que alcança de 15 a 20 m de altura e até 20 cm de diâmetro. As folhas são pinadas, longas, com ráquis curvada e folíolos lanceolados. O palmito é longo e visível, recoberto pelas bainhas foliares, de cor verde clara, os frutos são drupas esféricas e vermelhas. Segundo Maeda et al. (1987), a propagação desta espécie é feita exclusivamente por sementes. As mesmas apresentam alto potencial de germinação e, as mudas, além de resistência às principais doenças que ocorrem em viveiro, também mostram rápido crescimento.
Além de ornamental, pesquisas mostraram que esta espécie possui elevado potencial para produção de palmito quando comparado a Euterpe oleracea (açaizeiro) que, até 1998, era responsável por mais de 80% do palmito comercializado no mercado internacional (BOVI, 1998). Tal atividade vem-se expandindo rapidamente pela região Centro-Sul do país devido, principalmente, às suas características de precocidade, rusticidade e qualidade do palmito.
Há carência de estudos com palmeiras em todas as áreas do conhecimento, provavelmente devido às dificuldades logísticas existentes por serem plantas perenes, de ciclo longo e grande altura (MARTINS et al., 2000). Dessa forma, informações sobre a
1 Apresentador, Acadêmico do curso de Engenharia Florestal, UFSM/CESNORS,Frederico Westphalen (RS). E-mail: ale_zanella@hotmail.com
2 Co-autor, Acadêmico do curso de Engenharia Florestal, UFSM/CESNORS,Frederico Westphalen (RS). E-mail: birozanatta@hotmail.com
3 Co-autor, Acadêmico do curso de Engenharia Florestal, UFSM/CESNORS,Frederico Westphalen (RS). E-mail: cassiocrestani@hotmail.com
4 Orientador, Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Engenharia Florestal, UFSM/CESNORS. E-mail: mantovani.nilton@gmail.com
germinação de sementes são necessárias para o aprimoramento de tecnologias para produção de mudas desta palmeira.
1.2 Objetivo
Devido à importância econômica da espécie para o paisagismo e indústria alimentícia e a existência de poucos estudos na literatura sobre seu desenvolvimento inicial, o objetivo deste trabalho foi estudar a influência de diferentes métodos de quebra de dormência na germinação de sementes, bem como, a sobrevivência e morfologia das plântulas de Archontophoenix cunninghamiana.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no viveiro florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Centro de Educação Superior Norte do Rio Grande do Sul (CESNORS), localizado no município de Frederico Westphalen (RS). O clima da região é do tipo Subtropical Úmido (Cfa), as temperaturas médias anuais variam de 14 a 20°C e com temperaturas médias do mês mais frio variando de 10 a 15°C.
Inicialmente coletaram-se frutos maduros, provenientes de um indivíduo de A.cunninghamiana com 8 anos de idade na cidade de Frederico Westphalen (RS). Os frutos ficaram submersos em um recipiente com água por 48 h com a finalidade facilitar o seu despolpamento. Após a retirada da polpa, efetivou-se o plantio das sementes em tubetes de polietileno (120 cm³), contendo substrato comercial para espécies arbóreas e latossolo vermelho (1:1).
Foram testados cinco tratamentos descritos a seguir:
T1 – Testemunha em casa de vegetação sem escarificação; T2- Escarificação mecânica (alicate), força aplicada nas sementes até “trincar” o endocarpo; T3- Escarificação mecânica (lixa n° 100) no lado oposto ao embrião, até aparecer o endocarpo; T4- Escarificação mecânica (lixa n° 100) no lado do embrião, até aparecer o endocarpo; T5- Água quente 90°C (5min) e T6- Testemunha sob tela de sombreamento de cor preta (70%) sem escarificação. Cada tratamento foi constituído de 4 repetições com 24 sementes cada, totalizando 96 sementes por tratamento. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso (DBC). Foram feitas avaliações quinzenais após a constatação da primeira emergência foliar.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Houve efeito significativo dos métodos de quebra de dormência na germinação das sementes de palmeira real, cujos melhores resultados foram obtidos no tratamento T6 - Testemunha sob tela de sombreamento sem escarificação (tabela 1). Com esse tratamento obteve-se frequência de germinação de 82,3 %. A água quente promoveu a menor porcentagem de sementes germinadas (0%).
Tabela 1 - Porcentagem de germinação de sementes de A. cunninghamiana submetidas a diferentes tratamentos de quebra de dormência.
Tratamentos
Germinação¹ (%)
T1
58,33 b
T2
11,46 d
T3
48 c
T4
45 c
T5
0 e
T6
82,3 a
CV (%)
3,53
As médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
¹Dados transformados em arcsen (x/100)¹/²
A cobertura dos recipientes com tela de sombreamento pode ter favorecido a germinação por promover o sombreamento e maior estabilidade térmica nas sementes. Segundo Aguiar (2011), o recipiente usado para a germinação das sementes deve ser coberto com um plástico para gerar sombra e fazer com que a temperatura se mantenha entre 25 e 30 °C
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