Resenha - Capitalismo, Socialismo e Democracia Schumpeter
Por: Alison Ioshiga Pavani • 30/11/2016 • Resenha • 504 Palavras (3 Páginas) • 3.418 Visualizações
Resenha - Capitalismo, Socialismo e Democracia
Schumpeter critica a teoria clássica da democracia. Segundo o mesmo, o método democrático clássico é baseado em um conglomerado institucional no qual as tomadas políticas devem ser executadas pelas pessoas por meio das eleições. Os eleitos desempenham a função de representantes do povo e devem agir em prol do bem comum.
Ainda sobre a teoria democrática clássica - é afirmado a existência do bem comum, no qual qualquer indivíduo possui a capacidade de observar que há um interesse comum a todos dentro de uma sociedade por meio de argumentos racionais. Este fato implica respostas predefinidas a todas as perguntas: conjunto de interesses, bem estar ou felicidade comum.
Schumpeter ataca a teoria descrita acima dizendo que não existe, por meio de argumentos racionais, algo que seja um bem comum a todos de maneira geral, pois os valores são divergentes entre a população. Além disso, diz que essa vontade geral é artificial, pois foi fabricada pelo homem.
Ao avaliar o comportamento humano, Schumpeter revela que frente uma aglomeração populacional, há um desaparecimento súbito de atitudes civilizadas (modo de pensar e sentir os impulsos primitivos, infantilismo e propensões criminosas) e das restrições morais.
Essa constatação nos possibilita reconhecer os fatos repulsivos aos quais todos estamos condicionados mas que ninguém deseja enxergar.
Portanto, a aglomeração física de um grande número de pessoas acaba por diminuir o senso de responsabilidade e atinge o nível mais baixo do consciente, criando uma maior sensibilidade às influências não-lógicas (irracionais).
Como exemplo desta permeabilidade e influenciabilidade da natureza humana, é possível citar as propagandas. E o mesmo ocorre diariamente, em alta escala, nas decisões que necessitamos tomar.
Este senso de responsabilidade reduzido serve como base para explicar a ignorância do cidadão comum e sua falta de discernimento em questões políticas. Esta falta de preocupação em obter e absorver informações políticas, com o objetivo de criar uma linha de raciocínio própria sobre o assunto, ocorre independente do grau de instrução.
Com isso, este mesmo cidadão comum permanece com um desempenho mental de baixo nível e o demonstra por meio de pensamentos infantis (associativo e afetivo).
A ausência de senso crítico racional se torna mais evidente quando o elemento lógico nos processos mentais da massa for fraco. Segundo Schumpeter, a vontade do povo é o produto e não o motor do processo político.
Ainda argumenta dizendo que a religião é o desencadeador da resistência da doutrina clássica e é uma das grandes razões para sua sobrevivência.
Schumpeter desenvolveu uma nova teoria sobre a democracia, no qual fundamenta-se na competição pela liderança.
Suas diferenças basicamente são:
A teoria clássica defende que a população é detentora de uma linha de raciocínio definida e racional sobre as questões políticas e que seus representantes lutam e zelam pelo bem estar comum.
Já na teoria da competição pela liderança política de Schumpeter, o povo tem o papel de produzir um governo ou executivo nacional por meio de um corpo intermediário.
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