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Referencial Teorico

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Por:   •  17/7/2014  •  1.834 Palavras (8 Páginas)  •  824 Visualizações

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Atualmente, a alta incidência das doenças sexualmente transmissíveis tem se tornado grande problema de saúde pública. (SANTOS E ANJOS, 2009). Onde a notificação compulsória da doença tem como objetivo obter dados suficientes para que se possa ter uma análise que leve a intervenção para reduzir suas consequências. ( 2012 apud MIRANDA E SARACENI, 2014)....

A sífilis é uma doença infecto contagiosa sistêmica e de evolução crônica, sujeita a surtos de agudez e períodos de latência. Quando não tratada acarreta em vários problemas que podem compreender distúrbios dermatológicos, neurológicos, ósseos e cardiovasculares. O agente etiológico, o Treponema pallidum, é uma espiroqueta de transmissão predominantemente sexual, mas existe também a possibilidade da transmissão materno-fetal (vertical), pois o mesmo presente na corrente sanguínea da gestante não tratada (ou tratada inadequadamente) atravessa a barreira placentária e penetra na corrente sanguínea do feto, causando a sífilis congênita (BRASIL, 2005; KRUGMAN et al., 1994).

Para Silva e Santos (2004) sífilis é a mais grave doença sexualmente transmissível depois da AIDS, uma vez que pode acometer um núcleo familiar inteiro (pai, mãe e recém-nascido). O diagnóstico da sífilis, na ausência de manifestações clinicas, é feito por exames sorológicos. (Magalhães et al., 2011).

A transmissão vertical do T. pallidum pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna, mas sabe-se que quanto mais recente a infecção materna, maior a espiroquetemia e, consequentemente, maior a probabilidade de infecção transplacentária (KRUGMAN et al., 1994). De modo que as taxas de transmissão de SF estão também diretamente relacionadas a treponemia materna; quanto maior for o número de treponemas circulantes, maior será o risco de infecção fetal. (LORENZE E MADI, 2001, v. 23, p. 647).

Outro fator que pode determinar a probabilidade de transmissão vertical do T. pallidum é a duração da exposição do feto no útero (BRASIL, 2005).

Os sinais clínicos da sífilis congênita são divididos em manifestações precoces, que aparecem antes do 2º ano de vida, e manifestações tardias, que aparecem após o 2º ano de vida. As manifestações da sífilis congênita precoce incluem prematuridade, baixo peso ao nascer (inferior a 2.500 g), alterações mucocutâneas, hepatoesplenomegalia, linfonodos aumentados, anemia, alterações ósseas (osteocondrite, periostite, osteomielite e fraturas patológicas), meningite aguda, hidrocefalia progressiva, paralisia de nervos cranianos, lesões vasculares no cérebro, convulsões, comprometimento renal, corioretinite, glaucoma, uveíte, fotofobia, lacrimejamento excessivo, diminuição da acuidade visual e desnutrição (SÃO PAULO, 2010).

Já a criança que desenvolve a sífilis congênita tardia apresenta como característica fronte olímpica, nariz “em sela”, região maxilar curta com palato em ogiva e protuberância relativa da mandíbula, rágades periorais, alargamento esternoclavicular (sinal de Higoumenaki), tíbia em sabre, dentes de Hutchinson (incisivos superiores centrais pequenos, separados e com fenda na porção média), molares em “amora” (primeiros molares pequenos com cúspides múltiplas e mal-formadas). Além disso, pode ocorrer também ceratite intersticial (que podem levar a opacificação da córnea, inclusive evoluindo para cegueira), surdez neurológica, retardo mental, hidrocefalia, convulsões, dificuldades de aprendizado, problemas motores, dentre outras (SÃO PAULO, 2010).

Ao contrário de muitas infecções neonatais, a sífilis congênita é uma doença evitável que pode ser eliminada graças à detecção pré-natal eficaz e tratamento das mulheres grávidas infectadas (MUNDO, 2008).

No entanto, o controle da doença requer uma reflexão e reestruturação da assistência pré-natal, pois casos têm ocorrido em crianças cujas mães receberam assistência pré-natal com o número de consultas preconizado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2005; SÃO PAULO, 2005).

Segundo ARAÚJO et al. (1999), um bom pré-natal representa um baixo custo em relação aos gastos com um recém-nascido com sífilis. O diagnóstico e tratamento da sífilis materna durante a gestação evitam ou atenuam a transmissão vertical e, consequentemente, as sequelas tardias na criança, além de possibilitar o tratamento do parceiro, evitando a propagação da doença.

A Organização Mundial da Saúde (2008) ressalta que intervenções relativamente simples para cuidados com mães e recém-nascidos possibilitam uma grande redução na ocorrência da sífilis congênita. A prevenção da sífilis congênita exige uma maior conscientização em relação à amplitude e gravidade da sífilis, principalmente entre gestantes e crianças. Essa tomada de consciência deve atingir a todos os níveis dos serviços de saúde, indo desde os gestores até os prestadores de cuidados. Além disso, a comunidade deve ser informada e convencida de que a prevenção e o tratamento podem resultar em benefícios importantes para a saúde de mulheres e crianças.

O Ministério da Saúde (2006) enfatiza que a prevenção da sífilis congênita consiste em duas etapas: antes e durante a gravidez. As orientações gerais para essas duas etapas são a abordagem educativa da população e o incentivo à prática do sexo protegido.

Para o período compreendido antes da ocorrência de gestação as principais ações para a prevenção da transmissão vertical (no caso de uma possível gestação futura) são: 1) O diagnóstico precoce de sífilis em mulheres em idade reprodutiva e seu(s) parceiro(s); 2) A realização do VDRL em mulheres que manifestem intenção de engravidar nas consultas dentro das ações de saúde sexual e reprodutiva e nas consultas ginecológicas em geral; 3) O tratamento imediato dos casos diagnosticados em mulheres e seus parceiros (BRASIL, 2006).

Durante a vigência da gestação, a prevenção da sífilis congênita compreende principalmente o diagnóstico precoce de sífilis materna durante o pré-natal e o tratamento imediato dos casos diagnosticados em gestantes e seus parceiros (BRASIL, 2006).

O Ministério da Saúde (2006) preconiza que o tratamento padrão da sífilis primária é feito com Penicilina G Benzatina na dosagem de 2.400.000 UI intramuscular, sendo que deve ser aplicada a dosagem de 1.200.000 UI em cada glúteo. Para a sífilis secundária são feitas duas séries do tratamento padrão com uma semana de intervalo entre as séries (dose total de 4.800.000 UI). Já o tratamento da sífilis terciária ou indefinida é feito com três séries do tratamento padrão, também com uma semana de intervalo entre as séries (dose total de 7.200.000 UI). É fundamental que, para

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