Relação Estado Moderno E Sociedade: Uma Análise Acerca Dos Direitos Sociais No Brasil Com Foco Na Políticad E Assistência
Trabalho Universitário: Relação Estado Moderno E Sociedade: Uma Análise Acerca Dos Direitos Sociais No Brasil Com Foco Na Políticad E Assistência. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Ysanl • 28/10/2014 • 3.254 Palavras (14 Páginas) • 495 Visualizações
RELAÇÃO ESTADO MODERNO E SOCIEDADE:
uma análise acerca dos direitos sociais no Brasil com foco na política de assistência
Karoline Mendonça Rocha Barros1
Thaysa Kelly Neves de Lima2
RESUMO
Este artigo apresenta uma análise acerca dos direitos sociais no
Brasil com ênfase na Política de Assistência Social, onde destacamos
as singularidades de um País de capitalismo tardio e a forma como
esses direitos foram conquistados e assimilados pelo Estado e pela
sociedade. Torna-se, então, necessário compreender a
particularidade que envolve tal questão, tendo em vista que a
concepção e efetivação dos direitos sempre foram um campo de
discussões e investidas do capital, através do Estado Protagonista –
no momento em que ocupa a função das classes sociais no processo
de transformação da sociedade - sob a pressão da sociedade
burguesa.
Palavras-chave: Lutas sociais; Direitos Sociais no Brasil; Política de
Assistência Social.
ABSTRACT
This article presents an analysis about the social rights in Brazil with
emphasis on Social Assistance Policy which highlight the
uniqueness of a country of late capitalism and how these rights were
conquered and assimilated by the State and society. It is then
necessary to understand the peculiarity that involves such questions,
considering that the design and realization of rights have always
been a field of debate and invested capital, through the State
Protagonist – when it occupies the role of social classes in
the process of transforming society - under the pressure of bourgeois
society.
Keywords: Social struggles; State Capitalist; Social Rights in Brazil;
Social Assistance Policy.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta uma análise acerca da trajetória histórica dos direitos sociais
no Brasil, com destaque na Política de Assistência Social, apresentando a particularidade do
1 Bacharel. Universidade Federal de Alagoas – UFAL. karis_rocha@hotmail.com
2 Bacharel. Universidade Federal de Alagoas – UFAL. thaysanl@hotmail.com
caso brasileiro, já que este é um País de capitalismo tardio e nunca vivenciou o Welfare
State. Com a crise de 1929 a questão social se agrava exigindo a intervenção do Estado,
sendo assim, é a partir de 1930 que se iniciam os primeiros sinais de direitos sociais no
Brasil, período de aceleração no setor industrial do País. A história dos direitos sociais no
Brasil é marcada por avanços e retrocessos, devido os períodos de ditadura,
redemocratização, golpe militar, volta da democracia e implantação das políticas neoliberais,
tendo como marco a elaboração da Constituição Federal de 1988. A referida Constituição é
destacada como o símbolo do restabelecimento da democracia no País. É através da
Constituição de 1988 que os direitos passaram a ser determinados por lei e o conceito de
Seguridade Social, fundamentada na saúde, previdência e assistência social, adquire força
e visibilidade. A Constituição de 1988 impulsiona o surgimento da Lei Orgânica da
Assistência Social em 1993, onde a Assistência Social passa a ser reconhecida como uma
política social de cunho público e não-contributiva, uma inovação no controle social por parte
da sociedade.
2. DIREITOS SOCIAIS NO BRASIL
No Brasil os primeiros sinais de elaboração e implementação dos direitos sociais
datam o período entre 1930 e 1943, em meio aos impactos das transformações societárias,
onde o País acelerava o ritmo no processo de industrialização como salienta Silva et al.
(2007).
Nesse período de 1930, o Brasil se encontrava sob o governo de Getúlio Vargas e o
País passava por grandes mudanças no sistema econômico modificando seu modelo de
desenvolvimento agroexportador para o modelo urbano-industrial. Nesse contexto, a
questão social se agrava cada vez mais e as reivindicações não param, tornando-se
necessário que o Estado intervenha mais diretamente no que se refere às questões
econômicas e sociais, a fim de minimizar as expressões da questão social e evitar uma
revolta da classe trabalhadora.
Visando promover a modernização do País através da industrialização e ao mesmo
tempo controlar a classe trabalhadora, o governo de Getúlio Vargas passa a investir na
formulação de leis sociais de proteção a uma parcela dos trabalhadores, porém segundo
Couto (2004), essa política baseava-se na proposta de um Estado social autoritário, atuando
através de medidas de cunho regulatório e assistencialista, com fortes traços coorporativos
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