Resenha - Longo Caminho para a liberdade

Mandela: O Longo caminho para a liberdade é um filme baseado na autobiografia de Nelson Mandela (interpretado por Ibis Elba) que morreu aos 95 anos de idade, depois de lutar por direitos civis e igualdade entre negros e brancos na África do Sul em 1942, quando se juntou ao CNA (Congresso Nacional Africano). Logo no início do filme é possível perceber que Mandela não aceitava as leis impostas pelos governantes brancos (inclusive as pessoas brancas eram minoria no país) e que estaria disposto a lutar por direitos iguais. O filme traça uma linha do tempo que mostra desde a sua infância, os dois casamentos (o primeiro com Evelyn e o segundo com Winnie, que teve grande importância na luta pelos direitos dos negros) até o dia em que finalmente assumiu a presidência da África do Sul, em 1994.

Vemos, ao longo da trama, a luta pela defesa dos direitos humanos e contra o Apartheid, que era um regime de segregação dos negros que retirou todos os direitos civis e deu privilégio aos brancos, minoria no país; e a entrada de Mandela, e dos demais companheiros de luta, no CNA. A discriminação institucionalizada começou com o Partido Nacional da África do Sul ganhando as eleições em 1948. Os negros não podiam frequentar os mesmos lugares que os brancos, assim como o relacionamento entre negros e brancos estava proibido. Banheiros, bancos em ônibus, trens tudo era separado para que não houvesse o mínimo de contato. As pessoas negras andavam como uma espécie de passe, como o documento da carteira de trabalho ou a identidade, para mostrar que eram nativos. No filme várias cenas mostram esse passe e placas que diziam “apenas europeus”, para determinar os lugares de cada pessoa e impedir o contato com negros.

Os negros não tinham o direto ao voto e eram detentores de reservas de terra que não passavam de 13% da superfície total do país. Mandela não estava sozinho na luta e seus companheiros, na trama, mostram que estavam juntos independentemente da situação. Juntos conseguiram unir o povo e estabelecer uma confiança que estava perdida entre os negros. Sozinhos não eram ninguém, mas juntos sabiam que tinham o poder. Mandela foi preso em 1964, junto com os companheiros e, apesar de toda a repressão sofrida o povo continuou a lutar. Mandela passou 27 anos preso e, ao longo desse tempo, trabalhou de diversas formas, teve poucas visitas de sua esposa Winnie e de sua filha mais velha. Em 1990 teve a liberdade, tornando-se presidente na primeira eleição em que os negros votaram, em 1994. O que diferenciava Mandela dos demais companheiros de luta era a profunda reflexão que fazia sobre o que sofreu e os próximos passos que daria após ter a liberdade de volta. Nelson Mandela foi exemplo de luta e de paz e foi reconhecido com o prêmio Nobel da paz em 1993.