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Resenha do texto GOSTO E DELEITE: CONSTRUÇÃO E SENTIDO DE UM MENU ELEGANTE

Por:   •  25/5/2015  •  Resenha  •  513 Palavras (3 Páginas)  •  422 Visualizações

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“GOSTO E DELEITE: CONSTRUÇÃO E SENTIDO DE UM MENU ELEGANTE” (História: Questões & Debates, Curitiba, n. 42, p. 53-69, 2005. Editora UFPR), da Professora Doutora da PUC-PR, Maria Cecília Barreto Amorim Pilla, traz um informativo crítico que remete ao pensamento de que o menu não é simplesmente um cardápio de prestígio, mas sim um instrumento de identidade que reflete fatos sócio-psico-culturais capazes de influenciar nas preferências alimentares.

A relação entre os alimentos e as categorias sociais pode ser vislumbrada nos gostos diferenciados e nas atitudes pessoais diante da comida. Situação visualizada no Brasil nos primeiros anos do século XX até década de sessenta, através dos manuais de civilidade, da administração do lar e de livros de cozinha variados de diversos autores. Relação essa que se apresenta diante da mesa e das pessoas por meio do tripé: sabor, necessidade e força do corpo e que precisa ser mais bem estudada para alcançar o objetivo da gastronomia: ir além da saciedade.

A arte de bem comer não significa apenas sentar à mesa e “matar” a fome. A ingestão alimentar requer muito mais do que o ato de mastigar a comida, requer distinguir-se dos apetites, ultrapassar as necessidades fisiológicas e biológicas. Deve partir da escolha atrelada ao gosto e ao cheiro segundo Igor Garine. O gosto e o cheiro alimentar transcendem os laços sociais, pois está ligado ao fator sensorial no que tange à verbalização e ao compartilhamento das emoções.

Ademais, a escritora do artigo apresenta o princípio da incorporação advindo de Fischler que diz ser o ato de alimentar em dois planos: real e imaginário. Quer dizer, o real é a necessidade de saciar a fome, a quantidade necessária para extingui-la. E o imaginário é sentir o alimento e o que ele pode proporcionar, como qualidade, requinte e diferenciação. Citando ainda que o alimento absorvido modifica o ser humano desde o interior. Dessa forma, quando se prepara um menu, são vários os fatores a serem considerados: habilidades técnicas, manuais e intelectuais como por exemplo, efeito visual, vestimentas, oratória, postura, apresentação do prato, composição, seleção e preparação dos alimentos.

A Professora Doutora é excelente em citar Gilda Helena na passagem do livro: Aprenda a ser esposa e mãe, porque faz entender que uma boa alimentação inicia no lar e contempla predicativos tão importantes quanto necessários da gastronomia, são eles: a saúde e a felicidade dos envolvidos na arte de comer bem.

Mediante o exposto, verifica-se que Maria Cecília interpreta com coesão e coerência a seguinte frase: O homem é aquilo que come. Já que o homem inconscientemente gosta de comer em sua essência, tanto para sobreviver sua espécie quanto para saciar sua fome. Sendo assim, é visível até um pouco mais da metade do século XX que a civilização vem acompanhando o avanço da gastronomia. Preparar um menu não significa listar possíveis comidas e sim apresentar um alquimia de sabores que leva em consideração a diversidade cultural, a criatividade humana e a experiência única da degustação. Enfim, a qualidade do como saber viver advém do saber como fazer. Essa sabedoria é revestida de destreza e percepção da vivência social.

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