TEORIA DE CRIME E PENALIDADE EM DURHEIM: CONCEITO ESPECIAL DE CRIME
Tese: TEORIA DE CRIME E PENALIDADE EM DURHEIM: CONCEITO ESPECIAL DE CRIME. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: crisnega • 28/3/2014 • Tese • 840 Palavras (4 Páginas) • 454 Visualizações
A TEORIA DO CRIME E DA PENA EM DURKHEIM:
UMA CONCEPÇÃO PECULIAR DO DELITO
Professor Humberto Barrionuevo Fabretti
Professor da Faculdade de Direito - UPM
INTRODUÇÃO
Émile Durkheim, pensador francês, nascido em 1858 foi um
dos maiores sociólogos já existentes e, até hoje, é um dos autores
mais citados no campo da sociologia criminal e da criminologia.
Autor de várias obras, entre elas: “Estudo do Método
Sociológico”, “Divisão Social do Trabalho” e “Suicídio”, Durkheim é
reconhecido pelo empenho em dar um caráter científico à sociologia,
emancipando-a como ciência autônoma e possuidora de métodos
próprios.
Em suas diversas obras muitos temas foram pesquisados, mas
apesar dessa vastidão o presente estudo, como não poderia deixar
de ser, buscará uma análise específica, qual seja, a concepção de
crime na sociologia de Durkheim, bem como a sua conseqüência
lógica, a pena.
Entretanto, antes de tratarmos do crime e da pena, imperiosa
a contextualização de nosso pensador no tempo e no espaço e,
posteriormente, a apresentação e sucinta explicação de alguns
conceitos teóricos presentes na sociologia de Durkheim, tais como
“fatos sociais”, “sociedade”, “anomia”, “consciência coletiva”,
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“solidariedades mecânica e orgânica”, e etc, que serão de suma
importância para o desenvolvimento da pesquisa.
1- CONTEXTUALIZAÇÃO.
Antes de nos aventurarmos no pensamento de É. Durkheim é
necessário que o posicionemos historicamente, sob pena de não
entendermos o verdadeiro sentido de suas idéias.
É. Durkheim desenvolveu seus estudos no final do século XIX
e início do século XX, quando já se havia iniciado o Positivismo e
Augusto Comte já havia esboçado traços da atual sociologia.
Augusto Comte teorizou que o pensamento humano, antes do
Positivismo, já havia passado por outros dois momentos: O Teológico
e o Metafísico. O Estado Teológico era caracterizado pela crença em
divindades e espíritos, através dos quais se explica os fenômenos da
natureza. Já o Estado Metafísico era caracterizado por uma
abstração maior, com abandono das divindades e espíritos,
passando a considerar que existiam forças naturais e leis constantes
que organizavam o mundo e as sociedades. O Terceiro Estado é o
próprio Positivismo, onde busca-se uma compreensão científica do
mundo, com a observação direta dos fatos, inspirando-se na
química, física e biologia.1
É nesse contexto positivista que É. Durkheim desenvolve sua
sociologia, sempre buscando uma independência e emancipação
científica, bem como a definição de objetos e métodos próprios, que
ainda não eram visíveis no pensamento de A. Comte.
Nesse sentido aponta Cláudia Costa:
“Embora Comte seja considerado o pai da sociologia e tenha-lhe
dado esse nome, Durkheim é apontado como um de seus
1 MASCARO, Alysson Leandro. Lições de Sociologia do Direito – São Paulo: Quartier Latin, 2007. pág.70.
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primeiros grandes teóricos. Ele e seus colaboradores se
esforçaram por emancipar a sociologia das demais teorias
sobre a sociedade e constituí-la como disciplina rigorosamente
científica. Em livros e cursos, sua preocupação foi definir com
precisão objeto, o método e as aplicações dessa nova ciência”
Imbuído dos princípios positivistas, Durkheim queria definir
com rigor a sociologia como ciência, estabelecendo seus
princípios e limites e rompendo com as idéias de sendo comum
– os “achismos” – que interpretavam a realidade social de
maneira vulgar e sem critérios.”2
Esse é o necessário para adentrarmos nas idéias de Durkheim:
um pensador do final do século XIX e início do século XX, momento
histórico no qual sobre as concepções teológicas e metafísicas
predominavam
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