TRÊS SÉCULOS DE COLONIZAÇÃO
Por: MoisesDiass • 17/4/2016 • Resenha • 4.857 Palavras (20 Páginas) • 150 Visualizações
TRÊS SÉCULOS DE COLONIZAÇÃO: RESENHA
Lourdes Silvânia da Silva Oliveira
NISKIER, Arnaldo. Educação Brasileira: 500 anos de História – 1500-2000 (1989, p. 40- 72)
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta uma resenha da história da evolução do ensino na educação brasileira, capítulo 2, com o título Três séculos de colonização; do livro Educação Brasileira: 500 anos de história (1.500-2000), p. 36 - 72; autor: Arnaldo Niskier.
O objetivo desta resenha é contribuir para a compreensão do processo de evolução da educação brasileira. A justificativa que motivou este trabalho se baseia na hipótese de que o estado atual da educação está intrinsecamente relacionado com a história da educação desde o seu início, período da colonização. Portanto, a fim de melhor entender a organização e a gestão educação nos dias atuais utilizou-se como metodologia elaborar a resenha descritiva do capítulo “Três séculos de colonização”.
TRÊS SÉCULOS DE COLONIZAÇÃO: OS JESUÍTAS COMO EDUCADORES
Conforme apresentado por Niskier (1989), a educação era feita pelos jesuítas, que foram os primeiros a abrirem aulas no mundo descoberto por Cabral. Portanto, eles foram os primeiros professores do Brasil. Eles instituíram aulas, onde ensinavam os elementos da instrução e entregavam-se com todo o zelo à educação da mocidade. Ministravam aulas gratuitamente nas colônias formadas pelos portugueses, as quais eram: Gramática Latina, Filosofia, Teologia e Moral; sendo as primeiras Letras e Matemática.
No colégio de Piratininga, hoje São Paulo, ostentou-se todo o zelo e manifesto da dedicação cristã. As lições eram escritas nos cadernos e devido à falta de matérias escolares pelos alunos eles tinham que corrigir e copiar as atividades. Eram dessa forma que aprendiam os jovens e os filhos dos colonos, as Línguas: Portuguesa, Espanhola, Latina, brasílica ou Tupi Guarani, que eram fundamentais, para com o tratamento dos indígenas. Para ensinarem a Língua Tupi, considerada entre eles como “língua indígena de grega” (p. 37), os jesuítas precisaram abrir escolas.
Para derramar na alma as virtudes da fé e da caridade, eles compunham romances, hinos sagrados que eram repetidos pelos meninos indígenas e de ambos os sexos e, assim, desenvolviam neles o amor pela religião e a inclinação para a música. Dizia o Padre Manuel da Nóbrega que as músicas eram boas para com os alunos e o teatro também. Com esta prática, segundo Niskier (1989), os jesuítas conseguiram muito, pois “bem conheciam a utilidade do meio que empregavam” (p. 37).
2.1 A selva e a escola
Apesar da sugestão de Caminha, no sentido de salvar esta gente e tal deve ser a primeira semente e a que Portugal demorou cuidar dessas terras, foi preciso às expedições exploradoras fazerem as limitações geográficas e com isso estabelecerem feitorias de natureza comercial para o armazenamento do Pau-Brasil, que eram embarcados para o reino de Portugal. As feitorias também eram feitas para protegerem dos ataques dos Índios e Estrangeiros.
As expedições exploradoras limitavam-se a fazer um levantamento geográfico litorâneo, sem nenhum interesse nos hábitos e costumes dos índios que aqui viviam.
A fundação da vila São Vicente, fundada por Martim Afonso de Souza, deu inicio a colonização portuguesa no Brasil. E também as Capitanias Hereditárias já aplicadas em algumas ilhas de Fernando de Noronha. Fizeram com que os senhores feudais tivessem direitos as terras e aqueles que vinham para o Brasil vinham apenas para tentar a sorte, juntando bens que lhes proporcionassem um feliz regresso a terra de origem. (p.41).
Tomé de Sousa desembarcou no Brasil em 29 de março de 1549. Encontrou a colônia inteiramente despreparada em matérias tanto dos níveis gentios ou tanto dos colonos. Nessa mesma é poça em 1.500, o Rei Carlos V determinava para suas colônias da América que se pusesse escolas de língua castelhana para que os índios aprendessem. E assim em 1.551, as cidades de Lima, no Peru, e no México possuíam as primeiras universidades instaladas no continente americano!
2.2 Anos 500
O provincial, padre–mestre, manifestou sua vontade em acompanhar os religiosos na caminhada. E concedida à licença eles passaram muitas dificuldades, as quais fizeram com que fosse escolhido o padre Manuel da Nóbrega para conduzirem os jesuítas a religiosidade e para serem os primeiros historiadores educadores do Brasil. As primeiras instalações ocupadas pelos padres foram bastante modestas: As Igrejas eram simples coberta de taipa e palha. Mas com tudo isso eles não perderam tempo. Começaram a publicar artigo sobre o título falando das primeiras escolas do Brasil.
Com muitas cidades e escolas fundadas pelos jesuítas, deve ficar claro que os jesuítas em quase dois séculos no Brasil, tiveram uma contribuição para manter a integridade territorial e a religiosidade da nação jovem.
O padre Manuel da Nóbrega fizera questão de comunicar o fato ao Superior, em Portugal, padre Simão Rodrigues de Azevedo.
“O irmão Vicente Rijo ensina a doutrina aos meninos cada dia e também tem escola de ler e escrever. Parece bom modo este por trazer os índios desta terra, os quais têm grandes desejos de aprender, e, perguntados se querem, mostram grandes desejos. Já um dos Principais deles aprende a ler e toma a lição cada dia com grande cuidado e em dois dias soube o A, B, C todo, e o ensinamento a benzer, tomado tudo com grandes desejos”. (p.44).
Os padres, por sua vez, não poupavam esforços para aprender, com maior rapidez possível, a língua do “gentio”.
“Trabalhamos de saber a língua deles e nisto padre Navarro nos leva vantagem a todos. Trabalhei por tirar em sua língua as orações e algumas práticas do Nosso Senhor e não posso achar língua que o saiba dizer, são eles tão brutos que nem vocabulário têm”. (p.44).
A língua falada pelos índios compreendia o que chamamos uma variedade de dialetos, distribuídos de acordo com as regiões que habitavam num território tão extenso como é do Brasil.
Os primeiros colégios e “aulas de ensinar a ler e contar”, criados pelos jesuítas no Brasil, como exemplo na cidade de Salvador, eram mantidos com sacrifício, porque dependiam dos esforços dos religiosos, dos índios e alguns colonos prestativos que mesmo em suas terras eles plantavam e forneciam parte de seus alimentos para a escola.
Muitos autores como: Alfredo Nascimento e José Veríssimo citados (Nisker, p46) dizem “Durante anos, séculos do período colonial o Brasil viveu no rudimentar do ensino primário, com atrasadíssima empolgação, porque os jesuítas tinham a missão de catequizar os nativos.”
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