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Teorias Da Aprendizagem

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Por:   •  17/7/2014  •  2.053 Palavras (9 Páginas)  •  455 Visualizações

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Teorias da Aprendizagem

Concepções de Aprendizagem

Uma questão provoca indagações sobre as quais estudiosos têm se debruçado há mais de 2 mil anos:

- Como o ser humano aprende?

- Como criar as melhores condições possíveis para que o aprendizado ocorra?

Pensadores como Platão, Aristóteles e Jean Piaget divergem sobre a aquisição de conhecimentos.

Platão (427-347 a.C.) é o precursor do Inatismo. Defende que as pessoas nascem com saberes adormecidos que precisam ser organizados para se tornar conhecimentos verdadeiros. O professor apenas é uma ponte para acessar as informações.

"Mas o deus que vos modelou, àqueles dentre vós que eram aptos para governar, misturou-lhes ouro na sua composição, motivo por que são mais preciosos; aos auxiliares, prata; ferro e bronze aos lavradores e demais artífices."

Platão, no livro A República.

Platão teorizou sobre o mundo das ideias, para ele o homem é um ser espiritual, a vida espiritual precede e predomina sobre a vida material. Assim todo saber já existia na vida espiritual. Ao encarnar o homem traz estes conhecimentos esquecidos dentro de si e precisa apenas recobrar a consciência destes.

Inatismo é a teoria que sustenta que as pessoas naturalmente carregam certas aptidões, habilidades, conceitos, conhecimentos e qualidades em sua bagagem hereditária. Este conceito motivou a crença de que “ninguém ensina nada a ninguém”, ou seja, o estudante aprende por si e, portanto o professor deve interferir apenas para trazer o saber à consciência e organiza-lo.

Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, divergiu do seu mestre. Segundo ele, as pessoas nascem com a capacidade de aprender, porém, necessitam de experiências ao longo da vida para que se desenvolvam. A fonte de conhecimento é o mundo exterior e as informações captadas nele pelos sentidos. O professor é quem detém o saber, o aprendizado é fruto da cópia e da memorização.

"As virtudes, portanto, não são geradas em nós nem através da natureza nem contra a natureza. A natureza nos confere a capacidade de recebê-las, e essa capacidade é aprimorada e amadurecida pelo hábito."

Aristóteles, no livro Ética a Nicômaco.

Como crítica ao Inatismo, Aristóteles defende que os conhecimentos são absorvidos como resultado da prática depois que se torna hábito. Este é o conceito de Empirismo.

Sendo Aristóteles o pensador grego que mais influenciou a Igreja Católica, este seu conceito se difundiu por todo mundo cristão. Os jesuítas o aplicaram e aplicam em seus colégios até os dias de hoje e sabemos que estas instituições estão entre as mais respeitadas do mundo há vários séculos, na área da educação. Esta presente na maioria das escolas, pelo menos no hemisfério ocidental.

Enquanto Inatismo e Empirismo duelam (“O saber está no indivíduo” versus “O saber está na realidade exterior”.) surge no século 20 um caminho do meio entre as duas teorias: a perspectiva construtivista.

O Construtivismo estabelece que a capacidade de aprender é desenvolvida e construída nas ações do sujeito por meio do contato ativo com o conhecimento, que é facilitado pelo professor.

Jean Piaget

O precursor desta teoria é o epistemólogo suíço Sir Jean William Fritz Piaget (*09/08/1896 | +16/09/1980), considerado um dos mais importantes pensadores do século XX.

"Pensar não se reduz, acreditamos, em falar, classificar em categorias, nem mesmo abstrair. Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo."

Jean Piaget, no livro Problemas de Psicologia Genética.

Embora não fosse pedagogo, o cientista suíço foi um dos pensadores mais influentes da Educação. Sua atualidade e repercussão na sala de aula devem-se ao incessante trabalho em compreender como se desenvolve a inteligência humana. Seus estudos estão registrados em mais de 20 mil páginas ao longo de quatro décadas.

O Sujeito Epistêmico de Piaget

Para explicar como todos podem aprender e o desenvolvimento da inteligência, Jean Piaget reuniu saberes da Biologia, Psicologia e Filosofia no conceito de sujeito epistêmico.

Segundo Piaget, esse “sujeito” expressa aspectos presentes em todas as pessoas. Suas características conferem a todos nós a possibilidade de construir conhecimento, desde o aprendizado das primeiras letras na alfabetização até a estruturação das mais sofisticadas teorias científicas. Essas características referem-se à capacidade mental de construir relações; habilidade que permite o desenvolvimento de uma gama de operações essenciais para a aquisição do saber: observar, classificar, explicar, provar, abstrair, reconstruir, fazer conexões, antecipar e concluir.

Piaget é considerado o fundador da epistemologia genética, teoria que investiga a gênese do conhecimento. Tomando por base a obra do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), concordou com este na ideia da interação sujeito/meio, mas foi além, afirmando que o desenvolvimento das estruturas mentais se inicia no nascimento, quando o indivíduo começa o processo de troca com o universo ao seu redor. Destacou que é necessária uma postura ativa para aprender.

Além da Filosofia de Kant, considerou as ideias evolutivas do biólogo e naturalista francês Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829) e aprofundou os estudos de seu mestre, o psicólogo suíço Édouard Claparède (1873-1940), sobre o pensamento infantil.

Do conhecimento adquirido nas três áreas citadas e décadas de observação chegou as suas próprias conclusões: as estruturas cognitivas não nascem com o indivíduo, à exceção da habilidade de construir relações – essa, sim, uma característica pré-formada no ser humano; cada nova informação atualiza não só o que se aprende, mas também as formas por meio das quais se aprende.

Para o pensador suíço, salvo em casos de alguma lesão cerebral, a capacidade de aprender esta relacionada às oportunidades de troca.

"As coordenações de todos os sistemas de ação traduzem, assim, o que há de comum em todos os sujeitos e se referem, portanto, a um sujeito universal, ou seja, sujeito epistêmico e não ao sujeito individual."

Jean

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