A Conversa Handmaiden
Por: Ian CarvZ • 9/3/2020 • Ensaio • 370 Palavras (2 Páginas) • 189 Visualizações
Sinceramente, achei o filme muito bom! nenhuma das críticas que li aborda todas as "coincidências" das nuances de uma estrutura psicopata em uma sociedade ultra capitalista. Ninguém comentou sobre relação entre a importância do visual para um "yuppie" e como isso afetaria diretamente uma personalidade psicopata, que não sente nada por dentro, que é "vazio" de emoções. O protagonista(psicopata) vivia tentando se adequar, tentando ser o "ideal", mas era diminuído, pois trabalhava na empresa de seu pai. Ele nunca alcançava a admiração alheia ou o reconhecimento dos colegas. Mesmo usando roupas de marcas, tendo rotinas de beleza, uma namorada "perfeita" etc. Vivia dando o máximo de si pela aceitação, que parecia impossível. Tinha mania de limpeza, de organização, de culto ao corpo, enfim, além de muito narcísico, era vazio e frio. Tudo se baseava em criar um exterior perfeito, roupas, apartamentos, cartões de visita, melhores restaurantes... até os filmes de sexo eram roteirizados, para saírem perfeitos! sempre teve delírio relacionados à morte (qual seria a melhor forma de submeter alguém a você, de demonstrar total controle, senão subjugando e ameaçando a vida da pessoa?). Gostava de músicas, pois era extremamente inteligente e racionalmente frio. Não tinha sentimentos, mas as músicas conseguiam lhe explicar o "sentir" de várias maneiras. Ele matou sim todas aquelas pessoas! No entanto, a maior crítica do filme é justamente o fato de ninguém ter percebido isso. Ninguém nunca sabia o nome de ninguém, ninguém estava realmente se importando com nada, além do próprio status. O advogado disse que jantou com a vítima, pois confundiu os nomes (como o investigador já havia comentado com o protagonista em um jantar). O responsável pelo prédio, pensando na venda do imóvel, acobertou os corpos encontrados. E no final, o protagonista teve uma crise de riso nervosa, pois percebeu justamente que a sociedade que não o enxergava, não enxergava ninguém! Por fim, a falta do "sentir" e esse vazio que carregam, fazem os psicopatas muitas vezes matarem. Tentam sentir algo, infligindo dor em suas vítimas. Estamos cercados de psicopatas que não matam, mas infligem muita dor às pessoas. Em uma sociedade narcísica e capitalista, onde o ter é mais importante que o ser, isso pode ser muito exacerbado e incrivelmente perigoso.
...