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Análise Da obra e contextualização do tempo seu histórico

Por:   •  27/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.892 Palavras (16 Páginas)  •  278 Visualizações

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Trabalho realizado por:

Alice Nunes de Faria

Número de aluno: 148659  

The Slave Ship por William Turner

Análise da obra e contextualização do tempo seu histórico

Disciplina: Metodologia da História da Arte

Docente: Prof. Vitor Serrão

Ano letivo: 2016/2017


[pic 1]




Lisboa, 19 de Dezembro de 2016

Este trabalho foi realizado para o âmbito da disciplina de Metodologia da História de Arte com o objetivo de complementar os conhecimentos adquiridos ao longo do semestre.

Para isto, foi escolhida a obra de William Turner The Slave Ship pois acredito que retrata com objetividade todos os parâmetros dados em aula como também representa uma obra politicamente irreverente com um enorme passado histórico.

Joseph Mallord William Turner, mais conhecido como William Turner foi um dos maiores nomes do Romantismo inglês. (Fig.1)

Nasce em Convent Garden, Londres a 23 de Abril de 1775 no seio de uma família pobre. Apesar das suas origens ingressa com apenas 14 anos na Real Academia de Artes de Londres onde desenvolve o seu desenho e pintura. Inicia-se numa corrente mais topográfica, eventualmente evolui para um estilo paisagístico dando uma atenção especial às marinhas. William Turner era um artista especialmente emotivo virando-se também muitas vezes para a poesia.

O seu estilo é caracterizado pela intensidade das cores e das formas, da energia que transporta dentro de si diretamente para a obra, culminando em peças extremamente emotivas dotadas de atmosferas voláteis e fortes e temas eticamente polémicos como neste caso, (visível nas figuras 2 e 3).

Uma das suas preocupações principais foi a aplicação da luz e sua incidência sobre as cores da maneira mais natural possível. Para tanto, dedicou-se intensamente ao estudo dos paisagistas holandeses do século XVIII, muito em voga naquela época na Europa.

Também foi de grande relevância para sua pintura a viagem que fez a Veneza em 1812, quando o pintor descobriu a importância da cor e conseguiu dar corpo à atmosfera de uma maneira que, anos depois, os impressionistas retomariam. Não surpreendentemente, Veneza torna-se a sua cidade preferida, uma fusão da água e da civilização, pintando-a muitas vezes ao longo da sua vida. (Fig. 4)

Turner deixou de lado a forma e criou atmosferas instáveis de nuvens e cores, como em Chuva, Vapor e Velocidade (1844), (Fig.5), por exemplo, que remete aos quadros abstratos do século XX.

Sua última exposição foi em 1850 e no ano seguinte veio a falecer doente e solitário como sempre viveu. Acaba por morrer em Chelsea em dezembro, de 1851 deixando o seu legado de pintura romântica para trás. Apesar de pintar maioritariamente paisagens Turner é considerado um grande vanguardista do séc. XIX uma vez que desbravou grande parte do caminho para os futuros artistas impressionistas.

Em 2016, passa a figurar nas notas do seu país. As novas notas de 20 libras incluem o seu auto retrato (Fig.1), datado de 1799 e exposto na Tate Britain, e também uma das suas obras mais conhecidas, The Fighting Temeraire. (Fig.2)

 É a primeira vez que um artista plástico figura no numerário em Inglaterra e também a estreia de uma figura escolhida pelo público nas notas britânicas.

Contextualizando o período em que se insere a obra, o século, XIX.

Em termos políticos, durante este século a Europa viveu o confronto de três grandes correntes ideológicas. O absolutismo, ligados aos privilégios da nobreza, inspira as tentativas de restabelecer o passado (anterior á Revolução Francesa de 1789). O liberalismo, ligado aos interesses da burguesia, estimula as tentativas de derrubar regimes absolutistas e implantar políticas capitalistas. Surgem ainda as ideias socialistas, ligadas á classe operária e ao trabalhador rural, conduzindo a luta por salários, direitos básicos (políticos e trabalhistas) e condições dignas de vida.

A Inglaterra do século XIX, ao contrário das nações emergentes do continente europeu, já não corria o risco de um regresso ao absolutismo, devido à longa experiência de monarquia constitucional, originada na Revolução Gloriosa de 1688.

 O desenvolvimento industrial interno e o imperialismo inglês na África e Ásia tiveram o apoio decisivo da Rainha Vitória (1819-1901), (Fig.6). No seu reinado de 64 anos, conhecido como a Era Vitoriana (1837-1901), a supremacia inglesa no mundo foi insuperável. Este foi um longo período de prosperidade e paz (Pax Britannica) para o povo britânico, com os lucros adquiridos a partir da expansão do Império Britânico no exterior, bem como o auge e consolidação da Revolução Industrial e o surgimento de novas invenções. Isso permitiu que uma grande e educada classe média se desenvolvesse.

Alguns historiadores poderiam estender o início do período à época da aprovação do Ato de Reforma de 1832, como a marca do verdadeiro início de uma nova era cultural. A era vitoriana foi precedida pela era da regência ou período georgiano e antecedeu o período Eduardiano. A segunda metade da era vitoriana coincidiu com a primeira parte da Belle Époque, ocorrido principalmente na Europa continental.

No início da era vitoriana, a Câmara dos Comuns (Fig7), (que consistia num parlamento que divida o governo em vários setores da sociedade) foi dominada por dois partidos, os whigs e os tories.

A partir de 1850, os whigs são imediatamente associados ao liberalismo e os tories associados a partidos conservadores causado uma dualidade na vida política inglesa.

Em termos económicos a indústria da Grã-Bretanha continuou a ser predominantemente têxtil e, juntamente com a indústria do vestuário empregava quase 40% da mão-de-obra industrial em 1880.

A mecanização aconteceu de forma distinta em vários setores: alguns, como o do algodão, adotaram-na mais rapidamente, enquanto outros, como o da lã, com um maior atraso. A indústria siderúrgica cresceu de forma bastante rápida, mas perdeu força ao longo da época. O nível de exportações britânicas foi maior na segunda fase da Revolução Industrial, entre 1840 e 1860.

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