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Cinema para todo? corta! corta!

Por:   •  10/1/2020  •  Ensaio  •  396 Palavras (2 Páginas)  •  148 Visualizações

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CINEMA PARA TODOS? CORTA! CORTA!

Luz!, câmera!, ação!... Produzir um longa metragem requer recursos, tempo e muito talento. Vale lembrar que a sétima arte, que evoluiu mais que qualquer outra, é deveras um show fascinante na era atual. Todavia, as salas de cinema modernas, legítimas joias do capitalismo, encontram-se distanciadas de boa parte da população.

Os brasileiros consomem muito das produções hollywoodianas, mas só após estas serem liberadas para baixar na internet ou franqueadas para canais por assinatura. A pirataria também cumpre, mesmo que de modo ilegal, esse processo de democratização do acesso aos filmes. No entanto, deve-se admitir que nada tem sido feito no sentido de democratizar o acesso ao cinema enquanto espaço, ou seja, as salas com todo o conforto e tecnologia.

Que diferença faz? Ora, aparentemente isso não representa muito prejuízo para o povo, uma vez que a indústria cinematográfica, que move bilhões por ano, tem conseguido sobreviver sem a maioria da população e igualmente a maioria da população tem sobrevivido sem frequentar tais ambientes. Entretanto, o debate que beira a banalidade, ganha relevância quando se observa a questão da desigualdade, do atraso tecnológico e estrutural de certas cidades, em especial no tocante a algo tão importante quanto o cinema e seu modo de exibição.

Nos tempos romanos havia o tal do pão e circo, onde alimento e entretenimento mostravam a glória romana e ao mesmo tempo era um modo de controlar o povo, deixando-os “alegres” em meio ao caos. No presente, o cinema não é apenas o “circo” visando entreter, ele também educa, para o bem ou para o mal. Incentiva outras artes, como a dança, a música, a literatura. Quem não lembra de o Auto da Compadecida, o humor, a crítica, os ensinamentos. Poucos sabem, mas há mais de cem filmes baseados em obras literárias brasileiras. E a LDB diz que é obrigatório exibição de pelo menos duas horas de filmes nacionais por mês nas escolas. (O que não ocorre).

Assim, se o acesso as salas de cinema são para um povo privilegiado, já é em si uma afronta aos direitos do cidadão, pois uma cultura deste nível deve ser partilhada. Como? Ora, criando-se mais salas pelo Brasil, polos que atendam um grupo de cidades, tais como os hospitais regionais. Em suma, que todos tenham essa rica experiência de ver um bom filme, inclusive os nacionais, numa sala apropriada, cuja emoção o leve a refletir melhor.

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