O Barroco em Minas Gerais
Por: juliamsouzza • 18/1/2022 • Resenha • 708 Palavras (3 Páginas) • 124 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE BELAS ARTES
Julia Machado de Souza
O barroco: Aleijadinho e Caravaggio
RIO DE JANEIRO
2021
Julia Machado de Souza
O barroco: Aleijadinho e Caravaggio
Exercício apresentado a professora Elizabeth Jacob do curso de Comunicação Visual - Design da Universidade Federal do Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO
2021
O barroco foi um estilo artístico do século XVI, onde tinha como principais características seu rebuscamento, requinte e exagero. Iniciado na Itália, porém difundido pela Europa e América, trouxe consigo a formação de diversos artistas consagrados como Aleijadinho e Caravaggio.
Perdurando por mais de três séculos, o barroco foi trazido para a América Latina de Portugal pelas aventuras marítimas da época, dando espaço para um dos locais onde sua instalação foi de grande sucesso, Vila Rica – Ouro Preto. Dada como uma expressão artística diversificada, o barroco que tem como tradução de seu nome, pérola irregular, proporcionou a liberdade de criação na arte sendo um estilo que sai das normas clássicas padrões da época.
Estilo caro que tem como contexto a monarquia absolutista e as contrarreformas religiosas, o barroco se instalava em regiões que tinham grande poder aquisitivo, como Ouro Preto, por exemplo, dando origem, assim, ao barroco mineiro. Enquanto o barroco entrava em declínio na Europa, no Brasil ele estava em seu auge, dando lugar, assim a Aleijadinho. Em 1720, a ascensão do barroco mineiro deu espaço para que artistas europeus pudessem vir para o país para exercer sua arte, contribuindo para o barroco, não só pelas próprias mãos como também ensinado o que sabiam para os locais do país.
Surgindo assim, Antônio Francisco Lisboa, Aleijadinho, filho do português Manuel Francisco Lisboa, mestre de carpintaria, que chegou a Minas Gerais em 1728, e de uma escrava chamada Isabel. Aleijadinho tinha como suas principais características a utilização da pedra sabão como matérias-primas, expressividade acentuada; queixo dividido; nariz proeminente, olhos amendoados e pupilas planas; boca entreaberta; braços curtos, além de ousadia em seus trabalhos, originalidade e o mais importante a anamorfose, que muitos diziam que era pelo fato dele ser deficiente, mas outros acreditam que o estilo tem como mensagem de que só um caminho leva a verdade, já que as obras olhadas de outro ângulos elas têm um disforme bastante acentuado.
Já na Europa, temos como peça principal no barroco o pintor Michelangelo Merisi, mais conhecido como Caravaggio. Chegado em Roma em 1592, trabalhou no ateliê de Giuseppe Cesari e logo se destacou não só por sua originalidade, o pintor foi indicado para pintar a Igreja de San Luigi de Frances, sua primeira encomenda de quadros religiosos, sendo eles Vocação de São Mateus, O Martírio de São Mateus e São Mateus e o Anjo.
As três pinturas fugiam um pouco de suas obras comuns, as pinturas de antes eram geralmente solitárias ou em grupos pequenos de duas a três pessoas sendo retratadas nas obras e em formatos médios. Já as obras encomendas para a Igreja eram de grupos maiores e de grandes formatos, além de uma paleta um pouco mais misturadas, para que combinassem com os azulejos coloridos que haviam no chão da igreja, ao invés da paleta mais quente e iluminada que ele usava nas obras anteriores. Os quadros encomendados a igreja tinham como características comuns a divisão de três partes horizontais e uma vertical que fica bem ao centro dos quadros, com exceção ao quadro São Mateus e o Anjo, onde a perspectiva é de cima. O quadro Vocação de São Mateus tem o ponto de fuga e linha horizontal ligados ao personagem mais importante da narrativa que seria Mateus, já no O Martírio de São Mateus as linhas de fuga estão próximas do olho do carrasco, onde Mateus e o carrasco formando um triangulo no centro da obra e os demais personagens explodem na tela em volta do núcleo central do quadro. É possível sinalizar as diferentes emoções pintadas no quadro sendo algumas delas a indiferença, fuga, espanto, pânico, compaixão e covardia.
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