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Pesquisa em Música no Brasil

Por:   •  5/10/2017  •  Resenha  •  2.114 Palavras (9 Páginas)  •  304 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS UNIMONTES

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS CCH

DEPARTAMENTO DE ARTES

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARTES/MÚSICA

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EDILENE GOMES DOS SANTOS

RESUMO

Montes Claros

2017

EDILENE GOMES DOS SANTOS

RESUMO

Trabalho elaborado em cumprimento às exigências da Disciplina Evolução da Música popular Brasileira, do curso de licenciatura em Artes/Música.

Professor: Ms. Igor Hemerson Coimbra Rocha

        

Montes Claros

2017

RESUMO: Pesquisa em música no Brasil: aspectos históricos, características e desafios atuais

A pesquisa em música no Brasil passa por um importante momento para sua consolidação, com a expansão dos programas de pós-graduação stricto-sensu, com o desenvolvimento quantitativo e qualitativo da produção científica na área e, fundamentalmente, com a (re) estruturação, a (re) definição e a (re) criação de metodologias capazes de abarcar as diferentes perspectivas investigativas e os múltiplos campos de estudo do fenômeno musical.

Utilizando métodos e técnicas características das ciências humanas e, até mesmo, das ciências naturais, bem como instrumentos próprios de coleta e análise de dados, a área de música tem se constituído como um campo autônomo de conhecimento, que faz uso da interdisciplinaridade para pensar e explorar de forma disciplinar o seu universo.

As características estético-estruturais, os processos e as situações de transmissão e criação, as distintas possibilidades de performance, e as dimensões socioculturais do fenômeno musical têm constituído a base dos estudos da área na atualidade.

Considerando o atual cenário da pesquisa em música no Brasil, refletimos os aspectos fundamentais que têm caracterizado a produção do conhecimento científico-musical no país, apontando para dimensões políticas, formativas e metodológicas que configuram o campo da música como ciência.

Uma discussão mais aprofundada acerca de aspectos históricos da pesquisa em música foge aos objetivos deste texto, todavia há tendências e diretrizes mais gerais que marcaram os rumos da produção do conhecimento científico-musical e que merecem ser mencionados. A consolidação da área de música como ciência é uma delas.

No século XIX houve um realinhamento das perspectivas e direcionamentos dos estudos sobre música, estabelecendo o que poderíamos chamar de bases epistêmicas e metodológicas da pesquisa musical contemporânea. Definições essas que problematizaram o corpus de conceito, diretrizes investigativas, “objetivos” de pesquisa, anseios e funções de produção do conhecimento, legitimação do saber científico, entre outros.

Diante desses aspectos a musicologia ganhou forma e status de ciência, desencadeando caminhos e fenômenos de estudos que constituíam o campo investigativo da música.

A musicologia abrangia desde a história da música ocidental até a taxonomia da música “primitiva”, como era então chamada, desde a acústica até a estética, e desde a harmonia e o contraponto até a pedagogia pianística. Assim, as subáreas da música como educação musical, etnomusicologia, composição, entre outras, estava, de certa forma, contempladas no âmbito do vasto termo ‘‘musicologia’’, mesmo que de forma restrita em relação a definições e perspectiva de estudo atuais desses campos consolidados de pesquisa e formação em música.

O fato é que estudos sobre música certamente existiam desde, pelo menos, a Gr´cia antiga, mas eram realizados dentro de perspectivas mais gerais do conhecimento sem caracterizar um campo autônomo de produção científica.

A partir das definições de Guido Aller (1885) no final do século XIX a musicologia passou a ser entendida como “musicologia” caracterizando vários focos de investigação. Assim, emergiram especificações de uma musicologia que abarcava outros repertórios e culturas musicais para além do ocidente, destacando a chamada musicologia comparada como uma das vertentes musicológicas da época. Desde esse período, passou-se a utilizar uma classificação para as musicologias, dividindo-as em pelo menos três grandes campos de estudo: musicologia histórica, musicologia sistemática e musicologia comparada.

Os fenômenos sociais e culturais deveriam ser tratados da mesma forma que os objetivos físicos das ciências exatas considerando uma atividade racional que visava explicar os objetivos de estudos, estabelecendo relações de causa e efeito entre suas variáreis.

Assim, o positivismo representou na segunda metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX um importante paradigma da ciência, inclusive no âmbito das ciências sociais.

O enfraquecimento do positivismo no final do século XX assumindo outras vertentes de pesquisa, “que respeitassem mais a realidade dos objetos de estudo em ciências humanas. È com essa perspectiva de ciência que a pesquisa em música entra na segunda parte do século XX, consolidando-se academicamente e inserindo-se em novas realidades de um mundo em transformação.

Para Lyotard (1993, p.15) a pós-modernidade demarca “o estado da cultura após as transformações que afetaram as regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes”.

As pesquisas em música ganharam novos contornos, sobretudo a partir das grandes transformações consolidadas no período pós Segunda Guerra Mundial.

Assim, a produção do conhecimento científico musical se redefiniu a partir desses dois parâmetros: o novo cenário musical e a nova configuração da ciência no século XX.

Com efeito, o relativismo cultural, o reconhecimento da cultura como elemento fundamental na produção musical, os novos aparatos tecnológicos utilizados para o registro do som, entre outros aspectos, marcaram a (re) definição dos rumos da pesquisa em música na contemporaneidade.

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