Trabalho patrimonial
Por: Kamila Araújo • 27/8/2016 • Relatório de pesquisa • 1.952 Palavras (8 Páginas) • 305 Visualizações
- ANÁLISE DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS
Para desenvolver um estudo em uma edificação de cunho histórico, é importante entender que materiais e que sistemas estruturais foram usados pois assim o restauro ficará mais completo e respeitará a história da edificação. Sabendo disso, foi feito o estudo dos sistemas estruturais da edificação em estudo.
Era muito comum na época, elevar a casa através do embasamento. Na residência em estudo, observa-se o uso do barramento em pedra, com a finalidade de elevar as paredes da edificação para que não haja o contato direto delas com a umidade vinda do chão. Ver Figura 01.
Figura 01- Barramento.
Fonte: Acervo Pessoal Rebeca Mendes, 2014.
É fato que não é possível fazer a prospecção na residência, porém usando outros artifícios como estudos de casos semelhantes, é possível chegar à conclusão que a edificação é feita em estrutura mista com paredes estruturais e estrutura autônoma. As primeiras são feitas de alvenaria de tijolo maciço, com duas fileiras(vide a espessura das paredes que é de 0,36m).
Além das paredes com função estrutural, também encontra-se a estrutura autônoma. Pilares, Vigas e Lajes são, em sua maioria, facilmente localizados, como vê-se na Figura 02. Quando se olha pra fachada, são facilmente percebidos os cunhais(pilares de canto das edificações, normalmente os mais robustos) e a viga. Esta é uma técnica recorrente nas edificações datadas daquela época, chamada enquadramento. O objetivo é dividir a fachada e criar espécies de paineis.
Figura 02- Viga.
Fonte: Acervo Pessoal Rebeca Mendes, 2014.
As paredes, tanto externas quanto internas, são rebocadas e pintadas. A fachada é amarela com detalhes brancos(Figura 03) e as paredes internas, em sua maioria, são brancas. Apenas os banheiros e a área de serviços(copa e cozinha) da edificação, possuem azulejos revestindo a parede em sua totalidade, como é o caso dos banheiros, e até uma certa altura, como na copa e cozinha (ver Figura 04).
Figura 03- Fachada.
[pic 1]
Fonte: Acervo Pessoal Rebeca Mendes, 2014
Figura 04- Detalhe da Copa.
[pic 2]
Fonte: Acervo Pessoal Rebeca Mendes, 2014
A edificação possui uma variedade muito grande de tipos de piso. Os mais comum são o tabuado corrido, que pode ser encontrado na sala de estar e em quartos do pavimento térreo; e pisos cerâmicos dos mais variados tipos. Observa-se que no pavimento superior foi efetuada uma alteração dos mesmos, pois eles são mais atuais que os demais da casa. São placas quadradas cerâmicas de 0,40x0,40m brancas e manchadas, como se pode observar na figura 05. Verificar planta de paginação de pisos que se encontra no anexo para maiores informações.
Figura 05- Piso Cerâmico.
Fonte: Acervo Pessoal Rebeca Mendes, 2014
As esquadrias, em sua maioria são originais. Porém elas se encontram em péssimo estado de conservação. As janelas são de madeira pintada na cor branca e vidro transparente (ver Figura 06). Possuem bandeiras fixas, também de madeira e vidro. As portas, de madeira, também não estão em bom estado de conservação. As internas possuem bandeira fixa de madeira e vidro.
Figura 06- Janela.
[pic 3]
Fonte: Acervo Pessoal Rebeca Mendes, 2014
A fachada possui platibanda, recurso usado por pessoas de alto poder aquisitivo da época. Ela possui características do Art-Déco, com formas geométricas. Possui cimalhas e alguma ornamentação na fachada. A diagramação da cobertura é feita em madeira cerrada e telha cerâmica. O volume principal da casa possui cinco águas sendo quatro mestras e uma tacaniça. Nos dois blocos adjacentes da edificação, são encontradas duas águas mestras, como se vê na figura 07.
Figura 07- Telhado em duas águas.
[pic 4]
Fonte: Acervo Pessoal Rebeca Mendes, 2014
- LEGISLAÇÃO
A residência em estudo está localizada à Rua Felix Pacheco, n° 1405 no Bairro Centro, na cidade de Teresina- Piauí. Ver Figura 08.
Figura 08- Zoneamento
[pic 5][pic 6]
Fonte: Prefeitura de Teresina.
Manipulado por João Pedro Silveira e Rebeca Mendes.
A zona na qual a residência encontra-se é a ZC-1 (Zona Comercial 1), na tabela 01 consta os indicadores de ocupação do solo da ZC-1 e seus usos e de acordo com a Lei Complementar nº 3563, de 20 de outubro de 2006, que determina zonas de proteção no município de Teresina, se encontra na ZP-3 (Zona de Proteção 3). A ZC-1 corresponde à área mais antiga da cidade, compreendendo o centro de densidade média, caracterizado por atividades comerciais e serviços. A Lei Complementar nº 3563/2006 instituiu zonas de proteção ambiental, bem como normas de proteção de auxiliam na conservação dos bens de valor cultural presentes nessas zonas. A ZP-3 é volta para imóveis individualizados, e de acordo com a legislação esses devem ser mantidas as características arquitetônicas, artísticas e decorativas das fachadas voltadas para logradouros públicos, das edificações nelas situadas e, a critério do Conselho de Desenvolvimento Urbano - CDU, também a sua volumetria incluindo o telhado. Mudanças, reformas a serem realizadas nestas residências ou edificações devem atender aos seguintes requisitos compreendidos na legislação:
Art. 7º Na Zona de Preservação Ambiental - ZP2, quanto à construção de novas edificações e à ampliação e/ou reforma de edificações não relacionadas no Anexo 2, devem ser atendidos os seguintes requisitos:
I - recuo de frente mínimo de 5 m (cinco metros);
II - recuo lateral mínimo nulo, até a altura de 9 m (nove metros);
III - recuo lateral mínimo de 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros), acima de 9 m (nove metros);
IV - recuo de fundo mínimo de 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros);
V - altura máxima de 9 m (nove metros), até os 15 m (quinze metros) de recuo frontal;
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