Transformações Estéticas Entre os Séculos XIX e XX
Por: Mariana Fernandes • 18/9/2019 • Dissertação • 1.217 Palavras (5 Páginas) • 289 Visualizações
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Belas Artes
Teorias e Práticas do Design
Prof. Gerson Lessa
Transformações estéticas entre os séculos XIX e XX
Mariana Fernandes
2018.2
Entre os séculos XVIII e XIX, a Revolução Industrial porporcionou uma série de transformações nos meios de fabricação. Os avanços tecnológicos geraram um grande progresso no desenvolvimento material dos produtos o que facilitou a produção em massa, diminuiu o tempo de produção e barateou o custo de fabricação dos mesmos.
Durante esse período, pequenas oficinas artesanais puderam crescer e se tornarem grandes fábricas. Um exemplo desse progresso é a fábrica Wedgwood que iniciou suas atividades de manufaturas na década de 1750 e em menos de duas décadas depois já havia expandido a ponto de se tornar uma industria de porte internacional.
Inicialmente, Wedgwood produzia louças utilitárias, de um modo geral moldadas em formas semelhantes à natureza como frutas e legumes, brancas com ornamentação pintadas ou feitas com esmaltes coloridos. (Foto 1) Posteriormente, com objetivo de se diferenciar das cerâmicas comuns da época, Wedgwood apostou na fabricação de vasos de estilo neoclássico que possuíam formas mais simples e mais adequadas à produção em série, entretanto com ornamentações aplicadas e, graças à uma inovação técnica, eram feitos de uma cerâmica mais leve e que podia ser colorida. (Foto 2)
Durante o fim do século XVIII e em boa parte do século XIX, afim de ir contra o Industrialismo por uma negação à mecanização do trabalho, o historicismo se fez presente, trazendo ornamentos que eram referências diretas ao passado, com estilos como o Neoclassicismo (Foto 3), o Neogótico (Foto 4), o Neorenascentismo, Neobarroco e o Neorococó. Os produtos historicistas, na sua maioria, eram feitos artesanalmente, com os melhores materiais e possuiam uma alta qualidade de produção.
Ligado diretamente às estéticas do Historicismo, temos o Ecletismo que se manifestou, propositalmente, como uma forma historicista imprecisa na segunda metade do século XIX e na primeira década do XX. O Ecletismo tinha como objetivo a mistura de elementos ornamentais de várias estéticas distintas. (Foto 5)
Haviam muitas críticas relacionada as qualidades dos materiais e estética dos produtos industriais gerados pelos processos mecanizados de fabricação. A queda de qualidade estava diretamente ligada ao modo capitalista de produção que visava um aumento na quantidade de produtos produzidos com a redução dos custos de produção, economizando no planejamento do produto, utilizando materiais de baixa resistência e não utilizando mão de obra especializada, mas também haviam criticas aos excessos de ornamentação.
William Morris, um dos grandes críticos ao Industrialismo, acreditava que a busca pela quantidade levava a um falso progresso. Ele foi percursor do movimento Arts & Crafts e defendia um design mais voltado a natureza (Foto 6), dava encorajamento para a produção artesanal ao invés da industrial e optava por um uso consciênte de ornamentos em sua produção que levava em consideração a funcionalidade dos objetos (Foto 7). Entretanto, seus produtos, que possuiam uma alta qualidade material e de design, tornavam-se caros e inacessíveis à maior parte da população.
As vanguardas como Arts & Crafts e Art Noveau, existiram entre os séculos XIX e XX, com propósito de se posicionar contra as estéticas acadêmicas que existiam nas tradicionais escolas de arte que seguiam correntes historicistas comuns ao século XIX. Na construção desta nova estética moderna, os movimentos de transição se apropriaram de novas técnicas e materiais muitas vezes de origem industrial. (Foto 8)
Ao início do século XX, o princípio “forma segue a função” foi adotado por designers e aplicados aos projetos de design moderno. No início desse processo, o funcionalismo foi muito importante para afastar conceitos antiquados sobre a forma e ao desenvolver uma estética compatível com a indústria em geral. Os processos mecânicos, gerados por máquinas e tecnologia, acentuam a tendência à abstração geométrica (Foto 9).
Bauhaus, fundada em 1919 na Alemanha estabeleceu e foi uma das pioneiras nos conceitos de design funcionalista e na didática desta nova atividade. Além de contribuir de maneira significativa para a definição do papel do design. (Foto 10)
A explosão do funcionalismo aconteceu depois da Segunda Guerra Mundial, onde o conceito do funcionalismo foi sistematicamente desenvolvido na teoria e na pratica na escola de Ulm com o surgimento de um movimento chamado de “bom design” – um design que não fosse descartavel, que desse aos produtos uma duração de muitas décadas, e tivesse uma adequada relação com o meio. As formas foram refinadas e purificadas, toda identificação de individualidade ornamental fora despida dos objetos, mantendo-se apenas um estilo formal modernista. (Foto 11)
A maior intenção do design moderno funcionalista era ir alem das tradições e estilos historicos com o objetivo de resolver problemas práticos de forma lógica e eficiente, adaptando da forma do objeto de acordo com sua utilização. Reduziram-se as formas e as cores à sua mínima expressão deixando como ponto principal a função e passaram-se a utilizavar texturas e cores neutras, formas geométricas, com acabamento fino e forma integral. (Foto 12)
Foto 1
[pic 1]
Tea pot, Wedgwood, 1760–1765.
Cerâmica exibida no DAR Museum.
en.wikipedia.org
Foto 2
[pic 2]
Portland Vase Copy, Josiah Wedgwood, 1789.
www.artsbma.org
Cópia de um vaso romano antigo (Portland Vase) fabricado com a inovadora cerâmica jasper no estilo neoclássico.
Foto 3
[pic 3]
The British Museum, Sir Robert Smirke, 1823.
www.britishmuseum.org
Smirke projetou o edifício no estilo neoclássico, que fazia referência à arquitetura grega clássica. O edifício foi construído usando tecnologia dos anos 1820. As características gregas do edifício incluem as colunas e o frontão na entrada sul. Construída em um piso de concreto, a estrutura do prédio foi feita de ferro fundido e preenchida com tijolos.
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