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A Especialização em Educação para Cidadania

Por:   •  13/11/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  892 Palavras (4 Páginas)  •  96 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS – CAMPUS DE FORMOSA

Curso: Especialização em Educação para Cidadania

Nome: Tatiane Pereira do Nascimento

Matricula: 20201070150168

Educação para lucro, educação para a democracia. E educar os cidadãos: os sentimentos morais e (antimorais)

NUSSBAUM, Martha. Educação para lucro, educação para a democracia.; Educar os cidadãos: os sentimentos morais e (antimorais). In: NUSSBAUM, Martha. Sem fins lucrativos: por que a democracia precisa das humanidades. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015. cap. 2- 3. p. 13- 46.

Nussbaum é uma influente intelectual nos Estados Unidos. Graduada em Teatro e Clássicos na Universidade de Nova York, seguiu seus estudos até o pós-doutorado na Universidade de Harvard, onde foi a primeira mulher a conquistar a distinção de Junior Fellowship. Seu trabalho é reconhecido por reunir estudos dos clássicos, da antropologia, da psicanálise e da sociologia, na busca por eudaimonia, palavra originada do grego que representa uma vida plena e próspera. Foi professora em Harvard até a década de 1980, depois integrou o quadro docente da Universidade Brown até 1995. De 1986 a 1993, foi conselheira de pesquisa do Instituto Mundial de Pesquisa em Economia do Desenvolvimento, órgão da ONU fundado pelo Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen. Em 2004, juntamente com Sen, fundou a Associação para o Desenvolvimento e Capacidade Humanos. Atualmente, é professora de Lei e Ética na Universidade de Chicago. Possui três livros editados no Brasil: A fragilidade da bondade, Sem fins lucrativos e Fronteiras da justiça.

Nussbaum destaca no texto “Educação para lucro, educação para cidadania”, dois aspectos poderosos: o fato de que produzir crescimento econômico significa produzir democracia e a contrariedade da educação meramente sob o enfoque do crescimento econômico. Para a autora o crescimento econômico não propõe importância significativa a aspectos igualitários de acesso à educação. O crescimento econômico não objetiva que pobres tenham uma educação satisfatória, no qual somente uma elite tecnológica e empresarial competente possa ter uma educação elitizada e técnica que aumente o PIB. Nesse modelo de desenvolvimento econômico o aprendizado ativo socrático e a pesquisa por meio das artes foram menosprezados em prol de uma pedagogia conteudista dirigida, por meio de exames nacionais padronizados. O que almeja neste princípio, são os trabalhadores obedientes, tecnicamente treinados para efetivar os projetos de elite. A educação para o crescimento econômico desconsidera as artes e a literatura para a criança, pois tal educação não deseja direcionar afetividade ao progresso individual ou ao progresso da economia nacional.

A educação para o crescimento econômico requer sujeitos que não identifiquem o outro, que apenas assimilem mecanicamente o que o grupo diz, que procedam e vejam o mundo como burocratas submissos. Nussbaum elabora o modelo “paradigma do desenvolvimento humano”, como alternativa aos preceitos de desenvolvimento meramente econômico. Nesse modelo, o importante são as oportunidades ou capacidades que cada sujeito tem em setores fundamentais, que vão desde a vida, saúde e integridade física até a liberdade política, a participação política e a educação. Esse modelo de desenvolvimento mostra que todos os sujeitos portam de uma dignidade humana inalienável, que necessita ser garantida pelas leis e pelas instituições. A verdadeira educação pela cidadania deve se colocar contra a dominação, contra o que estigmatiza as minorias.

A autora utiliza tais princípios em que a democracia deve conter a hierarquia no texto intitulado “Educar os cidadãos: os sentimentos morais e (antimorais)”, ela faz uma narrativa da infância com o propósito de situar situações-problema e recursos que as instituições e as normas sociais podem maximizar ou inibir. Nussbaum se ampara em Freud e no Emílio de Rousseau para sinalizar a vergonha e a ansiedade que faz surgir uma aspiração premente de completude e plenitude que nunca se distância completamente. Essa aspiração de superar a vergonha da incompletude provoca muita instabilidade e risco psicológico, bem como no desejo da criança de escravizar seus pais, o início de um mundo hierárquico. O desejo inicial da criança narcisista de transformar os pais em escravos se concretiza mediante a criação de uma hierarquia social, que representa uma ameaça constante a igualdade democrática.

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