A Informação e construção e cidadania
Por: Caroline Castro • 29/11/2017 • Resenha • 1.187 Palavras (5 Páginas) • 210 Visualizações
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Título: Informação e construção de cidadania
Componente Curricular: Comunicação Pública e Cidadania
Docente: Prof. Dr. Joel Felipe Guindani
Discente: Caroline Figueiredo de Castro
Aida Varela instiga reflexões quanto a constituição de cidadania, articulando o pensamento de outros autores a fim de tentar responder questões quanto a real noção de cidadania, englobando nesse contexto o campo da informação.
Inicialmente, a autora, aborda a questão da evolução social quanto a conquista de direitos (civis, políticos e sociais), pontuando o direito social como o mais difícil de se consolidar em plenitude. Propõe, a partir de apontamentos de Coelho (1990), uma reflexão quanto a essa proposta de direitos, tentando compreender o motivo pelo qual se buscou apenas por esses direitos especificamente, e não por ampliação de direitos culturais, entre outros questionamentos, cabe mencionar a questão de que cidadania não foi algo dado a sociedade, e sim uma conquista, que tem por princípios básicos, participação, autonomia e crítica/criação. O autor ressalta ainda que participação deve ser vista como uma conquista, que caracteriza-se como forma de poder, pois a partir da articulação das pessoas, se conquista fatias de poder. O ato de crítica/criação é percebido como engrenagem para que se obtenha o diferente, pois consiste na movimentação que envolve saber e poder, gerando, a partir disso, a transformação.
Varela, analisando os direitos e garantias individuais garantidos pela constituição, questiona se isso basta para que se possa afirmar uma real conquista da cidadania, colocando a cidadania como um valioso componente conquistado neste século, por consolidar-se como eixo fundamental para o desenvolvimento, por definir-se como uma valiosa competência humana, de fazer-se sujeito, produzindo histórias próprias e atuando em prol da coletividade. Para isso, ao encontro da proposta de Demo, compreender alguns componentes como essenciais, sendo eles: educação, organização política, identidade cultural, informação e comunicação.
A autora apresenta o pensamento de outros autores a fim de contextualizar a realidade brasileira, pontuando, a partir disso, que a concepção de cidadania possui muitas mistificações, conceitos herdados da sociedade medieval. A partir do posicionamento de Frigotto (1992), pontua que, na sociedade brasileira, todo individuo é um cidadão. Esse senso comum, é percebido como um ato de cidadania morta, pois promove uma igualdade abstrato que esconde a cidadania ausente. A realidade social comprova isso, na medida em que, a exclusão faz parte de nossa sociedade. Miséria, analfabetismo e demais carências sociais, afirmam que com diante dessas mazelas sociais, não se pode falar em cidadania de uma forma plena, sendo que, o Brasil, não apresenta condições de conceder a toda a sociedade, o status de bem estar que prevê em sua constituição e leis, Varela pondera que, como décima economia do mundo, o país não pode obscurecer o fato de não conseguir prover, em totalidade, as necessidades básicas da população.
Após estes apontamentos, a autora passa a introduzir à discussão a estrutura do sistema capitalista, indo de encontro ao entendimento de Demo (1995), percebe que o sistema capitalista, em todas as sociedades, obteve êxito ao explorar a “capacidade” humana em favor da ganância. Analisando a perversidade do capitalismo, em que o mercado se vale de ações discriminatórias, pois para a produção e troca de seus bens e serviços, perpetua a estrutura de desigualdade social. A partir disso, a autora discorre quanto a relação de violência e força. Nessa relação, o objetivo da força consiste em aniquilar a outra parte. Na violência o desejo é que a outra parte se sujeite à vontade e ação do outro, consentindo ou sendo suprimida pela vontade do outro. E, como status de violência perfeita, que consiste na alienação do sujeito.
A fim e explicitar a forma como se dão essas sujeições, traz o pensamento de Foucault (1982) que compreendia diversas formas e modalidades em que se estabelecia esse sistema de dominação. Sendo: via educação, exercício de poder, e por atos violentos. Essa violência seria a partir de atos coercitivos, em que o sujeito, por ser tratado como coisa, é privado de liberdade de decidir, julgar, o que acaba o rebaixando.
Nesse sentido, a violência é entendida como uma relação de força, que é ato abusivo as condições humanas, pois inibe a condição de liberdade. Aida, traz a ideia de liberdade instituída por Spinoza, que compreendia liberdade não como uma escolha voluntária, e sim como a capacidade de autodeterminação para pensar, querer, sentir e agir, definindo-a assim, como autonomia. Ser sujeito, então, é construir-se e constituir-se como ser capaz de autonomia, numa relação tal que as coisas e os demais não se oferecem como determinadoras.
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