A Participação politica é o caminho
Por: Daguimario Oliveira • 2/4/2018 • Ensaio • 3.617 Palavras (15 Páginas) • 238 Visualizações
Nome: Daguimário leite de oliveira júnior.
Professor: Valmir Lopes.
Disciplina: partidos políticos do Brasil.
Participação política no Brasil é o caminho.
Começo com um questionamento para embasar esse ensaio. Democracia é igual ou
diferente de participação civil? Para que exista uma sociedade mais democrática, é
necessária maior participação do povo nas decisões políticas? Quais são os espaços de
decisão política disponível ao povo? Para alguns autores, a tese de que com o voto
universal e a escolha dos representantes por meio de eleições, já basta para ter uma
sociedade democrática e justa. Venho aqui defender que a realidade de hoje não está
satisfazendo os anseios da nossa sociedade, seja ela por seus vícios eleitorais, pelo
abismo existente entre representantes e políticos e a falta de poder de ação das
massas.
Jean-Jacques Rousseau o pai da democracia moderna tinha a ideia que a soberania não
pode ser representada por terceiros (políticos e governantes), e analisava a situação
do povo inglês de sua época e afirmava que “o povo inglês acreditava ser livre, mas se
engana redondamente; só o é durante a eleição dos membros do parlamento, uma vez
eleitos estes, ele volta a ser escravo, não é mais nada”.
É nítido o dinamismo da democracia em comparação com os outros sistemas de
governo, entretanto, os fenômenos sociais em tempos de globalização e revolução
tecnológica, acontecem freneticamente e o sistema político não está conseguindo
abarcar com inteligência essas novas configurações. Com base no conceito do
intelectual italiano Norberto Bobbio que afirmava que “o regime democrático é um
conjunto de regras do procedimento para a formação de decisões coletivas, em que
está previsto e facilitada a participação mais ampla possível dos interessados”,
portanto, o que distingue um sistema democrático dos outros é um conjunto de regras
do jogos. Com isso, lhes questiono, se a nossa democracia tem ajudado a participação
dos que sustentam o estado brasileiro, ou seja, os cidadãos “comuns”. O que temos
visto é que os poderes que dominam a nossa republicas são setores corporativistas,
que se aproveitam do estado brasileiro para obter benefícios, em detrimento da
maioria.
A democracia e o estado brasileiro hoje estão debilitados, não conseguem atender as
reivindicações dos anseios das camadas da população, principalmente das mais
marginalizadas, que não são abarcadas pelas políticas públicas. Por democracia tomo
como definição o conceito do intelectual brasileiro Paulo Bonavides, que é, “aquela
forma de exercício da função governativa em que a vontade soberana do povo decide,
direta ou indiretamente, todas as questões de governo, de tal sorte que o povo seja
sempre o titular e o objeto, a saber, o sujeito ativo e o sujeito passivo do poder
legítimo”. Partindo disso, olho para a democracia brasileira e constato toda a forma do
gerenciamento do estado brasileiro, do bem público, e para qual lado às questões de
governo estão sendo discutidas, implementadas e quais setores estão sendo
beneficiados.
No começo do aflorescimento das democracias modernas por volta do século XIX, o
ideário de como deviria ser essa democracia, tinha uma visão muito animadora dessa
nova forma de organização da vida social. Com a derrubada dos sistemas monárquicos
absolutistas, filósofos, sociólogos, intelectuais em geral, se debruçaram nessa questão
de uma forma muito ampla, trazendo um horizonte de esperança para a nova era que
começava. Conceitos como o do teórico suíço Jean-Jacques Rousseau que dizia,
“afirmo, pois, que a soberania, não sendo senão o exercício da vontade geral, jamais
pode alienar-se, e que o soberano, que nada é senão um ser coletivo, só pode ser
representado por si mesmo. O poder pode transmitir-se; não, porém, a vontade” e a
formulação do presidente americano Abraham Lincoln (1861-1865) “o governo do
povo, pelo povo e para o povo” servem para explicitar todo esse ideário de
pensamento do século XIX.
Hoje temos uma democracia representativa que os representantes da população
alienam e descumprem todas as vontades da massa. Sendo recorrente isso nas várias
instancias do estado de representação, casas legislativas (câmara de vereadores,
assembleias de deputados estaduais, câmara de deputados federais e senado), no
executivo (prefeitos, governadores, presidente), membros do judiciário, que mesmos
não sendo eleitos também têm a função de cuidar da coisa pública, entretanto, muitas
vezes
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