A Sebenta de Aprendizagens Organização e Administração Educacional
Por: Mariana Moreira • 22/6/2020 • Trabalho acadêmico • 2.074 Palavras (9 Páginas) • 132 Visualizações
Introdução:
Como forma de melhor descrever aquelas que foram as aprendizagens mais significativas, realizadas ao longo de todo este segundo semestre, na unidade curricular de Organizações e Administração Educacional, foi criada a presente sebenta de aprendizagens.
Nela podemos encontrar ideias de autores e análises críticas acerca das mesmas, assim como, a forma como o estatuto da pandemia vivida influenciou a criação das próprias aprendizagens.
Toda esta sebenta foi realizada tendo por base reflexões e pensamentos críticos acerca dos temas organizacionais, bem como, as mudanças nos pensamentos sobre o tema, tendo em conta o que era lecionado.
Conceito de Organização
Como forma de iniciar esta sebenta, quero começar por expressar o que me ocorria quando pensava na palavra “Organização”.
Para mim, a “organização” sempre foi, apenas, a estrutura arquitetónica de um edifício, sem nunca contar com as partes em que estava dividida ou os papéis que as pessoas que lá viviam/trabalhavam ocupavam. Ou seja, quando pensava na escola, pensava sim, numa organização, mas nunca incluía o que fazia parte do seu interior, apenas a sua estrutura física.
Mas, com a ajuda das aulas vim a perceber que vai muito mais para além disso. Uma organização é considerada como uma “unidade social de pessoas a qual é estruturada e gerida para responder a uma ou mais necessidades ou para alcançar objetivos coletivos.” (Ferreira, 2020), sendo que todas têm diferentes estruturas de gestão, de acordo com as atividades que desenvolvem, os membros que lá atuam e o seu nível de autoridade. São, por isso, consideradas sistemas abertos, na medida em que, não só afetam a sociedade, como também, são afetadas por esta.
Depois de perceber melhor em que consistia uma organização, tive o pensamento de que esta era extremamente burocrática, o que considerei como ponto negativo, mas a verdade é que esta precisa da burocracia, porque é ela que permite o funcionamento regulado da organização.
Organização/Intituição:
A definição de organização, pode ser muitas vezes confundida com a de “instituição”. Para melhor as distinguir vamos pensar no exemplo da escola: a escola, vista de uma análise organizacional, é um conjunto de atores, agrupamentos humanos, uma unidade socialmente construída, com sujeitos de ação e em interação; já, a escola, como análise institucional, é a idade de estar na escola, as funções sociais desta, os processos de ensino-aprendizagem, a estrutura escolar.
Organização da Organização
Perguntei-me, então, em como poderia estar dividida esta organização.
Esta é baseada em 3 sistemas: o sistema de autoridade, que tem a função de facilitar a execução de tarefas e a introdução de mudanças; o sistema de papéis, que possui certos requisitos para certas funções e em que cada um é objeto de expectativas por parte de outros: o sistema de comunicação, que alimenta os outros dois.
Comunicação como processo fundamental da Organização
Como acabei de referir, o sistema de comunicação, em qual uma organização pode ser dividida, baseia-se na junção dos outros dois sistemas – o de autoridade e o de papéis. Isto leva-nos a pensar que, a autoridade não se deve sobrepor à comunicação e o cumprimento do nosso papel dentro da organização, não nos impede de termos uma boa relação com os nossos colegas e de valorizarmos o trabalho em equipa.
Segundo Ferreira (2007), nas organizações, normalmente os grupos estabelecem processos relacionais e comunicacionais podendo partilhar ou não, opiniões, ideologias, crenças, etc., daí ser importante estudar a comunicação nas Organizações para que se compreendam os fenómenos organizacionais. Ou seja, a comunicação é fundamental na atividade humana e depende, maioritariamente, do sujeito e da sua subjetividade
Mas, afinal, como é que surgiram as organizações?
No final do século XIX/início do século XX assiste-se à emergência das sociedades industriais, mercantis e capitalistas, em que a produção de bens e serviços se tornou o pilar da rentabilidade, da eficácia e da racionalidade económica. Sendo assim, as organizações emergem com um papel fundamental na sociedade e na comunidade científica.
Três grandes homens das áreas social e científica, focaram o seu estudo nas Teorias Organizacionais, tendo como base a Escola Clássica. Taylor, focou-se na parte científica – visão economicista e mecanicista do ser humano: o gestor planeia, prepara e controla todo o processo de trabalho e o trabalhador apenas executa as tarefas. Fayol preocupou-se com a análise estrutural e funcional das empresas – a administração tem o papel estruturante no planeamento do funcionamento das empresas. Já, Weber, aprofundou a análise do fenómeno organizacional – a administração burocrática, que traz o máximo de eficiência às empresas.
Como já referi, foi apenas nesta última teoria, a de Weber, que pensei aquando a ideia inicial de organização, algo administrativamente burocrático. No entanto, neste caso, podemos ver o seu lado mais positivo.
Para além da Escola Clássica, também foram realizados estudos na Escola das Relações Humanas, para a construção da Teoria Sistémica. Esta experiência resulta da necessidade de estudar o fator humano nas organizações. Entende-se que o trabalho enquanto atividade humana e social e relacionada com qualquer tecnologia é mais eficiente em grupo, dado que permite a superação através de condutas humanas assentes em relações interpessoais dialógicas e democráticas.
Esta ideia acaba por vir sustentar a ideia que apresentei anteriormente, aquando a relação que deveria haver entre os três sistemas em que se organiza uma organização.
Organizações e Administração Educacional
Como nome da própria unidade curricular indica, o que mais nos interessa tratar não são as organizações como um todo, mas proporcionar um foco mais alargado nas organizações e administração educacionais. Para isso, é preciso explicar como ocorreu o processo de criação das mesmas e a evolução da escola de massas, pois, sem ela, nunca existia a Administração Educacional como é hoje.
De Acordo com Lima (1992), a administração educacional surge no século XX, depois da 2ª guerra mundial com foco jurídico e normativo. Em Portugal, o 25 de abril de 1974, levou a que se
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