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A Sociologia da Educação de Pierre Bourdieu: Limites e Contribuições

Por:   •  25/11/2018  •  Resenha  •  986 Palavras (4 Páginas)  •  391 Visualizações

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Texto reflexivo: “A Sociologia da Educação de Pierre Bourdieu: limites e contribuições”

O texto reflexivo refere-se ao artigo produzido pela Professora Maria Alice Nogueira que tem por objetivo destacar contribuições e limites da Sociologia da Educação de Pierre Bourdieu.

Bourdieu foi um sociólogo, filósofo francês que propôs, a partir dos anos 60, um estudo abrangente e bem fundamentado para o problema das desigualdades escolares. Até meados do século XX a visão das Ciências Sociais e também do senso comum era extremamente otimista e de inspiração funcionalista sobre o processo de escolarização, visto como via de superação do atraso econômico. Nessa perspectiva, acreditava-se que a escola pública e igualitária era capaz de proporcionar igualdade de oportunidades e, aqueles que se destacassem por seus dons individuais, avançariam em suas carreiras e ocupariam lugar de destaque na hierarquia social.

Entretanto, no início dos anos 60, essa concepção entra em crise e uma visão mais pessimista substitui a anterior, com base em dois movimentos principais: divulgação de pesquisas que mostraram o peso da origem social sobre os destinos escolares minou a confiança na tal “igualdade de oportunidades” e forçou pesquisadores admitirem sua influência no desempenho escolar e os efeitos negativos da massificação do ensino - desvalorização dos títulos escolares e baixo retorno social e econômico – frustrou alunos, que se sentindo uma “geração enganada” fizeram eclodir forte movimento de contestação social no ano de 1968.

Diante deste contexto, Bourdieu sustenta a teoria que existe forte relação entre o desempenho escolar e origem social. Dessa forma, a ideia de meritocracia, igualdade de oportunidades e justiça social no sistema de ensino, Bourdieu atribui como reprodução e legitimação das desigualdades sociais, portanto, pode-se considerar, uma inversão de perspectiva.

No campo da Sociologia da Educação, Bourdieu tenta evitar tanto o objetivismo quanto o subjetivismo na análise dos fenômenos educacionais. Para ele, o aluno não seria nem o sujeito isolado, consciente, reflexivo nem o sujeito determinado, submetido às condições objetivas em que atua. Os indivíduos seriam agora caracterizados por uma bagagem socialmente herdada que inclui componentes objetivos e externos ao indivíduo. Dessa forma, Bourdieu estabelece algumas categorias que compõem a bagagem cultural; capital econômico, capital geral, capital institucionalizado e, sobretudo, capital cultural. Segundo Bourdieu, o capital cultural, especialmente na forma incorporada, é o “elemento de bagagem familiar que teria maior impacto na definição do destino escolar”.

Entre os mais favorecidos, a cultura escolar seria uma continuação da educação recebida no seio familiar, enquanto que nas crianças vindas de meio menos favorecido, a educação formal poderia representar até mesmo algo estranho e ameaçador, não encontrando nessas últimas a mesma repercussão. Portanto, o benefício escolar está relacionado ao capital cultural prévio e resultaria mais adiante maior ou menor possibilidade de inserção nos mercados de trabalho e social.

Relacionado aos investimentos educacionais, Bourdieu estabelece algumas centradas no conceito de classe social, elencando três conjuntos de estratégias que seriam adotadas pelas classes. As classes menos favorecidas, pobre em capital econômico e cultural, investiriam moderadamente, já que o retorno é baixo, incerto e de longo prazo. Essas famílias exigiriam menos rendimento escolar e esperariam apenas que os filhos estudassem o suficiente para se manter. Um investimento numa carreira mais longa só aconteceria se os resultados da criança fossem excepcionalmente positivos, de modo a justificar uma a aposta arriscada.

De outra parte, a classe média ou pequena burguesia, segundo o autor, “tenderiam a investir pesada e sistematicamente na escolarização dos filhos”, visto que, originárias, na maioria das vezes, das camadas populares e tendo ascendido às classes médias por meio da educação, já possui um volume razoável de capitais.

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