A compulsao transformada em vicio
Por: Monique Silveira • 21/6/2016 • Trabalho acadêmico • 594 Palavras (3 Páginas) • 1.096 Visualizações
A compulsão transformada em vicio
Como cita no livro, bauman diz que tanto na modernidade quanto na pos modernidade, a individualização [e uma fatalidade, não uma escolha. Não se tem mais opção de escapar dela, resultando num processo de lenta corrosão e desintegração da cidadania. O individuo nascido nesse processo é o pior inimigo do cidadão, já que tende a ser indiferente ou descrente em relação ao bem comum ou a nocao de uma sociedade justa, como tende o cidadão.
Quanto mais se procura e se precisa de exemplos, conselho e orientações , mais se sofre quando privado de novas doses. Todos vícios são auto destrutivos, pois são atraentes quando não testados, mas dificilmente cumprem com o que prometem. E mesmo se algum se mostrasse funcionar como esperados a satisfação não duraria por muito tempo pois o volume de objetivos sedutores a disposição são infinitos. As coisas com o que e pelo que as identidades são construídas, acabam sendo produtos não mais com o signo de “objetos duráveis”, mas com uma data de validade limitada ou, mais especificamente, objetos que estão fadados a uma “obsolescência imediata” e caindo em desuso ate antes dessa data. Isso faz com que seja sempre preciso estar atento às novidades sob pena de ficarmos aquém das novas possibilidades de satisfações, com ofertas novas e aperfeiçoadas.
Metaforicamente, comparou a identidade como a crosta de lava de vulcão em que, por vez ou outra endurece, mas logo se dissolve sem se fixar. É como se a linha de chegada sempre se movesse mais veloz que o mais veloz dos corredores. É uma corrida que inicia mas não termina, ela que mantem viva a demanda por outros meios. “Agora aqui veja, é preciso correr o máximo que você puder para permanecer no mesmo lugar. Se quiser ir a algum outro lugar, deve correr pelo menos duas vezes mais depressa que isso!” lewis carroll
A historia do consumismo é de quebra e descarte sucessivos de obstáculos sólidos que limitam o principio do prazer, liberação de fantasias desejosas. A necessidade ditava os comportamentos, sendo solida inflexível e finita. Logo foi descartada por algo mais fluido e expansível: o desejo. É ele que mantem os corredores correndo, é autopropelido não precisando de justificação ou causa. Logo, esta fadado a permanecer insaciável.
Comprar significa esquadrinhar as possibilidades, examinar, tocar, sentir: vamos as compras tanto nas lojas quanto fora delas. A politica de vida deriva da pragmática de comprar, de modo que a lista de compras não tem fim e não ir as compras não figura nela.
Agora por fim, é a vez de descartar o desejo por um estimulante ainda mais poderoso e mais versátil. Surgindo assim o “querer”, que diferente do desejo, não se fundava em princípios como a comparação, vaidade, inveja ou autoprovacao. O querer é casual, inesperado e espontâneo .
O que Bauman parece querer chamar atenção, neste aspecto, é uma lógica consumista que atravessa os diversos campos da existência humana e que coloca em evidência, no consumismo desenfreado, uma suposta fuga da insegurança específica da sociedade dos consumidores individualizados. Assim, confirma o autor: “querem estar pelo menos uma vez seguros, confiantes; e a admirável virtude dos objetos que encontram quando vão às compras é que eles trazem consigo (ou parecem por algum tempo) a promessa de segurança”. É como se o individuo se expressasse através de suas posses, um consumo ligado a auto expressão.
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