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AS CONSEQUÊNCIAS A ECONOMICAS DA PAZ

Por:   •  5/12/2022  •  Resenha  •  1.687 Palavras (7 Páginas)  •  66 Visualizações

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AS CONSEQUÊNCIAS A ECONOMICAS DA PAZ

🡪A EUROPA ANTES DA GUERRA

Antes de 1870, o continente europeu tinham especializado na produção de alguns produtos, sendo substancialmente autossuficiente. Depois de 1870 a condição econômica da Europa tornou-se peculiar e instável.

A população aumentava e a agricultura como a indústria passaram a ter um rendimento proporcionalmente maior. O crescimento da população europeia fez com que houvesse mais emigrantes para cultivar o solo do Novo Mundo; por outro lado, na Europa havia mais trabalhadores para fabricar produtos industriais.

Até cerca de 1900, o poder de compra de alimentos cresce. Entretanto, esse processo começou a ser inverter, e passou a haver uma redução do produto da natureza em resposta aos esforços do homem. Mas o aumento do preço era compensada por outras melhorias. Por outro lado, os recursos da África passaram a ser utilizados em larga escala.

Essa época feliz afastou uma visão de melancolia. Antes do século dezoito a humanidade não alimentava falsas esperanças. Contrariando as ilusões popularizadas nos últimos anos dessa fase.

A era que terminou em 1914 foi um progresso econômico da humanidade. A maior parte da população trabalhava duramente e tinha um baixo padrão de conforto; no entanto, ela se contentava com a sua sorte. Qualquer homem podia escapar para as classes média ou superior. No mesmo momento e pelos mesmos meios podia aplicar sua riqueza nos recursos naturais e em novos empreendimentos, participando assim, sem esforço dos frutos em perspectiva. Se o desejasse podia obter imediatamente meios de transporte baratos e confortáveis para qualquer país ou clima. Os projetos e a política do militarismo e do imperialismo, dos monopólios, e quase pareciam não ter influência sobre o curso ordinário da vida econômica e social.

  1. População

Em 1870 a Alemanha tinha uma população de cerca de quarenta milhões de habitantes. Esse número havia aumentado, e em 1914 era de sessenta e oito milhões. Aumento notável só foi possível pela transformação ampla da estrutura econômica do país. De uma nação agrícola, se transformou em uma grande e complicada máquina industrial. Era possível criar emprego internamente para a população em crescimento, assim como ter recursos para adquirir no exterior elementos de subsistência. No Império Austro-Húngaro a mesma tendência se fazia sentir embora em menor grau.

Antes da guerra a população da Alemanha, unidas à da Áustria Hungria era quase igual à de toda a América do Norte. Nesses números, concentrados em um território compacto, residia o potencial militar das Potências Centrais.

A Rússia europeia teve um crescimento demográfico ainda maior que o da Alemanha.

Os grandes eventos históricos são devidos muitas vezes a mudanças seculares no crescimento da população e a outras causas econômicas fundamentais que escapam pelo seu gradualismo à percepção dos observadores contemporâneos. A ampla sublevação da sociedade que derrubou z religião, a base da propriedade, a forma de governo e a hierarquia das classes sociais; e o poder de perturbação social da fecundidade excessiva do país pode ter desempenhado um papel mais importante na derrubada dos laços da convenção do que o poder das idéias ou os erros da autocracia.

  1. Organização

A organização dependia de fatores internos do sistema.

A interferência das fronteiras e das tarifas ficou reduzida a um mínimo, e 300 milhões de pessoas viviam dentro das fronteiras dos três impérios da Rússia, Alemanha e Áustria-Hungria. As várias moedas, mantidas todas em uma base estável entre si e em relação ao ouro, facilitavam o livre fluxo de capital e comércio. Nessa grande área havia uma segurança quase absoluta para a propriedade e as pessoas.

Esses fatores de ordem, segurança e uniformidade, prepararam o caminho para a organização desse vasto mecanismo de transporte, distribuição do carvão e de comércio internacional que tornou possível uma ordem industrial nos densos centros urbanos.

O sistema econômico do continente dependia principalmente da Alemanha. Seu crescimento propiciava aos vizinhos um mercado para os seus produtos, em troca dos quais o espírito empreendedor dos comerciantes alemães lhes proporcionava o que era necessário para manter os preços baixos. Todos os Estados europeus, exceto aqueles situados a Oeste da Alemanha, tinham mais de uma quarta parte do seu comércio exterior dirigida para aquele país.

A Alemanha não só comerciava com esses países como supria uma grande parte do capital necessário para o desenvolvimento de alguns deles. Assim, toda a Europa a Leste do Reno estava incluída na órbita industrial da Alemanha, e sua vida econômica estava ajustada a essa situação.

  1. A Psicologia Social

A Europa estava organizada social e economicamente de modo a proporcionar a acumulação máxima de capital. A sociedade estava constituída de tal forma que uma boa parte do aumento da renda ficava sob controle da classe menos disposta a consumir. Os novos ricos não se inclinavam a fazer grandes gastos. Como efeito, foi justamente a desigualdade da distribuição da renda que tornou possível essa vasta acumulação de riqueza fixa e de aprimoramento do capital que distinguiu essa época de todas as outras.

A imensa acumulação de capital fixo havida no meio século que precedeu a guerra, com grande benefício para a humanidade, nunca teria ocorrido em uma sociedade onde a riqueza fosse dividida equitativamente. De um lado, a classe trabalhadora aceitava, ou era obrigada a aceitar uma situação em que pouco podia aproveitar do acervo produzido pela sua cooperação com os capitalistas e a natureza. De outro lado, a classe capitalista podia apropriar-se da maior parte desse produto, ficando em teoria livre para consumi-lo, com a condição tácita de que na prática consumisse muito pouco. As pessoas eram exortadas não tanto à abstinência como a adiar os prazeres, e a cultivar a satisfação dada pela segurança e a expectativa.

A sociedade não se empenhava na busca dos pequenos prazeres do momento, mas na segurança e aprimoramento da raça, no futuro: pelo "progresso". Se não se repartisse e crescesse na razão geométrica, a juros compostos, chegaria um dia em que teria o suficiente para todos. Nesse dia desapareceriam o excesso de trabalho e de população, assim como a falta de alimentos, e os homens, garantidos a necessidade e os confortos do corpo, poderiam dedicar-se ao exercício mais nobre das suas faculdades.  

Havia duas falhas nessa visão: se a população ultrapassasse a acumulação, abster-nos promoveria apenas números, não a felicidade geral; e poderia ser consumido prematuramente pela guerra.

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