Comunismo: O movimento que supera o Status Quo
Por: Rosaly Moreira • 8/1/2019 • Resenha • 2.094 Palavras (9 Páginas) • 304 Visualizações
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FACULDADE LATINO-AMERICANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS
FLACSO BRASIL
MAESTRÍA ESTADO, GOBIERNO Y POLÍTICAS PÚBLICAS
Rosaly Ferreira Moreira
COMUNISMO: Movimento que supera o Status Quo
Belém
2018
Rosaly Ferreira Moreira
COMUNISMO: Movimento que supera o Status Quo
Resenha apresentada para a disciplina Tópicos Introdutórios em Ciência Política I, no curso de Maestría Estado, Gobierno y Políticas Públicas, da FACULDADE LATINO-AMERICANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - FLACSO BRASIL.
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Prof. Prof. Ms. Lucas Baptista
Belém
2018
RESENHA
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Parte I: Burgueses e Proletariados. In: O Manifesto Comunista. Versão eletrônica: Ridendo Castigat Moraes. Fonte Digital: RocketEdition de 1999.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia em geral e em particular a ideologia alemã In. A ideologia alemã. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1998.
A presente resenha tem o objetivo de correlacionar os principais aspectos das obras “O manifesto comunista” e “A Ideologia Alemã”, ambas produzidas por Karl Marx e Friedrich Engels.
A obra “O Manifesto Comunista” idealizado por Karl Marx e Friedrich Engels, foi publicado pela primeira vez em 1848, escrito com base em reuniões comunistas e publicado em diversas línguas. É uma obra de linguagem e entendimento fácil, dividida em quatro capítulos, dentre os quais nos atentaremos apenas para o capítulo I – Burgueses e Proletariados. O objetivo principal da obra é apresentar os principais ideais do Comunismo no contexto histórico da Europa marcado por lutas trabalhistas de 1848. Capítulo I - Burgueses e Proletariados faz uma evolução histórica da sociedade marcada pelo antagonismo marcante de duas classes, a burguesia e o proletariado fruto do modo de produção do capitalismo.
A Ideologia Alemã é uma obra póstuma, escrita por Karl Marx entre os anos de 1845 e 1846, publicada pela primeira vez em 1932 na União Soviética, o livro é uma coletânea de manuscritos do sociólogo e organizados por Friedrich Engels. A obra está divida em três partes, dentre os quais abordaremos apenas a primeira parte denominada: A – A ideologia em geral e em particular a ideologia alemã.
“A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado são igualmente inevitável” (MARX, ENGELS, 1848, pg. 27).
É notório observar na obra “O Manifesto Comunista” a apresentação de ideais revolucionários de defesa de uma sociedade sem classes e sem propriedade privada, bem como só com a união de todos os proletários será possível a derrubada da burguesia e, por fim, a soberania do proletariado. Pois, segundo Marx & Engel,
“De todas as classes que ora enfrentam a burguesia, só o proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária. As outras classes degeneram e perecem com o desenvolvimento da grande indústria; o proletariado pelo contrário, é seu produto mais autêntico” (MARX, ENGELS, 1848, p. 24).
Partindo desse ponto, escrever sobre “O Manifesto Comunista” é discorrer sobre a evolução da burguesia e do seu mais autêntico produto, o proletariado, o único capaz de derrubá-la, pois como destaca a obra a burguesia já cumpriu o seu papel “(...) a burguesia não forjou apenas as armas que lhe darão a morte; também engendrou os homens que empunharão essas armas: os operários modernos, os proletários” (MARX, ENGELS, 1848, p. 18).
Desse modo, a organização do proletariado em classe e em partidos políticos é a “veia” ideal para o renascimento da sua força e para o reconhecimento legal de seus interesses, pois o desenvolvimento da sociedade é incompatível com a dominação da burguesia. Nesta obra encontramos o norte a qual devemos seguir para a derrubada da burguesia. Pois segundo Marx e Engels,
“Ora, a indústria, desenvolvendo-se não somente aumenta o número dos proletariados, mas concentra-os em massas cada vez mais consideráveis; sua força cresce e eles adquirem maior consciência dela. (...) Ora, basta esse contato para concentrar as numerosas lutas locais, que têm o mesmo caráter em toda parte, em uma luta nacional, em uma luta de classes. Mas toda luta de classes é uma luta política” (MARX, ENGELS, 1848, pp. 21; 22).
Para contextualizar, a sociedade burguesa moderna é fruto do advento do capitalismo que emergiu das ruínas do feudalismo e evidenciou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de luta, e que afunila a sociedade a dividir-se, estreitamente, em duas classes oposta: a burguesia e o proletariado. O Manifesto Comunista impacta a reflexão daquilo que era o seu objetivo e que é mais atual do que nunca na frase “A história de toda sociedade até os nossos dias é a história da luta de classes” (MARX, ENGELS, 1848, p. 7). Objetivo este de conscientização dos trabalhadores das indústrias e às condições as quais estavam submetidas, das suas reais condições sociais e históricas, e que de fato o rompimento da ideologia burguesa era a única forma de liberdade e de luta.
A base e a consolidação do capitalismo e sua sociedade burguesa moderna começa com o capitalismo comercial, primeira fase do capitalismo, com o nascimento do comércio nos feudos. O capitalismo ganhou grande destaque com o descobrimento de novas técnicas e invenções e a indústria moderna será a grande responsável pela afirmação antagônica das duas classes sociais que definirá o modo de produção. O modo de produção passará por uma evolução sincronizada com as necessidades do comércio, divida em fases – artesanato, manufatura e indústria – que obedecem ao ritmo do mercado, que perpassam pela antiga organização feudal da indústria (corporações fechadas); a abertura de novos mercados com a manufatura e sua divisão do trabalho dentro das oficinas e o surgimento da máquina a vapor – elemento revolucionário da produção industrial. A indústria moderna superou a manufatura e a burguesia manufatureira cedeu lugar para os milionários da indústria – burgueses modernos. Momento crucial para o desenvolvimento da produção em larga escala, ou seja, uma produção à nível global, a grande indústria globalizou a circulação da mercadoria, da produção, das pessoas e do capital. Com isso, o capitalismo industrial, através do mercado mundial, conquistou a soberania política, transformando o Estado moderno em comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa.
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