Diario de Campo
Por: jaquekekel • 25/3/2016 • Trabalho acadêmico • 2.285 Palavras (10 Páginas) • 656 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
POLO UNIVERSITÁRIO DE RIO DAS OSTRAS
DEPARTAQMENTO INTERDISCIPLINAR DE RIO DAS OSTRAS
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
Estágio IV
1° Diário de Campo
Rio das Ostras - RJ
2016
Plantão Social:
O Plantão Social do CRAS Central funciona todos os dias de segunda a sexta-feira, no horário da 8 às 12h. Há uma escala entre as assistentes sociais, onde cada dia uma delas faz o plantão. A minha supervisora, faz o plantão todas as terças-feiras. Como diz Mioto:
“É no plantão social que, tradicionalmente, se define o acesso a uma gama imensa de recursos e serviços dentro ou fora das organizações. Tal definição tem na sua base a realização de um estudo socioeconômico/estudo social, independente de ser realizado com mais ou menos tempo, com mais ou menos qualidade, ou ainda com mais ou menos compromisso, uma vez que estas ações tem sido altamente desvalorizadas no contexto profissional”.
Atendimento no plantão social:
- A usuária compareceu ao CRAS para saber sobre o kit canguru e solicitando uma cesta básica, em relato a mesma informou que a filha mais velha de 15 anos está grávida de 5 meses e que já inserida no projeto canguru do NASA e está fazendo o pré-natal na mesma instituição. A responsável pela adolescente informou a Assistente Social que a filha teve um relacionamento escondido com o vizinho e que não veio a público, casado, tem 32 anos e que não quer assumir a paternidade da criança (SIC). Analisando a situação a minha supervisora entrou em contato com o CREAS para avaliar o caso e foi orientada a comunicar ao conselho tutelar sobre caso para averiguar a situação. Foi cedida a cesta básica.
Ao acompanhar esse atendimento pude observar a necessidade de uma pessoa em poder ter um apoio de profissionais para ajudar a solucionar um problema que torna grave devido a situação em que se encontra, ver uma filha tão jovem grávida e sem ter condições de se sustentar. E também analisar sobre o fato de um homem “maduro”, praticar um ato tão nocivo a essa jovem.
Minha crítica está relacionada em que neste momento somente poderá levar ao conselho tutelar o caso, pois, acho que é de grande importância solucionar a situação dessa adolescente de forma emergencial, desde que sabemos que o conselho tutelar é caso muito sério a ser analisado.
- O usuário compareceu ao CRAS solicitando cesta básica, pois vive de bico como pintor e recebe R$ 750,00 mensais tem um filho deficiente e sua esposa orientada pelo médico não trabalha para poder cuidar de seu filho que precisa de atenção diária. A Assistente Social o orientou a dar entrada no INSS ao benefício do BPC para o filho como forma de aumentar a renda, pediu ao usuário que tirasse o CPF da criança e trouxesse o laudo médico para solicitar o benefício. Foi cedida a cesta básica emergencial.
Analisando este atendimento percebi a importância do aprofundamento que me foi proposto em uma aproximação em estudos na Política de assistência social com a leitura do NOB/SUAS/2012 – Norma Operacional Básica de Assistência Social, refletindo os objetivos do SUAS e que nos mostra a responsabilidade da união por beneficiar com o BPC, passando a conhecer com mais profundidade o programa e o benefício em si, suas particularidades, população atendida e sua extensão e abrangência intersetorial, refletindo a importância do benefício aos usuários. E neste atendimento em específico ficou claro a importância do saber profissional, onde todo trabalho realizado pelo Assistente Social tem a função de regular e encaminhar o que é de direito ao usuário, e assim poder amenizar sua situação financeira.
- Usuária, viúva, compareceu ao CRAS para solicitar ajuda em receber a pensão em caso de morte de seu companheiro de 40 anos de convivência. A mesma relatou que morava com o companheiro todo esse tempo, só que na época em que se envolveu com ele, era casado e ela era adolescente com 16 anos e ficou grávida, então decidiram a morar juntos. De uns 8 a 9 anos atrás ele adoeceu teve 4 AVCs e devido a gravidade da doença resolveu vir morar em Rio das Ostras, onde ela tem irmãos aqui e também por poder cuidar do marido, pois aqui tinha mais recursos. Desde este período de início, procurou o CRAS Central para obter ajuda em suas necessidades onde foi atendida com acompanhamento de visitas domiciliares, atendimento mensais, e outros benefícios que lá encontrava como fraldas geriátricas, cadeiras de roda, atendimento na hidroterapia e encaminhamentos à outras instituições que eram necessários neste momento. Devido à sua situação de resolver a questão da pensão, procurou o CRAS para auxiliá-la para receber o benefício, pois foi negado pelo INSS, pois não tinha prova o suficiente para comprovar a união entre eles. A Ana Paula a orientou a recolher todos os documentos de todos os lugares onde ele fazia tratamento para reforçar e ela conseguir o benefício e também redigiu um documento com o tempo em que ela era acompanhada pelo CRAS para ajudar a confirmar o tempo de união entre eles e assim colaborar para a liberação do benefício e explicou a usuária como funciona as instâncias do processo de liberação do INSS.
Neste atendimento como foi citado no caso anterior o saber profissional tem sua relevância, onde o assistente social tem a função de regular e encaminhar o que é direito ao usuário, pois lhe é constitucional.
Minha crítica é referente que na maioria das vezes os usuários encontram tantas dificuldades em requerer os direitos e se submetem a tantos percalços para adquirirem o benefício já que lhe é constitucional e na atual política exigem tanto dos usuários para conquistarem ao benefício.
Analisando esses atendimentos, pude observar a necessidade do profissional do serviço social ter o conhecimento da prática profissional e intervir aos usuários diante as dificuldades são encontradas na sua vida cotidiana, para que seja de forma imediata e de ser capacitado a responder á essas demandas.
Como nos mostra o texto de Yolanda Guerra,:
Nestas respostas impera a exigência do atendimento às demandas que chegam à profissão de modo que aspira-se ao alcance dos fins, mas não se impõe, na mesma medida, em nível imediato, uma reflexão ético-politica sobre os meios utilizados para isso. (GUERRA, 1995).
Visita Domiciliar:
Foram feitas visitas domiciliares para recadastramento do cartão do bem com sucesso, onde foram atendidos a todos os usuários. Estas visitas foram ordenadas pela Secretaria do Bem Estar Social, pois foi detectado várias suspensões dos benefícios devido a evasão escolar, entre outros. A assistente social foi á residência dos usuários para constatar o motivo desses casos e também solicitar a presença dos usuários a uma reunião que será realizada no Parque da Cidade, o dia 30/03, para que os usuários regularizem sua situação em relação à suspensão deste benefício.
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