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Documentário “Privatizações, A Distopia do capital”

Por:   •  5/7/2020  •  Resenha  •  463 Palavras (2 Páginas)  •  643 Visualizações

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O Estado é a sociedade, formado por pessoas, bens e patrimônios, comandado por figuras políticas com poder de decisão, que investe em seus próprios recursos naturais para obtenção de melhorias para o país em seus vários âmbitos, construídos ao longo do tempo pela população, a fim de que este volte em forma de benefícios mais acessíveis em todos os níveis, sendo este o seu papel de origem. Com o movimento de privatização ocorrido no país na década de 90, vendido como um benefício à população, o Estado passou seus maiores bens para o controle internacional, se eximindo da responsabilidade em manter o favorecimento à população com vistas apenas aos lucros de capital financeiro.

Após esse movimento, o Estado passou a ser neoliberal, isto é, passou a valorizar sua intervenção mínima de investimento em serviços públicos e a liberdade de mercado na tentativa de obter ganhos para o país, mas a realidade se mostrou diferente quando essa redefinição enfraqueceu os poderes do mesmo. Este poder foi fragmentado e teve seu papel minimizado a interesses financeiros e acumulação de capital, onde a economia prevaleceu sobre a política. O Brasil começou a seguir as tendências mundiais da globalização, e começou a exportar seus produtos a fim de obtenção de capital, tornando o mercado a solução dos problemas financeiros. Os efeitos dessa globalização foram traduzidos em serviços básicos e bens naturais como mercadoria.

O Estado visto como o maior problema para o desenvolvimento do país, e com o grande crescimento das privatizações, foi desconstruído e perdeu o controle das suas maiores e principais riquezas naturais. A venda das riquezas do Brasil, a baixo custo, garantiu o enriquecimento de setores privados e transferiu o PIB para este mesmo setor, gerando concentração de bens e capital nas mãos de grupos estrangeiros e algumas famílias. Com isto, houve redução dos postos de trabalho para entrada de tecnologias, resultando na precarização e flexibilização do trabalho através de mão de obra terceirizada, desqualificando o trabalhador e focando apenas nos lucros, sem vistas para o benefício da população, tornando a gestão pública ineficiente.

As consequências da privatização no país são sentidas até hoje, e interferem diretamente em diversos setores. A Reforma Sanitária que culminou na elaboração da Constituição de 88, garantiu direitos essenciais à população, mas até hoje sofre com este projeto privatista hegemônico quando o investimento nos diversos setores, assim como na saúde, são feitos principalmente em setor privado através do poder público, com o subfinanciamento e fechamento de leitos públicos, quando o direito a moradia é garantido, mas ao imóvel não, quando o acesso não é equânime, quando há exclusão de classes menos afortunadas quanto ao livre acesso aos serviços básicos. A privatização transformou os cidadãos em consumidores, e atendeu as necessidades do mercado, não a do povo.

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