Nota de Leitura Rumos da dependência brasileira no contexto latino-americano.
Por: Taís Castro • 10/5/2021 • Ensaio • 676 Palavras (3 Páginas) • 130 Visualizações
Rumos da dependência brasileira no contexto latino-americano.
Taís Lima Castro
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Desenvolvimento econômico e social no Brasil
BC&T- UFABC
No final do século XIX e início do século XX, exigiu-se uma mudança de padrões econômicos em decorrência do modo capitalista. Evidentemente, para que se firmasse tal sistema competitivo, se fazia necessário criar um mercado consumidor e assalariado e imprescindível ao início da industrialização para a consolidação do sistema.
Os avanços econômicos não ocorreram simultaneamente aos avanços políticos, mas de forma estratégica a política foi deixada de lado nesse processo, enfatizando-se apenas a aceleração do crescimento econômico. Uma disparidade ao modelo de revolução bem sucedido na França.
No entanto, cabe ponderar que o Brasil não possuía as mesmas estruturas econômicas que os países capitalistas europeus, tampouco apresentava grupos derivados dos desfavorecidos, que tivessem força expressiva suficiente para exercer pressão a fim de que suas demandas fossem atendidas e, por conseguinte, houvesse alternância de poder. Pelo contrário, o cenário era de uma minoria privilegiada e dominante (oriunda da burguesia local e das oligarquias) que analogamente a outrora passaram a decidir em detrimento da maioria. A partir disso são perceptíveis os motivos pelos quais foram oferecidos bloqueios à ampliação do contexto político, dado que era conveniente que os laços de dependência fossem mantidos.
Portanto, intentar a implantação de um modelo de revolução baseado em modelos efetivos de outros países é deveras falho, visto que é impossível manter um padrão com bases e estruturas tão diversas entre si.
Ressalva-se que as relações econômicas brasileiras com o exterior não foram modificadas, mas alteraram-se apenas as características dessa dependência. Consequentemente, para que se entenda o cenário político-econômico brasileiro, é vital a compreensão do modo como incidiu a revolução burguesa e como essa nação estava inserida no contexto mundial, pois não é possível aventar com precisão sobre o processo de desenvolvimento sob um ângulo puramente econômico, do mesmo modo que é insuficiente para a descrição apenas a análise de comportamento dos fatores estruturais e do processo histórico da mudança.
As leituras de Dependência e desenvolvimento na América Latina e Revolução Burguesa se completam na medida em que é possível dar dimensão ao traçado social-econômico dos países latino-americanos e noutra dimensão do panorama nacional brasileiro. Exibe, contudo, uma oportunidade de verificar tanto a vertente econômica, quanto a político-social de forma a associá-las e não somente justapô-las, pois de fato é um processo histórico e carrega um sentido que merece ser percebido.
O ensaio de Cardoso e Faletto inova quando rompe o simplismo em considerar todas as situações de dependência igualitárias e submetidas à lógica do capital, dando já naquela época as nuances do que hoje se denomina globalização. Tal qual fez Caio Prado ao seguir os rumos do sentido da colonização e examinar o Brasil não só nele mesmo, mas em suas origens desde a colonização, do mesmo modo que Buarque fez ao trazer a tona o “homem cordial”, como um apanhado de características advindos dos modos de relacionamento desde a colonização.
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