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O Fichamento Memórias Da Plantação

Por:   •  30/10/2023  •  Resenha  •  1.641 Palavras (7 Páginas)  •  47 Visualizações

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FICHAMENTO - MEMÓRIAS DA PLANTAÇÃO

  1. Máscara

O texto inicia-se mencionando a mascará do silenciamento que era utilizada pelos povos brancos nos povos pretos, com o intuito de silenciar esses povos e de, alguma forma, prevenir que os negros não se alimentassem do cacau e da cana de açúcar. Como mencionam no texto: “simboliza políticas sádicas de conquistas e dominação e seus regimes brutais de silenciamento das/ os chamadas/os de outras/os.”

Como a boca simboliza a fala e a enunciação, era uma forma dos brancos oprimir os pretos com excelência e de alguma forma mostrar quem de fato mandava na sociedade. No colonialismo, o colonizador acreditava e vivia de forma abusiva, crendo que o colonizado estava roubando aquilo que era dele de direito. Alienados, viviam negando as atrocidades que realizavam com os povos pretos.

A negação é a base do racismo, onde os brancos acreditam fielmente que os pretos estão ali para prejudicá-los de alguma forma. É com este movimento de negação, que os brancos viveram/vivem de forma a querer controlar os pretos. Como menciona no texto: “o sujeito negro se torna um inimigo intrusivo”.

O chamado “outro” está sempre associado ao antagonismo do “eu”. O povo branco fica dividido em duas oposições em relação ao externo, sendo a parte boa e benevolente associada ao “eu” e a parte má e rejeitada, associada ao “outro”. Como descreve o livro “o sujeito negro torna-se então tela de projeção daquilo que o sujeito branco teme reconhecer sobre si mesmo”.

Na concepção dos povos brancos, o sujeito negro é considerado um objeto ruim, transformando isso em tabu e desrepeito até os dias atuais. Possuem uma imagem de violento, perigoso e ameaçador, “permitindo à branquitude olhar para si como moralmente ideal, decente, civilizada e majestosamente generosa, em controle total e livre da inquietude que sua história causa”.

O sujeito negra se torna tudo aquilo que o sujeito branco não quer ser. Mencionam a palavra outridade, como uma personificação daquilo que o “eu” do branco rejeita na sociedade. É também utilizado o termo “dessemelhança” para a branquitude de forma que os povos brancos acreditam e se comportam como uma raça diferente das dos pretos.

Um ponto de vista interessante é quando mencionam que não é com o sujeito negro, mas sim com a posição que os brancos os colocam, com essa fantasia do que o povo preto deveria ser. Devido a isso, a consciência dos negros é considerada programada para acreditar nessa posição e alienação que os brancos os colocaram históricamente.

Culturalmente, o povo negro é inserido numa sociedade em que não há portas de esperanças para essas pessoas. Já nascem sem referências positivas, apenas com as negativas do passado colonial. No texto menciona que “tal separação é definida como um trauma clássico, uma vez que priva o indivíduo de sua própria conexão com a sociedade inconscientemente pensada como branca”.

O homem branco repreende aquilo que não quer que o homem negro tenha a dizer. Para Freud, repressão é todo o movimento de se afastar de algo que não quer que venha à consciência. Porém, os fatos e verdades escondidos no inconsciente podem vir a tona a qualquer momento, trazendo consigo o sentimento de vergonha. Essa máscara da repressão serve para calar os sujeitos negros de dizerem aquilo que os brancos querem manter escondido e fora da consciência.

Como menciona o texto: “repressão é, nesse sentido, a defesa pelo qual o ego controla e exerce censura ao que é instigado como uma verdade desagradável.” Outro ponto importante é a associação da máscara com o sentimento de pertencimento. Quando os seres que são ouvidos, são os que pertencem e os que não são ouvidos, são aqueles silenciados, não pertencentes a uma sociedade.

  1. Quem pode falar

O texto inicia com a fala de “pode a subalterna falar?” e claramente, a resposta é não. Além do não poder falar culturalmente cultuado no colonialismo e pós-colonialismo, com a máscara, elas não podem literalmente falar. A autora faz uma comparação com as viúvas indianas que têm o seu corpo cremado junto com o falecido marido. O patriarcado consegue anular e oprimir essas mulheres, além de anular sua própria existência sem a presença de um homem.

A cultura estabelecida no colonialismo é o calar as pessoas pretas, de forma que mesmo que elas gritem, ainda assim, não são escutadas. O texto menciona “o sujeito negro não tem capacidade de questionar e combater discursos coloniais.” Podendo assim dizer, que a voz do homem branco tem mais força e imposição ao homem negro. Além disso, possui a ideia de que o sujeito calado é menos humano e, por isso, sua voz não alcança os ouvidos de quem está no poder.

A abordagem do livro de mostrar como o conhecimento e a ciência estão ligados intrinsecamente ao poder a autoridade. A autora menciona no texto “o centro ao qual me refiro aqui, isto é, o centro acadêmico, não é um local neutro. Ele é um espaço branco onde o privilégio de fala tem sido negado para as pessoas negras.”

Esse processo de “outridade” e objetificação do sujeito negro não indica uma falta de interesse ou resistência dos pretos, mas sim, a falta de acesso a representação sofrida por esses povos. No mundo acadêmico, é comum encontrar falas de sujeitos brancos à negros de como pesquisas sobre o sofrimento racional é subjetiva, pouco cientifica e muito emocional. Trata-se de uma nova forma de máscara para silenciar os negros.

“O colonialismo “não apenas significou a imposição da autoridade ocidental sobre terras indígenas, modos indígenas de produção, leis e governos indígenas, mas também a imposição da autoridade ocidental sobre todos os aspectos dos saberes, línguas e culturas indígenas”, não é somente uma imensa, mas também urgente tarefa descolonizar a ordem eurocêntrica do conhecimento.”

Como o mundo acadêmico e epistemológico é guiado pelos brancos, quando um sujeito negro transcreve de forma cientifica os fatos ocorridos no passado e na atualizada sobre o racismo e suas configurações, é interpretado como algo subjetivo, sem poder de fala ou até mesmo como algo não científico. Sujeitos brancos invalidam o que sujeitos pretos fazem e falam até mesmo quando se trata de estudos científicos. Os sujeitos pretos são calados de inúmeras formas pelos o que guiam a sociedade: os brancos.

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