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O Suicídio – Estudo sociológico

Por:   •  4/5/2018  •  Resenha  •  9.641 Palavras (39 Páginas)  •  183 Visualizações

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O SUICÍDIO (1897) – ÉMILE DURKHEIM

DURKHEIM, Émile. O suicídio – Estudo sociológico. Zahar editores. Rio de Janeiro. 1982.

INTRODUÇÃO

Necessidade de constituir, por uma definição objetiva, o objeto do estudo. Definição objetiva do suicídio. De que maneira ela evita as exclusões arbitrárias e as comparações enganadoras: eliminação dos suicídios de animais. De que modo ela assinala as relações do suicídio com as formas comuns da conduta

- Definição objetiva do objeto de estudo: “chama-se suicídio toda morte que resulte mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo, levado a cabo pela própria vítima.”(p.14) “chama-s suicídio todo caso de morte que resulte direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo, praticado pela própria vítima, sabedora de que devia produzir esse resultado.” (p. 16)

- Ciência: reunião de fatos comparativos: “Só se explica comparando. Uma pesquisa científica só pode atingir seu objetivo se considerar fatos comparáveis, e suas probabilidades de êxito estarão na proporção da quantidade de fatos reunidos que possam ser proveitosamente comparados.” (p.13)

Diferença entre o suicídio considerado nos indivíduos e como fenômeno coletivo. A taxa social dos suicídios; sua definição. Sua constância e especificidade superiores às da mortalidade geral.

A taxa social dos suicídios é pois um fenômeno sui generis; ela é que constitui o objeto do presente estudo. Divisões da obra

- Natureza eminentemente social: história privada, fatores individuais e eventos particulares (psicologia); elemento social: vida moral, crise do estado social, ruptura do equilíbrio social, conjunto de suicídios durante dado espaço de tempo: dados estatísticos (sociologia), relação com outros fatos sociais “O sociólogo procura as causas por meio das quais é possível atuar sobre o grupo, mas não sobre os indivíduos isoladamente. Por conseguinte, entre os fatores dos suicídios, os únicos que o ocupam são os que exercem influência sobre o conjunto da sociedade. A taxa de suicídios é produto desses fatores.”. (p.19-23)

LIVRO I – OS FATORES EXTRA-SOCIAIS

Capítulo I – O suicídio e os estados psicopáticos

Principais fatores extra-sociais suscetíveis de terem influência sobre a taxa social dos suicídios: tendências individuais de suficiente generalidade, estados do meio físico

- Duas espécies de fatores extra-sociais 1) disposições orgânico-psíquicas e 2) natureza do meio ambiente físico;

Teoria segundo a qual o suicídio seria consequência da loucura. Duas maneiras de demonstrá-la: 1) o suicídio é uma monomania sui generis; 2) é uma síndrome da loucura, não encontrável em outras situações;

- Recorre a teses e teorias de psiquiatras e psicólogos acerca do tema referido: responder à questão se o suicídio é fruto tão-somente de uma manifestação psicótica sendo, portanto, uma doença individual (suicídio-loucura) ou se possui fatores coletivos;

- Alienação mental, loucura, delírio, mentes não sãs, patologia mental. Conceito de monomania: “O monômano é um doente suja consciência é perfeitamente sã, exceto em um ponto: ele apresenta uma única tara, e esta, nitidamente localizada. Por exemplo, em certos momentos tem uma ânsia descabida e absurda de beber, roubar ou ofender, mas todos os seus demais atos, como todos os seus outros pensamentos, são de rigorosa correção.” (p.27); “é uma paixão exagerada (…) uma ideia falsa, mas de tal intensidade a ponto de obcecar o espírito e lhe arrebatar toda liberdade.”; “exaltação excessiva ou depressão extrema ou ainda uma perversão geral. Há sobretudo falta de equilíbrio e de coordenação no pensamento e na ação. O doente raciocina, e, no entanto, suas ideias não se encadeiam sem lacunas; ele não se comporta de maneira absurda, mas falta continuidade à sua conduta.” (p. 28)

Será o suicídio uma monomania? Não mais se admite a existência de monomanias. Razões clínicas e psicológicas contrárias a essa hipótese

Será o suicídio um episódio específico da loucura? Redução de todos os suicídios vesânicos a quatro tipos. Existência de suicídios lúcidos que não se enquadram nessa categoria

- Distúrbios (pertubações) essenciais no funcionamento intelectual (inteligência); atividade consciente; substância metafísica;

- Estado psíquico, funções cerebrais, ordem das tendências, ordem das representações, sensibilidade (vontade), equilíbrio mental, sanidade mental; espírito humano: faculdades distintas e forças destacadas;

-  Suicídio => paixão anormal: neutraliza instinto de conservação;

- Relação necessária entre alienação mental (oposto de sanidade mental) e suicídio;

- Procedimento metodológico: Classificar os suicídios cometidos pelos loucos, propriedades essenciais, tipos principais e verificar se todos os casos se ajustam aos quadros nosológicos (*nosologia: termo médico de classificação de doenças);

- Tipos extraídos de especialistas: 1) Maníaco, 2) Melancólico, 3) Obsessivo, 4) Impulsivo e automático. (p. 30-32)

- Entre psicopatas. Investigar se anomalias desempenham papel importante na gênese do fenômeno;

Embora não sendo produto da loucura, poderia o suicídio decorrer estritamente da neurastenia? Razões para crer que o neurastênico é o tipo psicológico mais geral entre os suicidas. Resta determinar a influência dessa condição individual sobre a taxa de suicídios. Método para determiná-la: indagas se a taxa dos suicídios varia como a taxa da loucura. Impossibilidade de estabelecer qualquer relação quanto à maneira como esses dois fenômenos variam com os sexos, a religião, a idade, os países, o grau de civilização. Explicação dessa ausência de relações: indeterminação dos efeitos implicados pela neurastenia

- Distúrbio profundo do sistema nervoso: Neurastenia;

- Estabelecer relação entre conjunto de anomalias mentais de toda espécie com a taxa de suicídios;

- “O suicídio, como a loucura, é mais generalizado nas cidades do que no campo.”, não é necessariamente relação de causa a efeito, podendo ser coincidência.

-  Causas do suicídio ligadas estritamente à civilização urbana, grandes centros; Condições sociais;

- SEXO. Estatísticas [recenseamento]: Asilo de loucos: População feminina > população masculina; Mais forte tendência à loucura nas mulheres, sobrevivem melhor que o homem. Se neuropatas e suicidas possuem relação de causa e efeito, as mulheres matariam-se mais que os homens. Ao contrário, verifica-se que o suicídio é manifestação essencialmente masculina. “Cada sexo tem pois para o suicídio uma propensão definida, que chega a ser constante para cada meio social.” (p. 37)

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