Resenha Crítica Estratégia de Saúde da Família: Percepções de Usuários
Por: Rafaela Oliveira • 29/7/2020 • Resenha • 657 Palavras (3 Páginas) • 331 Visualizações
Visita domiciliar no âmbito da Estratégia de Saúde da Família: percepções de usuários no Município de Fortaleza, Ceará, Brasil
O artigo intitulado “Visita domiciliar no âmbito da Estratégia de Saúde da Família: percepções de usuários no Município de Fortaleza, Ceará, Brasil” foi elaborado pelas acadêmicas Adriana Albuquerque e Maria Bosi da Faculdade de Medicina, Universidade do Ceará e publicado em maio de 2009 no Caderno de Saúde Pública do Rio de Janeiro.
As autoras utilizaram como método principal entrevistas com usuários residentes em Fortaleza, tendo como tema os aspectos da visita domiciliar, características operacionais da mesma e a integração com outros níveis de complexidade, com o objetivo de compreender as percepções do usuário sobre a visita domiciliar na Estratégia de Saúde da Família (ESF) em relação aos princípios de integralização e humanização do Sistema Único de Saúde (SUS).
A ESF vem desempenhando um papel importante para a consolidação do SUS, e com suas ações inovadoras favorecem a equidade e universalidade do sistema. O programa encontra-se em crescente expansão no território nacional, procurando garantir a satisfação do cliente atendido.
A visita domiciliar é utilizada pela ESF como um instrumento de relacionamento interpessoal entre a equipe, cliente, família e comunidade, tendo como finalidade o reconhecimento do ambiente físico e social em que o indivíduo se relaciona boa parte de seu tempo, assim os profissionais da saúde, além de conseguir construir um vínculo de confiança com os membros, ele conseguirá identificar possíveis causas do adoecer, promovendo o cuidado de qualidade se atentando à realidade e aos recursos quais os indivíduos dispõem.
Em si, a visita domiciliar, tem grande importância por propor a mudança no olhar do profissional da saúde, que muitas vezes, está atento apenas à doença e ao cuidado curativo, esquecendo-se de olhar o paciente como um todo, pois segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença é que define o estado completo de saúde do indivíduo.
Pela visão do paciente, o enfermeiro é visto como o solucionador dos seus problemas, diminuindo sua dor, sua solidão, trazendo sentimento de esperança e considerando-os parte da família, visto também, como alguém que dá amor ao próximo e realiza seu trabalho com o coração. Por outro lado, é visto apenas como curador de patologias e prescritor de medicamentos.
De acordo com Vasconcelos et al (2013), que abordaram o mesmo assunto em seu artigo, a visita domiciliar constitui uma ferramenta estratégica, e que apesar de impasses operacionais, como frequência e duração de visitas e a não resolução de problemas de saúde nesse espaço, o usuário valoriza esse elemento, pois espera não ser atendido apenas por suas demandas biológicas, mas de atenção e respeito.
De modo geral, a visita domiciliar é fundamentada na articulação da promoção, prevenção e recuperação, abordando integralmente o indivíduo, família e comunidade.
Em suma, tanto os enfermeiros quanto os próprios pacientes precisam compreender a importância e o objetivo da visita domiciliar, pois ela proporciona um momento de interação entre o profissional e os pacientes, contribuindo para a criação de um vínculo de confiança, conseguindo através desta, contemplar todas as fases da Sistematização de Enfermagem (SAE), garantindo um atendimento integral e de qualidade não somente ao paciente, mas também à família inserida neste contexto.
Mediante o exposto, é importante que o estudante de enfermagem tenha em mente todos esses conceitos, para assim, desfocar o olhar somente da doença, buscando em todos atendimentos domiciliares, atender as necessidades físicas, psicobiológicas e sociais do indivíduo e sua família, satisfazendo os princípios de integralização e humanização do SUS.
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