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Resenha Formação Social e Política do Brasil

Por:   •  27/1/2023  •  Resenha  •  1.141 Palavras (5 Páginas)  •  130 Visualizações

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Universidade Federal do Espirito Santo[pic 1]

Faculdade de Ciências Sociais

Disciplina: Formação Social e Política do Brasil

Professor: Ugo Urbano Casares Rivetti

Aluno: Ayrton Castro de Souza

Resenha: A formação das almas: O imaginário da República no Brasil de José Murilo de Carvalho

 1º Capítulo - Utopias Republicanas

        Segundo José Murilo de Carvalho, logo no começo do 1º capítulo, que tem o título de “Utopias Republicanas”, o autor, utilizando-se do pronunciamento de Benjamin Constant, irá analisar a república brasileira, levando em consideração a Revolução Francesa e também a Americana. A primeira, segundo José Murilo, foi influenciada por pensadores como Rousseau e Mahly, que, ainda segundo ele, era uma liberdade contraposta à americana, uma vez que, a que os franceses defendiam era uma liberdade coletiva baseada nos princípios dos filósofos citados, algo que para ele ficou para trás, uma vez que, a liberdade dos modernos, visada na Revolução Americana, era direcionada para o indivíduo, com direitos como o de ir e vir, e o direito a propriedade privada. Cabe ainda citar, que para o autor, a liberdade moderna não sobrepõe os direitos de participação política, e sim, visa utilizá-la para defender os direitos civis dos cidadãos.

        Para o autor, os republicanos brasileiros se viam sem saída para tal problema de justificar seu regime, o que faria os mesmos utilizarem as repúblicas europeias, mais especificamente a francesa, e a república norte-americana como base para a criação de um modelo próprio.

        As duas liberdades: nessa parte, o autor discorre sobre a liberdade americana, que era pautada totalmente pelo ideal utilitarista de Hume, parafraseando o texto “Todos os homens eram velhacos, e só poderiam ser motivados por meio de apelos a interesses pessoais”, ainda cabe citar que, dentro dessa, Montesquieu era o pai filosófico na sua constituição, sendo assim, a liberdade era moldada pelas leis, ou seja, a liberdade é fazer tudo que as leis permitem, pois, se um cidadão fizer algo que é contra a lei, a liberdade deixa de existir, porque os iguais também poderiam optar por isso e gerando o caos. Também há o modelo da republica francesa, essa, por sua vez, era uma republica baseada nos ideais filosóficos de Rousseau, onde o entusiasmo coletivo é presente, e que os direitos universais do cidadão são bases para a sua república.

        Cabe ainda citar que, segundo o texto, há também uma terceira via de fontes para a república brasileira, onde os dois primeiros já citados tinham as suas prioridades de governo eram os aspectos da organização de poder, enquanto o terceiro, seria o que tem em foco intervenção popular, trazida pelos positivistas, onde eles detalhavam o papel que o ditador teria, e todas as demais funções estruturadas de um tipo de governo.

Seguindo o texto, o autor entra em uma parte chave de onde a república brasileira enfrentou grandes percalços. Na fase imperial, se organizava de forma semelhante a suas matrizes europeias que visavam manter um poder centralizador, porém, devido a grandes pressões que vinham de fora do país, e também das fugas em massa dos escravizados, foi feita a abolição da escravatura por parte do império.

Entretanto, houve uma grande falha por parte dos governantes da época, uma vez que, os mesmos foram todos abolidos de suas condições de escravos, mas não receberam nenhum tipo de subsídio, além de não serem inseridos na sociedade, sendo sempre colocados como a margem da lei ou perigosos, sofrendo vários tipos de represálias, e essa não era a única parte falha para o governo, pois, do outro lado, também havia a pressão por parte dos fazendeiros e produtores que se viam “prejudicados” pois os escravizados foram libertados sem ser pago nenhum tipo de compensação, algo que não deveria nem ser cogitado, uma vez que, a condição de escravidão não deveria existir, sendo um meio obsoleto, ultrapassado, e totalmente desumano de utilização de mão de obra.

Devido aos fatores citados acima, o governo não viu outra opção a não ser partir para o modelo de república, onde, para o autor, havia uma grande missão de fazer a transição dessa população de um governo imperial para uma república-nação. Sendo assim, haviam três grupos que defendiam seus próprios interesses, divididos em: Os proprietários rurais, que viam os modelos norte-americanos como perfeitos para a sua república, uma vez que atenderiam todos os seus anseios, tendo em base a constituição de 1891 norte-americana, ou seja, tendo a visão individualista. O segundo grupo era a versão jacobina da república, que considerava o império como o causador dos problemas da nação que seria formada. Seus ideais eram de liberdade, igualdade e da participação, mesmo que sem definir de maneira clara como seriam aplicadas as suas lógicas de república, ou seja, a própria dificuldade de mostrar as suas ideias faziam esse grupo perder a sua força de voz dentro da república. O terceiro grupo, eram os positivistas, esses, diferentes dos jacobinos, haviam diversas propostas para executar dentro da república, como o estado laico, a incorporação das classes operárias na sociedade, e progresso, progresso por meio de ditadura. A ideia de ditadura republicana era algo plausível e agradável para os positivistas.

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