Resenha: Regime de Acumulação Flexível e Saúde do Trabalhador
Por: Giulia Chiavarini Costa • 10/7/2022 • Resenha • 361 Palavras (2 Páginas) • 91 Visualizações
ABRAMIDES, Maria B. C.; CABRAL, Maria do Socorro R. Regime de
acumulação flexível e saúde do trabalhador. São Paulo em Perspectiva, v. 17, n. 1, p. 3-
10, 2003.
A partir da década de 70 observou-se o aumento considerável da exploração da força de trabalho como resposta à crise estrutural do capitalismo. O consumo em massa intrínseco ao modo de produção fordista foi incorporado às noções de tempo e lazer dos trabalhadores, as quais produziram reflexos nas relações trabalhistas do contexto pós-guerra. Nesse novo cenário a acumulação flexível foi de fundamental importância para a reestruturação das economias diante das dificuldades oriundas da crise do Fordismo.
Com o Toyotismo a elevação dos níveis de exploração da força de trabalho evidenciou-se por meio da acumulação flexível e da reafirmação da influência do capital no controle dos operários. Configurou-se então a acumulação flexível alicerçada na flexibilidade dos processos de trabalho e, segundo o texto, isso deu-se através da criação de novos setores de produção, novos mercados e da intensificação de taxas de inovações tecnológica, comercial e organizacional.
Nesse ínterim, decorreu do processo de flexibilização uma nova estruturação das relações de produção subsidiada essencialmente pela precarização, uma vez que a competividade e a concorrência inerentes ao modo de produção capitalista resultam na deterioração das condições trabalhistas à medida que o mesmo se desenvolve. Foi por meio de ações de desregulamentação de direitos sociais, enfraquecimento de movimentos sindicais, terceirização, redução do poder aquisitivo do trabalhador e ampliação dos índices de desemprego estrutural a partir da redução do número de operários (nota-se aqui a polivalência laboral) que instalou-se a crescente precarização da saúde do trabalhador.
Finalmente, além do aumento da pressão exercida pelos empregadores sobre a força de trabalho, é possível observar também um estreitamento entre os interesses do Estado e do capital. Através do Neoliberalismo estabeleceu-se o Estado voltado à acumulação em detrimento à classe trabalhadora, uma vez que priorizaram-se os interesses privados ao invés dos públicos, considerados universais. Portanto, a alteração na estruturação das formas de trabalho marcada pela intensidade de produção aliada ao desamparo estatal em relação às condições trabalhistas são fatores chave para a precarização da saúde do trabalhador e do seu modo de vida como um todo.
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