Resumo Texto Conflitos Ambientais
Por: jumalerba • 1/5/2022 • Resenha • 1.593 Palavras (7 Páginas) • 182 Visualizações
Vinícius Siqueira
ACSELRAD, Henri. Conflitos Ambientais no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Dumará Distribuidora de Publicações Ltda., 2004. p. 6-34.
“As lutas por recursos naturais são simultaneamente lutas por sentidos culturais. Pois, o meio ambiente é uma construção variável no tempo e no espaço.”
→ Formas de abordar a questão ambiental
“A sociedade se reproduz a partir de relações sócio-ecológicas” → o meio ambiente é colocado como base material para a reprodução da sociedade
Primeira forma de abordagem:
Problemática da quantidade Tentativa de racionar os Criação de um con-
de matéria e energia → recursos naturais para garantir → ceito de escassez que →
(visão quantitativa). a reprodução da sociedade. valida a criação e o
uso de tecnologias
Exemplo da Revolução → A escolha de economizar recursos → Criação da Sociedade →
Verde gera consequências de Consumo (cultural)
Atravessada pela desi-
gualdade social (muitos
recursos nas mãos de poucos)
Segunda forma de abordagem:
Se os recursos são finitos, por que geramos escassez? Produzimos *para que e *para quem?
*Para que: “mineramos para construir aparelhos médicos que salvam vidas ou celulares que quebram em dois anos”
*Para quem: a desigualdade social, fruto do sistema que estamos inseridos, gera escassez para grande parte da população e abundância para uma pequena parcela que se beneficia da exploração de recursos humanos e naturais → relações históricas pautadas pela colonialidade.
Ciencias Sociais crítica:
O meio ambiente e sociedade são indissociáveis → as práticas sociais são atravessadas pelo meio natural → cada sociedade possui uma forma de apropriação e uso dos recursos naturais que parte do valor e significado que elas atribuem a eles → esse valor é norteado por relações de poder e econômicas → a questão ambiental é intrinsecamente conflitiva, visto que diferentes grupos atribuem diferentes valores à ela → papel da política mediar esses conflitos
Teoria do Bote Salva-vidas - Garret Hardin
Os recursos naturais são finitos, logo uma hora não será acessível para todos. (retoma a criação de uma noção de escassez).
→ pra quem fica?
De acordo com a teoria, os países ricos têm que proteger seus recursos de países pobres, que não possuem acesso a estes recursos. → países que não possuem recursos não devem ser acolhidos.
Sentidos Culturais:
Uso que se dá aos recursos naturais → está ligado aos sentidos culturais que o grupo imputa a eles: comunidades indígenas imputam valores diferentes aos rios que um grupo de empresários ligado à mineração.
A sociologia relacional historiciza essas relações e, consequentemente, os conflitos que são gerados a partir das diferentes atribuições de valor.
→ necessidade de politização dos conflitos na tentativa de garantir uma horizontalidade dos valores de diferentes grupos, e não partindo de uma ordem hierárquica como vemos hoje.
Crise Ambiental:
A ideia corrente de crise ambiental (individualização da responsabilidade) anula questões sociais, econômicas, culturais e políticas que geram a própria crise ambiental.
→ A noção instaurada de que pequenos hábitos individuais como fechar a torneira enquanto escova os dentes vão solucionar a crise hídrica invisibiliza as partes que têm maior responsabilidade sobre essa crise, como grandes empresas e governos negligentes. A falta de consciência de uma responsabilidade coletiva serve como instrumento para que os maiores responsáveis continuem explorando sem serem responsabilizados.
Pierre Bourdieu:
INDIVÍDUO X SOCIEDADE
Habitus: estruturas estruturadas que funcionam como estruturas estruturantes
→ funciona, de certa forma, como uma lente de leitura do mundo.
Práticas Sociais: maneira como transitamos pela vida coletiva → condições objetivas interagem com condições subjetivas
Campo: espaço social de disputa de interesses específicos por grupos específicos. (ex.: campo da moda, campo da arte, campo ambiental…)
→ espaço de constantes disputas de poder
→ desigualdade na distribuição de capitais sociais (simbólico, político, econômico, cultural)
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