A CIÊNCIA COMO VOCAÇÃO - WEBER
Por: Bia Alves • 1/10/2018 • Resenha • 574 Palavras (3 Páginas) • 249 Visualizações
O texto inicia com a comparação entre a vida acadêmica do pesquisador alemão e americano. O cientista alemão inicia sua carreira como privatdozent, que seria o mesmo que um iniciante ou auxiliar de pesquisador, e realiza seu trabalho sem receber nenhuma remuneração, por conta disso não pode ser demitido e depois de alguns anos de serviço a instituição ele pode ter algum direito moral ou por consideração. Enquanto na américa o jovem pesquisador começa com o título de assistant, um pouco abaixo do título alemão, o seu trabalho é remunerado, com um salário fixo e de baixo valor, este cientista pode ser demitido a qualquer momento.
Existe uma diferença entre o pesquisador alemão e o americano, em geral o primeiro deve se preocupar menos com a docência e mais tempo com sua pesquisa em si. A princípio o alemão tem direito de dar aulas de sua especialidade, mas apenas em cursos secundários, para não desrespeitar os professores mais antigos. O pesquisador americano tem uma carga mais pesada, onde cumpre uma jornada de 12 horas semanais, que deve se ajustar ao programa determinado pela instituição, não conseguindo dedicar a maior parte do seu tempo a sua pesquisa científica.
Todo jovem acadêmico deve ter a consciência de que sua tarefa apresenta uma dupla direção, pois ele pode ser ao mesmo tempo um sábio e um bom professor, como também há a possibilidade de ser um sábio e um professor horrivelmente mau. Caso um docente diga que é um mau professor pode levá-lo ao fim da sua carreira acadêmica, mesmo ele tendo todo o conhecimento na área. Weber afirma que se deve cultivar a educação científica alemã, pois não é quantidade de ouvintes que define o sucesso do profissional, mas sim o respeito e admiração que um número mínimo de ouvintes tem por ele.
A prática científica como vocação está condicionada porque a ciência entrou em um estágio de especialização, que antes era desconhecido. Quem não tiver a capacidade de comprovar que sabe alguma coisa ficará longe da ciência e não poderá ter a “vivência científica”, pois não terá valor se não puder fazer com paixão. O autor manifesta que se alguém tem inspirações científicas depende de um destino que está oculto e também depende de certos dons. No campo da ciência só tem personalidade quem está pura e simplesmente ao serviço da causa. Neste ponto Weber compara a ciência com a arte e afirma que a ciência pode ter um prazo de validade, pois o que se produz hoje pode não ser mais o foco daqui algumas décadas, que quem pretende trabalhar com a ciência deve levar isso em conta, que seu trabalho pode ser cientificamente ultrapassado ou que também pode ser duradouro por conta da sua qualidade de formação do seu trabalho.
Todo trabalho científico tem como pressuposto a validade das regras da lógica e da metodologia, que são fundamentais para nossa orientação no mundo, o resultado de um trabalho científico é importante no sentido do que é digno de saber. O texto também apresenta que no momento que o homem surge com seu próprio juízo de valor, acaba com a plena compreensão dos fatos em relação à ciência, que o professor deve ter o desejo de ser útil a todos que estiverem em seu meio, através de seu conhecimento e métodos de trabalho. Se um professor for eficiente, a sua primeira tarefa é ensinar seus alunos a identificar os fatos que os incomodam.
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