A Cultura e Democracia - Marilena Chauí
Por: Duda Muniz • 21/6/2023 • Abstract • 1.322 Palavras (6 Páginas) • 78 Visualizações
• Cultura: vinda do verbo latino colere, significa o cultivo, o cuidado, o cultivo e o cuidado com a terra.
• Cultura como cultivo: era concebida como uma ação que conduz à plena realização das potencialidades de alguma coisa ou de alguém.
• Cultura no século XVIII, com a Filosofia da Ilustração: sinônimo de civilização.
• Cultura com o Iluminismo: é o padrão ou o critério que mede o grau de civilização de uma sociedade.
• A cultura passa a ser encarada como um conjunto de práticas que permite avaliar e hierarquizar o valor dos regimes políticos, segundo um critério de evolução.
• Cultura torna-se sinônimo de progresso, que é avaliado através da própria cultura de um determinado grupo, avaliando-a pelo progresso que traz a uma civilização.
• As sociedades começaram a ser avaliadas de acordo com a presença ou ausência de alguns elementos, como o Estado, o mercado e a escrita, próprios do ocidente capitalista, sendo a ausência desses elementos considerada falta de cultura ou de uma cultura pouco evoluída.
• Foi introduzido um conceito de valor para distinguir as formas culturais.
• Cultura no século XIX: a ideia de cultura é elaborada como a diferença entre natureza e história, inaugurando o mundo humano propriamente dito.
• Cultura no século XX: inauguração da antropologia social e da antropologia política, nas quais cada cultura exprime, de maneira histórica e materialmente determinada, a ordem humana simbólica com uma individualidade própria ou uma estrutura própria.
• A cultura passa a ser compreendida como o campo no qual os sujeitos humanos elaboram símbolos e signos.
• Comunidade: a marca da comunidade é a indivisão interna e ideia de bem comum.
• O mundo moderno desconhece a comunidade.
• O modo de produção capitalista dá origem à sociedade.
• Sociedade: a marca da sociedade é a divisão interna, a existência de indivíduos, separados uns dos outros por seus interesses e desejos; sociedade significa isolamento, fragmentação ou atomização de seus membros;
• A comunidade é percebida por seus membros como natural, mas a sociedade impõe a exigência de que seja explicada a origem do próprio social.
• A divisão de classes é uma marca da sociedade, o que institui a divisão cultural.
• Cultura popular no século XIX, com o Iluminismo: é a cultura do povo bom, verdadeiro e justo, ou aquele que exprime a alma da nação e o espírito do povo.
• Cultura popular no século XVIII, com a Ilustração Francesa: é o resíduo de tradição, misto de superstição e ignorância a ser corrigido pela educação do povo.
• Cultura popular no século XX, com o populismo: mistura a visão romântica, de que a cultura feita pelo povo só por isso é boa e verdadeira, com a visão iluminista, de que essa cultura, por ser feita pelo povo, tende a ser tradicional e atrasada com relação ao seu tempo.
• A visão romântica busca universalizar a cultura popular por meio do nacionalismo.
• A visão iluminista propões a desaparição da cultura popular por meio da educação formal a ser realizada pelo Estado.
• A visão populista pretende trazer a “consciência correta” ao povo para que a cultura popular se torne revolucionária ou se torne sustentáculo do Estado.
• O “lugar” da cultura dominante: é o lugar a partir do qual se legitima o exercício da exploração econômica, da dominação política e da exclusão social.
• Cultura popular: é vista como aquilo que é elaborado pelas classes populares, principalmente pela classe trabalhadora.
• A indústria cultural separa os bens culturais pelo seu suposto valor de mercado, formando, assim, uma divisão cultural entre elite “culta” e massa “inculta”.
• As empresas de divulgação cultural selecionam de antemão o que cada grupo e classe social pode e deve ouvir, ver ou ler, ou seja, ninguém possui acesso aos mesmos bens culturais.
• A indústria cultural vende cultura e, para isso, deve seduzir e agradar o consumidor, deve devolver-lhe, com nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez.
• A “média” é o senso comum cristalizado, que a indústria cultural devolve com cara de coisa nova.
• A cultura é entendida como lazer e entretenimento. Entretanto, o entretenimento se distingue da cultura quando entendida como trabalho criador e expressivo das obras de pensamento e de arte.
• Cultura é:
a) Cultura é trabalho, ou seja, movimento de criação do sentido; é a experimentação do novo.
b) Cultura é a ação para dar a pensar, dar a ver, dar a refletir, a imaginar e a sentir o que se esconde sob as experiências vividas ou cotidianas, transformando-as em obras que as modificam porque se tornam conhecidas, densas, novas e profundas.
c) Cultura é um direito do cidadão.
• A indústria cultural nega tais traços da cultura.
• A chamada cultura de massa se apropria das obras culturais para consumi-las, devorá-las, destruí-las, nulificá-las em simulacros.
• Os meios de comunicação de massa transformam tudo em entretenimento, o que chamamos de mercado cultural.
• Fragmentação e dispersão do espaço e do tempo condicionam sua reunificação sob um espaço indiferenciado e um tempo efêmero desprovido de profundidade.
• A profundidade do tempo e seu poder diferenciador desaparecem sob o poder do instantâneo.
• Hoje nossa experiência desconhece qualquer sentido de continuidade e se esgota num presente sentido como instante fugaz.
• Nós perdemos o
...