A Lei de Sarbanes-Oxley como nova motivação para mapeamento de processos nas organizações
Tese: A Lei de Sarbanes-Oxley como nova motivação para mapeamento de processos nas organizações. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: RENATO2013 • 8/9/2013 • Tese • 4.104 Palavras (17 Páginas) • 510 Visualizações
XXVI ENEGEP - Fortaleza, CE, Brasil, 9 a 11 de Outubro de 2006
ENEGEP 2006 ABEPRO 1
A Lei de Sarbanes-Oxley como nova motivação para mapeamento de
processos nas organizações
Raquel Valente de Oliveira (CEFET-RJ) raquelvalente80@gmail.com
Resumo
A quebra de grandes companhias como a Enron e a Worldcom em 2000 abalou a "cultura
acionária" da economia dos Estados Unidos, afetando por conseqüência a credibilidade de
bolsas de valores e corporações em todo o mundo. Num esforço para recuperar a confiança
dos investidores e evitar um colapso do mercado de capitais, o Congresso e o governo dos
Estados Unidos editaram em 2002, a Sarbanes-Oxley Act, que aumenta as responsabilidades
sobre presidentes e diretorias e aperta as exigências dirigidas a auditorias e advogados
responsáveis pela fiscalização dos relatórios contábeis das empresas. Um dos passos a serem
tomados pelas empresas na adequação à Lei Sarbanes-Oxley é o mapeamento de processos,
que além de permitir melhoria dos controles internos, facilita os procedimentos de auditoria
interna e externa e proporciona ainda muitas possibilidades de revisão da forma como as
coisas são feitas atualmente na empresa. Essas melhorias podem gerar ainda mais lucros e
qualidade operacional na organização e no que ela produz.
Palavras chaves: Governança Corporativa; Sarbanes-Oxley; Mapeamento de Processos.
Introdução
A necessidade de investimentos e captação de recursos no mercado de capitais para o
crescimento econômico “exige” que as empresas se adequem a certas regras ou
procedimentos considerados “ideais”.
A Lei de Sarbanes-Oxley (SOX), criada nos EUA, tem como base princípios de Governança
Corporativa e foca principalmente a responsabilidade penal da diretoria, sendo portanto
obrigatória sua adequação por todas as empresas americanas de capital aberto. No Brasil a
adequação à Lei não é obrigatória, mas as empresas que desejarem entrar ou se manter no
mercado americano através do lançamento de ações, devem se adequar e passam a estar
sujeitas às suas implicações.
Esta adequação à SOX, inclui no plano de ação o mapeamento de processos chaves da
organização, visando melhorias nas atividades de controles internos e auditoria. Por
conseqüência, a empresa que tem seus principais processos devidamente mapeados, têm a
possibilidade de obter melhores resultados financeiros, maior qualidade dos procedimentos,
especialização de seus funcionários e melhor aproveitamento de sua mão-de-obra, fazendo do
mapeamento uma ação muito importante para o bom funcionamento da organização.
2 – Governança Corporativa
Na economia capitalista, as empresas que se utilizam do mercado de capitais possuem um
papel primordial na criação de tecnologia, aumento de produtividade e geração de riqueza. O
desenvolvimento dos mercados de capitais, principalmente a partir do início do século XX,
forneceu parte significativa do financiamento necessário para o crescimento das empresas
privadas, propiciando um ambiente para o surgimento da chamada “grande corporação
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moderna”, na qual o papel de gestor da empresa deixou de ser exercido necessariamente pelo
proprietário. Esta separação de papéis foi uma conseqüência da pulverização do controle
acionário, que não poderia ser correspondida por uma pulverização semelhante do poder nas
empresas. O processo de desenvolvimento dos mercados de capitais e a conseqüente
pulverização do controle das empresas foram mais rápidos e acentuados nos países que, entre
outros fatores, ofereceram maior proteção legal aos investidores por meio da existência e
garantia de aplicação de diversas leis e regras de mercado claras. (SILVEIRA, 2002).
A separação da propriedade e controle entre acionistas e gestores por meio da oferta pública
de ações, característica marcante das grandes corporações modernas, fez com que surgisse a
necessidade da criação de mecanismos que alinhassem os interesses dos gestores aos dos
acionistas. Esses mecanismos teriam como objetivo principal fazer com que os gestores
procurassem sempre agir da melhor maneira possível para atender os interesses de todos os
acionistas, trazendo a maximização de seus investimentos. Ainda segundo Silveira (2002), a
governança corporativa insere-se nesta temática podendo ser definida como o conjunto de
mecanismos internos e externos que visam harmonizar a relação entre gestores e acionistas,
dada a separação entre controle e propriedade. Como mecanismos internos para o alinhamento
dos interesses, pode-se destacar a atuação do Conselho de Administração, a remuneração dos
gestores
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