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A dimensão técnico operativa do serviço social

Por:   •  23/11/2016  •  Resenha  •  3.541 Palavras (15 Páginas)  •  1.491 Visualizações

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"A dimensão técnico-operativa do Serviço Social em foco: sistematização de um processo investigativo" (MIOTO; LIMA, 2009, 27páginas), artigo publicado na revista Textos e Contextos em 2009, das professoras: Regina Célia Tamaso Mioto, Professora Doutora em Serviço Social do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina e Telma Cristiane Sasso de Lima, Professora Assistente da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas, Maceió-AL e Mestre em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina, problematiza a dimensão técnico-operativa do exercício profissional dos assistentes sociais, no contexto do projeto da profissão, articulando-a às dimensões teórico-metodológica e ético-política.

Partindo da Introdução às considerações sobre a resposta esboçada, à luz de Netto (1996); Iamamoto (2001; 1999); Toso (1998) Mioto; Nogueira (2003); dentre outros, as autoras destacam que a intervenção profissional dos assistentes sociais, vem desde a última décda do século XX, se tornando uma questão importante, diante de suas múltiplas dimensões. Através de uma breve contextualização histórica as autoras ponderam que o Serviço Social é marcado por especificidades históricas das realidades sócio políticas e culturais locais que impactam tanto as possibilidades de organização dos Assistentes sociais como categoria profissional, quanto a consolidação de um projeto profissional crítico. Isso porque no entendimento das autoras o projeto profissional é uma estrutura em movimento que se transforma com as modificações no quadro de necessidades sociais em que age a profissão e nas transformações sociais, econômicas e culturais ocorridas em diferentes momentos históricos.

Assim, considera-se que em meados da déc. De 1990 o Serviço Social estaria marcado pelas demandas advindas das mudanças sofridas no mundo do trabalho. Nessa perspectiva o neoconservadorismo tenderia a incorporar as demandas do mercado como determinantes da formação profissional. Assim, o primeiro projeto tenderia a priorizar a referencia ‘’instrumental-operativa’’, e o segundo estaria pautado no investimento, na pesquisa e na apropriação da teoria social moderna na busca de alternativas e na definição de prioridades.

De modo geral, assistentes sociais de diferentes países da América Latina enfatizam os impactos das transformações do mundo do trabalho no Serviço Social, outros discutem a intervenção profissional na sua vinculação com a questão social e outro defendem a necessidade de uma discussão sobre o tema tanto numa perspectiva externa, bem como interna à profissão.

Portanto, mesmo tomando como referência a realidade brasileira, propor a reflexão sobre a dimensão técnico-operativa através do estudo as ações profissionais, pode contribuir para o debate latino-americano e fomentá-lo.

No Brasil, o marco da importância desse debate se constituiu no final da década de 1990 através do processo de reflexão desencadeado e coordenado pelo CFESS, a partir dos problemas enfrentados por agentes fiscais para identificação das competências profissionais e para a distinção das atribuições privativas do assistente social. Além deste houve outros debates que demonstram a importância que o exercício profissional adquire como espaço revelador do projeto profissional.

As atribuições dos assistentes sociais presentes na Lei 8662/1993 não podem ser desvinculadas dos processos sócio-historicos, ao contrario, devem ser consideradas no trato as novas demandas profissionais e do redimensionamento do espaço profissional decorrentes das configurações da sociedade contemporânea. As demandas profissionais e o reordenamento do espaço profissional estão atrelados aos processos de reestruturação do trabalho, pelas lutas políticas entre projetos societários antagônicos.

No ano 2000, o reajuste curricular realizado pelo curso de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina, apresentou desafios significativos aos professores responsáveis pela operacionalização da proposta elaborada. O reajuste relaciona-se ao núcleo de fundamentos do trabalho profissional e impôs uma nova logica de formação profissional.

Assim as autoras produziram o artigo citado anteriormente através de um processo investigativo construído a partir de pesquisa bibliográfica e observação da prática dos assistentes sociais e do processo de ensino-aprendizagem em disciplinas ministradas em cursos de graduação em Serviço Social. O mesmo foca na dimensão técnico-operativa articulado as dimensões teórico-metodologica e ético-politica no contexto do projeto profissional, com o objetivo de auxiliar o estudante de serviço social a compreender o universo de trabalho do assistente social de forma orgânica e integrada.

Nessa proposta as autoras destacam o enfrentamento de três grandes desafios, a saber:

a) articular a dimensão macrossocietaria à dimensão profissional que compreende as respostas técnico-profissionais dos assistentes sociais;

b)  o rompimento da dicotomia entre as dimensões teórico-metodologica e a dimensão técnico-operativa, ou seja separação entre teoria e pratica, e o individul versus o coletivo, dentre outras;

c) Refere-se ao âmbito da formação profissional, onde o desafioe romper com a crença de que o conhecimento de determinadas disciplinas somado aos instrumentos técnico-operativos são suficientes para o estudante e para o próprio assistente social realizarem as mediações necessárias ao seu processo de trabalho.

No tópico I, as autoras fazem observações analíticas sobre a dimensão técnico-operativa e ressaltam que discutir a seu respeito implica reconhecer a sua complexidade devido a diversidade de espaços sócio-ocupacionais e pela própria natureza das ações profissionais nos diferentes âmbitos de exercício profissional.

As complexidades das ações dos assistentes sociais encontram-se em um conjunto de fatores, articulados, que as tornam altamente variáveis, imprevisíveis e sujeitas a continuas transformçãoes. Dentro os quais: demandas que requerem modalidades operativas flexíveis; quantidade e multidimensionalidade dos problemas sociais dos quais sucitam novas demandas e necessidades; a multiplicidade de contextos institucionais; a variação da disponibilidade dos recursos públicos; etc.Aliado a estes fatores o processo interventivo contitui-se no seu próprio trajeto e essa contrução não depende apenas do assistente social, mas também dos espaços sócio ocupacionais, dos destinatários das ações desenvolvidas, entre outros sujeitos envolvidos.  Assim as ações são caracterizadas por inúmeros elementos que dificultam sua própria apreensão e composição em termos de organização e produção do trabalho r do conhecimento.

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