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A implementação do sistema de informação hospitalar em um hospital grande, localizada na cidade de Recife (PE)

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Por:   •  3/11/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  9.036 Palavras (37 Páginas)  •  493 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Os hospitais são organizações complexas e, em virtude de suas características peculiares, são também fortemente afetados por mudanças que ocorrem no ambiente externo, tais como pressões de mercado, políticas governamentais, demandas sociais e, hoje, de forma muito nítida, por aspectos tecnológicos, tanto na área-fim, quanto nas atividades administrativas. No Brasil e no resto do mundo tem havido altos investimentos em tecnologias hospitalares associadas aos serviços médicos (área-fim). Mas, em termos de gestão, na opinião de Jackson da Silva Fisher, da SBC - consultoria paulista especializada em gestão - até mesmo os nossos melhores centros médicos estariam longe dos modelos mundiais de gestão. Segundo ele, "no Brasil, os hospitais estão entre os setores mais atrasados quando se fala em administração" (Fisher apud Vassalo, 1997, p. 89).

Atualmente, são cada vez mais claras as concepções técnicas de qual deve ser o papel de um hospital. Ele é visto, hoje, segundo Juran, como empresa participante do ramo da indústria da saúde, indústria esta que difere das demais em relação à sua história, tecnologia e cultura; mas, quanto aos processos administrativos, isto é, fatores decisivos em relação ao que funciona e não funciona, são semelhantes para todas as indústrias (Berwick et al., 1994).

A tecnologia de informação (TI) também tem merecido uma atenção especial no que tange ao apoio administrativo. No mundo de hoje, seja qual for o ramo de negócio, a empresa competitiva precisa saber usar estrategicamente a informação e a TI, pois ambas têm-se tornado recursos estratégicos para qualquer tipo de organização. Assegurar a perfeita administração da informação médico-hospitalar, administrativa e financeira, tão necessária à moderna gestão de um hospital, constitui algum dos desafios a serem vencidos com a implantação dos chamados Sistemas de Informação Hospitalar (SIH).

Neste estudo, é tratada a questão da TI utilizada na gestão administrativa de um hospital, não da informática médica, usada na atividade-fim. Mais especificamente, trata-se da implantação de um Sistema de Informação Hospitalar num grande hospital localizado no Recife (PE).

OS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS EM FACE DOS PROCESSOS DE INFORMATIZAÇÃO

O sucesso ou fracasso de um sistema de informação (SI) pode estar relacionado ao seu próprio processo de implantação, que envolve outros aspectos, além daqueles meramente tecnológicos, entre os quais a forte participação dos usuários. Albertin (1995, p. 61) destaca que o "SI tem se tornado um componente crítico do planejamento estratégico e da vantagem competitiva das organizações, levando os executivos a uma maior preocupação com a administração de informática". Após o período mais crítico de desenvolvimento, testes, adaptação e/ou implantação de um sistema de informação, como saber se tudo valeu a pena? Os benefícios compensam os custos? Os objetivos inicialmente definidos foram atingidos? Qual o nível de satisfação dos usuários?

Parece difícil mensurar os retornos com os gastos em informática. Paul Strassmann, autor do livro lançado em 1997, nos Estados Unidos, The Squandered Computer (O Computador Desperdiçado), discute o chamado paradoxo dos computadores ou paradoxo da produtividade. Ele analisou dados experimentais de cerca de 500 empresas desde 1980 e a sua primeira conclusão foi devastadora: "não há a menor relação entre quanto uma empresa investe em tecnologia da informação e seu sucesso econômico, seja ele medido como lucro, crescimento ou produtividade" (Strassmann apud Gurovitz, 1997, p. 86). Em síntese, altos investimentos em TI podem significar inovação, mas também desperdício. Gastar pouco pode ser sinônimo de prudência, mas também de atraso. Resta então atentar para o bom senso, pois em matéria de TI, o importante não é quanto se gasta, mas como se gasta. As decisões em relação à TI, portanto, são difíceis de serem tomadas, podendo envolver altos custos e os resultados nem sempre vêm a contento e no curto prazo.

Campos Filho (1994) conceitua o SI - do ponto de vista do seu gerenciamento - como uma combinação estruturada entre o componente práticas de trabalho (os métodos usados pelos recursos humanos para desempenhar suas atividades) com outros três componentes: informação (o conjunto de dados com forma e conteúdo adequados para um determinado uso); recursos humanos (quem coleta, processa, recupera e utiliza os dados); e tecnologias de informação (o conjunto de hardware e software que executa as tarefas de processamento das informações dos SI's). Tudo, porém, deve ser organizado e orientado para que os objetivos organizacionais sejam atendidos da melhor forma possível. Apesar de não serem propriamente um componente do SI, os objetivos organizacionais determinam as práticas de trabalho, provendo os critérios que levam à decisão de como e quando essas práticas devem ser alteradas e adaptadas. Nesta concepção mais abrangente de um SI, todos os componentes são importantes, porém se enfatiza que "o ponto focal para o entendimento da natureza do SI são as práticas de trabalho, e não a tecnologia da informação, como pode parecer à primeira vista" (Campos Filho, 1994, p. 34).

Embora a TI seja importante para apoiar os processos dinâmicos no tratamento da informação, o seu valor depende da informação e do papel que ela (a informação) desempenha nas organizações. Segundo McGee (1999, p. 5), "a tecnologia utilizada para apoiar esses processos é consideravelmente menos importante do que a informação contida nos sistemas". Um problema freqüente no desenvolvimento, implantação e gerenciamento de um SI é a colisão frontal entre a visão dos usuários e clientes, muito focalizada nas práticas de trabalho, e as tendências dos staffs técnicos em supervalorizar as tecnologias. "Um viés muito comum e sério que as empresas e os profissionais da área de informática apresentam é ficarem maravilhados com os avanços tecnológicos, com os novos lançamentos de equipamentos, softwares e comunicações, perdendo completamente o foco no cliente e nos benefícios que a tecnologia realmente pode trazer" (Shiozawa, 1993, p. 48).

Na opinião de Marinho (1990), a organização moderna caracteriza-se pela presença de objetivos organizacionais e por um esforço conjunto por vários indivíduos que buscam atingi-los. A maior parte das atividades desenvolvidas em uma organização pode ser relacionada aos seus objetivos. Essa autora analisa os objetivos

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