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A realidade social por trâs de Jogos Vorazes

Por:   •  6/3/2019  •  Dissertação  •  5.608 Palavras (23 Páginas)  •  319 Visualizações

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Êxodo, Lasar Segall[pic 1]

Carolina Granito do Canto Ponte

Mel Oliveira Mesquita Garbelini

[pic 2]

Teresópolis, Rio de Janeiro

2018, 18 de outubro

Eu tenho uma mensagem para o presidente Snow:

Se nós queimarmos, você queimará conosco!

Índice

Introdução ......................................................................................................... página 1

Resumo do Filme .............................................................................................. página 4

Desenvolvimento

        O hibridismo cultural e a inferiorização étnica .......................................... página 7

        A alienação social: quando a cultura se torna fútil ..................................... página 9

        A Ditadura: “manda quem pode, obedece quem tem juízo” ..................... página 10

        “Que os jogos comecem e que a sorte esteja sempre em seu favor! ” ....... página 11

        Senhoras e senhores, o espetáculo vai começar! ....................................... página 12

        Sorria, você está sendo filmado! ............................................................... página 15

        Parece que o jogo virou! ........................................................................... página 16

        Toda ação leva a uma reação .................................................................... página 17

        Psicologia do medo ................................................................................... página 18

        “Bem-vindos a 76º edição dos Jogos Vorazes! ” ...................................... página 20

Conclusão ......................................................................................................... página 21

Referências Bibliográficas .............................................................................. página 23


Introdução

Neste trabalho, teremos o foco em falar sobre cultura, ideologia e suas concepções. Sabe-se, cotidianamente, que o conceito de cultura está relacionado com o modo que o ser humano, em uma coletividade, se habitua. Isto se relaciona em diversos aspectos, como mídia, comida, tradições hereditárias e até mesmo fisicamente. Mas, o conceito de cultura pode-se dividir em duas partes: Cultura no cotidiano e cultura segundo a Antropologia.

No cotidiano, podemos entender a cultura em três segmentos, feitos por Félix Guattari: Cultura-valor, que é o conceito mais antigo e que nos permite, atualmente, fazer o julgamento de quem é culto ou não, e designar aqueles que participam ou não de um meio social, ou seja, estabelece quem tem cultura ou não.;  Cultura-alma coletiva: esta nos passa a ideia de que todos têm uma cultura e uma identidade cultural, o que possibilitou a identificação e caracterização dos grupos.; Cultura-mercadoria: esse conceito se dá a partir dos bens materiais e desenvolvimento de cada grupo, ou seja, foi uma concepção desenvolvida a partir do capitalismo e divisão entre países desenvolvidos e emergentes, se relacionando entre si através da compra e da venda.

Segundo a Antropologia, cultura é o quadro teórico de todas as ciências sociais. A Antropologia passou a se relacionar com a definição de cultura por meio das teorias racialistas e evolucionistas. De acordo com o antropólogo Edward Burnett Tylor, cultura significa o extenso conjunto de conhecimentos, artes, crenças, costumes e moral e direito. Para ele, as diferentes culturas mostram o quão evoluído um povo está. Este pensamento também se fortalece na ideologia do Darwinismo Social, muito utilizado no Imperialismo para alcançar povos de culturas diferentes com pretexto de levar até eles a civilização, somente alcançada por europeus.

Com uma visão diferente, o antropólogo Franz Boas acreditou que cada cultura é única e que suas particularidades devem ser estudadas separadamente. Também diz que são as diversidades culturais que nos permitem entender as diferenças entre as diversas sociedades. Neste mesmo intervalo de tempo, outro antropólogo sugere uma definição de cultura. Este é Bronisław Kasper Malinowski, que defendia a tese de que só conhece determinada cultura profundamente quando está inserido nela, e que para isso deve-se observá-la em sua atualidade, deixando de lado suas origens e heranças históricas. Além destes antropólogos, outros deram sua visão, como Ruth Benedict e Margareth Mead, Claude Lévi-Strauss e Clifford James Geertz.

A grande divisão dos povos por cultura trouxe consigo uma grande consequência, o Etnocentrismo, que deu origem, por exemplo, à Segunda Guerra Mundial, na concepção de inferiorizar outras culturas, como os judeus. Este conceito foi criado por William Graham Summer e reforçado pelo brasileiro Everardo Rocha, que afirma que o etnocentrismo é amplamente relacionado com os planos intelectuais e nos planos afetivos, como o medo e a estranheza. É a partir dessa definição que se gerou o preconceito e a intolerância, que se manifestam no cotidiano em ideologias diversas.

A cultura também influencia uma a outra, e é o que chamamos de trocas culturais e cultura híbrida. As trocas culturais vêm se ampliando século após século, principalmente após a expansão do capitalismo pelo globo, trazendo novas possibilidades. As grandes potências, como os Estados Unidos, passaram a possuir uma cultura-mercadoria de influência para os países menos desenvolvidos que, sob tal influência, agregaram valores exteriores à sua cultura interna, dando origem à uma cultura híbrida.

Para Alfredo Bosi, a cultura não morre com seus autores, ela permanece viva enquanto haja um povo que a sustente. Esta não precisa estar relacionada com a cultura erudita, de padrão europeu, e sim relacionada com a cultura popular, que é a manifestação de uma tal sociedade principalmente nas artes, contos, mitos e folclores.

Ao mesmo tempo que se discute acerca da definição de cultura, também se traça um paralelo ao conceito de ideologia. Inicialmente usado por Destutt de Tracy, o significado de ideologia era ciência da gênese das ideias. Posteriormente, foi modificado por Napoleão Bonaparte, trazendo à tona o sentido de “ideia falsa”. Os grandes pensadores Karl Marx e Friedrich Engels conceituaram ideologia como um sistema de ideias que correspondem a formas de consciência de determinado período, mas que as ideologias da classe predominante são as que prevalecem, e isso deu origem ao pensamento de Karl Mannheim, quando diz que as ideologias são conservadoras.

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