America Latina

Jóse Eli da Veiga introduz em seu primeiro capítulo de Desenvolvimento sustentável as dúvidas inerentes a desenvolvimento, o significado entre desenvolvimento e crescimento econômico e o uso desses termos como sinônimos. Já Celso Furtado cita que só haverá desenvolvimento que não se deve confundir com crescimento econômico, no mais das vezes resultado de mera modernização das elites, ali onde existir um projeto subjacente. Veiga cita ainda que a partir da segunda metade do século XX, o crescimento econômico de muitos países, a explosão demográfica e o grande fluxo de inovações e tendências de mercado levassem aos países, principalmente os considerados de primeiro mundo, que tivesse a preocupação com os limites dos recursos naturais.

A partir dos anos 1970 aumentou o interesse em preservar o meio natural. Com esse destaque para a preservação dos recursos naturais e o crescimento econômico, tiveram a ideia de juntar a palavra sustentabilidade a desenvolvimento. Segundo o autor, a expressão sustentável ou o adjetivo sustentabilidade, foi utilizado durante muito tempo por um grupo de cientistas. Uma classe que utilizava bastante essa palavra eram os engenheiros de pesca que calculavam quanto e quando deveria ser pescado. Esses cálculos eram feitos com base a não agressão ao meio natural para que não houvesse degradação do mesmo, mas que se mantivesse o equilíbrio do ecossistema.

A sustentabilidade era utilizada por esses profissionais e outros que viviam da extração de recursos naturais ou minerais sem que houvesse alteração na vida primária do recurso ou local de extração. É o trabalho humano que transforma os recursos importados da natureza, isolando, recombinado, transferindo e reciclando. E isso envolve muita habilitação, informação e experiência potencialidades humanas cultivadas resultantes de investimentos feitos pelo público, por pais, por empregados e pelas próprias pessoas. Por isso é que se passou a ser usada a expressão capital humano. No capítulo é contestado o uso do termo desenvolvimento como crescimento econômico. Aponta evidências do crescimento econômico em diversos países semi-industrializados a partir dos anos de 1950 que não se traduziram necessariamente em maior acesso de populações pobres a bens materiais e culturais, como ocorrera nos países considerados desenvolvidos. Foi assim que surgiu o intenso debate internacional sobre o sentido do vocábulo desenvolvimento