Assistente Social

Etapa I

Necessidade de um movimento de reconceituação para a profissão do Assistente Social

Nossos profissionais eram formados por dois grupos distintos de Assistentes so-ciais em que o primeiro detinha as técnicas seculares de beneficência e assistência social e o segundo em sua constituição era embasada nas matérias de sociologia, medicina e direito.

Com o apoio internacional pelo desenvolvimento do país os assistentes sociais como forma de se posicionarem, organizaram encontros nacionais e regionais como o II Con-gresso Brasileiro e a Conferência internacional, que aconteceram na década de 60. Nes-ses eventos foram pautados assuntos como desenvolvimento nacional para o bem-estar social, desenvolvimento de comunidades urbanas e rurais, ambos de grande interesse para a categoria.

O denominado Movimento de Reconceituação do Serviço Social, pautado pela conjuntura de crise político-econômica e de dependência do império norte-americano passa a se configurar. A valorização dos profissionais desde a década de 30 até a de 60, onde os mesmos se baseavam no ideário norte-americano de racionalidade técnica, im-pulsionou a aproximação norte-americana na tentativa de corrigir a fragilidade operativa do projeto de orientação neotomista-cristã desses profissionais.

O Serviço Social teve como base as teorias das Ciências Sóciais, além de outras disciplinas como sociologia, medicina e direito que, segundo Netto (pág. 126), tiveram um papel inegavelmente positivo devido à ausência de fortes tradições intelectuais e de investigação na formação profissional dos assististes sociais "conduzindo a um questio-namento no âmbito das ciências sociais levando-se em consideração que o movimento de Reconceituação historicamente se vincula com diferentes correntes ideológicas" (Netto, pág.126). O período Denominado por Netto de Processo de Renovação do Serviço Social ocorreu na década de 70 quando um grupo de assistentes sociais começou a pensar em sua prática a partir da vertente instrumental técnico, buscando alcançar a efi-cácia de sua ação e dai foram realizados o encontro de Araxá em 1967, também conhe-cido como I Seminário de Teorização do Serviço Social que acabou se desdobrando em mais sete encontros para tratar dos temas do referido seminário.

Com a influência da vertente Marxista, Netto nos afirma que a partir da década de 80 a profissão passa a apontar a Perspectiva de Intenção de Ruptura de um profissio-nal engendrado em perspectivas de atuação. A inspiração Marxista é visível nas pesqui-sas e teorias politico-ideológicas, já que o assistente social, por pertencer à classe assa-lariada vai além ao se especializar no trabalho coletivo em vigor no código de ética atual e na lei 8662/93. Quanto à Reconceituação, os profissionais passam a se esforçar para caminhar de uma prática de cunho executivo, burocrático subalterno e paliativo para desvelar a dimensão política concluindo-se dai, que a intervenção profissional se viu podendo contribuir para uma nova imagem e para uma auto-imagem da profissão, se propondo a defender os direitos e proporcionando a transformação de uma nova socie-dade.

Segundo Ozanira (pág.96) a superação das limitações e dos equívocos, para a reconstrução histórica da profissão, cabe aos

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