BANCOS COMUNITARIOS E MOEDA SOCIAL
Por: Roberta Marques • 27/5/2021 • Resenha • 1.068 Palavras (5 Páginas) • 223 Visualizações
O presente trabalho atende a solicitação da disciplina de Oficina de Formação Profissional VII, constituindo o processo de avaliação do sétimo semestre do curso de Serviço Social, da Universidade Católica de Pelotas.
Sendo assim, a partir da reflexão acerca da leitura da Carta de Clara e Francisco, documento que se contrapõe as armadilhas impostas pelo capital, clamando por uma sociedade economicamente justa e igualitária. Além disso a carta traz um apelo a favor da natureza, orientando a urgência de atitudes baseadas na sustentabilidade, preocupando-se, desta maneira, com a destruição desenfreada da natureza e no que isso refletirá nas gerações futuras.
Considerando o capitalismo uma economia desigual, buscou-se, conforme orientação da disciplina elencar algumas opções possíveis e já implantadas. Embora a temática aqui abordada circunde o eixo da economia, estes caminhos alternativos, não se preocupam apenas com a geração de trabalho e renda, são mecanismos que vão além. Estas modalidades de economia atentam-se a questão social e cultural, respeitando o individuo em sua totalidade, buscando a consolidação tanto individual como comunitária.
BANCOS COMUNITÁRIOS E MOEDA SOCIAL
Os bancos são instituições financeiras que administram o dinheiro de indivíduos ou empresas. Partindo desta premissa, entende-se que um banco comunitário se estabelece esta dinâmica a partir de uma associação comunitária que oferece serviços financeiros solidário.
Trata-se de um instrumento autônomo, autogestionário e sem filiais, criado e administrado pela comunidade local. Este tipo de instituição, visa a inclusão financeira e bancária da população de baixa renda que encontram dificuldades de acesso ao modelo tradicional bancário.
Baseado nos princípios da economia solidaria, os bancos comunitários baseiam-se em princípios de confiança mútua entre as pessoas promovem o desenvolvimento econômico da comunidade local sem visar lucro.
Embora cada organização alinhe seus serviços conforme as demandas de cada comunidade, em geral, os serviços disponibilizados pelos bancos comunitários são: crédito produtivo; crédito para consumo; fundo solidário para compras; microsseguro; correspondente bancário; educação financeira. Entretanto, o serviço relacionado a captação de poupança ainda não é permitido entre as atividades do banco comunitário.
Nesta realidade, onde organizações comunitárias assumem o movimento financeiro de determinada localidade, surgem como ferramentas deste mecanismo, as moedas sociais. Trata-se de uma moeda alternativa que se destina a transações econômicas de um determinado grupo, em um território pré-definido.
A moeda social não substitui a moeda oficial, D entre as regras da sua utilização está o lastreamento e indexação com a moeda oficial nacional. Ou seja, para cada moeda social em circulação, deve haver no banco comunitário o mesmo valor em moeda oficial, afim de assegurar as transações. Aqui no Brasil, o câmbio da moeda social deve ser permitido com o real. Contudo, é vedado a cobrança de juros para empréstimo em moeda social.
Ainda é preciso destacar que a circulação da moeda social é restrita ao território de abrangência do Banco comunitário. O banco por sua vez precisa identificar a moeda social explicando que se trata de uma” moeda alternativa”, informando também que seu uso exclusivo para troca de produtos e serviços na comunidade, afim de promover o crescimento econômico e a integração da comunidade.
O primeiro banco comunitário brasileiro foi o Banco Palmas, criado no ano de 1998 em Fortaleza no Ceará. Este banco foi utilizado como parâmetro para criação de mais de uma centena de bancos comunitários existentes hoje no Brasil.
AGROECOLOGIA x AGROTÓXICOS
Atualmente existe uma tendência de busca por uma vida saudável. As pessoas tem se preocupado em manter uma alimentação de qualidade, principalmente através de alimentos sem adição de produtos nocivos à saúde humana. Para atender este mercado foi necessário a mudança nas práticas da agricultura convencional e neste contexto surge a agroecologia.
A agroecologia é uma forma de agricultura sustentável, que alia conhecimentos científicos e tradicionais. Entre seus princípios básicos estão a conservação dos recursos naturais, diminuindo, desta maneira, os impactos ambientais decorrentes do modo convencional de cultivo da terra.
Além de preocupar-se com questões ecológicas, a agroecologia defende o direito à participação política e aos resultados econômicos. Assim como a economia solidária, a agroecologia é baseada no respeito aos aspectos culturais, sociais e econômicos de determinada comunidade. Em linhas gerais, o modo de produção a agroecológico é caraterizado por pela posição aos moldes impostos pelo capitalismo.
Cabe salientar que as condições de produção agroecológicas contribuem para garantir a segurança alimentar. Deste modo, com a finalidade de produzir alimentos saudáveis, esse modelo de agricultura é totalmente livre do uso de agrotóxicos.
Embora alguns tipos cultivo utilizem e defendam a uso de agrotóxicos, alegando garantia na produtividade das lavouras, preservando as espécies cultivadas. Estes pesticidas causam vários prejuízos a saúde, sendo pauta inclusive, de pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo dados destas pesquisas, arritmias cardíacas, lesões renais, câncer, alergias respiratórias, doença de Parkinson, fibrose pulmonar, entre outras doenças estão relacionados a intoxicação por agrotóxico.
Por fim, ainda precisamos destacar no cultivo convencional, com uso de agrotóxico e adubos, ofertam produtos mais vistosos e com menores preços quando comparados aos produtos agroecológicos. Contudo, a produção baseada na agroecologia oferece produtos que não trazem prejuízos a saúde, coisas que dinheiro não paga.
AUTOGESTÃO E FÁBRICAS RECUPERADAS
Sabe-se que ao longo do tempo ocorreram profundas transformações no mundo do trabalho, gerada principalmente por graves crises financeiras no setor industrial. Diante deste cenário muitas empresas faliram, causando demissões em massa. É neste cenário que surgem as primeiras fábricas recuperadas pelos trabalhadores e organizadas em regime de cooperativas.
O movimento de recuperação de fabricas apresentou suas primeiras manifestações em meados do ano 90, frente a possibilidade de luta dos trabalhadores pela reintegração dos seus postos de trabalho. Neste contexto, os trabalhadores reivindicam o direito de administrar as empresas. Assim, a partir do controle das fabricas, os trabalhadores podem avaliar a real situação da empresa e organizar a produção conforme seus interesses.
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