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Capitalismo E Serviço Social

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Por:   •  11/9/2014  •  1.619 Palavras (7 Páginas)  •  921 Visualizações

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Capitalismo e Serviço Social

“... o capitalismo como modo de produção passa a se assentar em relações sociais de produção capitalista, marcadas fundamentalmente pela compra e venda da força de trabalho, tornada mercadoria como qualquer outra, pois essa é a base desse sistema que traz como exigências implícitas a existência de meios de produção sob a forma de mercadoria e o trabalho livre assalariado.” (Maria Lucia Martinelli).

Desvendar a trajetória histórica do capitalismo implica adentrar pelo tempo e penetrar na estrutura da sociedade, de forma de identificar o estagio da força produtiva e a organização social correspondente, especialmente no sistema de classes.

Assim, para atingir o objetivo buscando compreensão do capitalismo como categoria histórica e suas conexões com o Serviço Social torna-se indispensável recuar no tempo e inquirir a historia. Nesse contexto, em que o modo de produção e as relações sociais dele decorrentes tornam-se os indicativos do itinerário de busca, temos de considerar as características que marcam esse sistema.

O capitalismo evoluía em escala continental e depois mundial, proporcionando um avanço maciço da economia e tornando irreversível a revolução na produção industrial. O surgimento das cidades industriais impôs uma nova fisionomia ao contexto social, passando a própria urbanização a ser uma variável da industrialização capitalista.

A sociedade como um todo ganhava uma nova ordem social, polarizando as duas grandes classes – a burguesia e o proletariado -, cujas vidas se desenrolavam sob o signo da contradição e do antagonismo.

Dentre elas, é fundamental localizar aquela que representa o elemento definidor do capitalismo, e seu traço distintivo essencial; a posse privada dos meios de produção por uma classe de exploração da força de trabalho daqueles que não os detêm, esta separação entre meios de produção e produtor e a consequente subordinação direta do trabalhador ao dono do capital permitem que se instaure o ciclo de vida do capital, o seu processo de acumulação primitiva.

A produção social não trata de produção de objetivas matérias, mas de relação social entre pessoas, entre classes sociais que personificam determinada categoria econômica. Tal fato supõe que o capitalista encontre no mercado, o trabalhador livre, isto é, livres de outro vinculo de dominação extra-econômicos, proprietário de sua pessoa, afim de que possa enfrentar-se no mercado com seus possuidores do dinheiro, em uma relação entre possuidores juridicamente iguais de mercadorias, através das quais entra em relação o proprietário da força de trabalho e cede ao comprador para o seu uso durante certo período de tempo. Esta é a condição para que se mantenha como proprietário de sua mercadoria, podendo tornar a vendê-la. A esta condição se vê obrigado a vender, para sobreviver, a única mercadoria que possui: sua força de trabalho. Ou seja, vender parte de si mesmo, já que o outro lado se enfrenta como propriedade alheia de todos os meios de produção condições de trabalhos necessários à materialização de seu trabalho, assim como os meios necessários à sua subsistência.

O processo capitalista de produção reproduz o trabalhador divorciado das condições de trabalho; o reproduz como o trabalhador assalariado. Esta vantagem econômica se disfarça venda de força de trabalho, seja devido à troca de patrões individuais, seja devido ás oscilações de preço da força de trabalho no mercado.

A substituição das ferramentas pelas maquinas, da energia humana pela energia motriz e de modo de produção domestico pelo sistema fabril que constituiu a Revolução Industrial; revolução, em função ao enorme impacto sobre a estrutura da sociedade. A Revolução Industrial concentrou os trabalhadores em fábricas. O aspecto mais importante, que trouxe radical transformação no caráter do trabalho, foi esta separação: de um lado, capital e meios de produção (instalações, máquinas, matéria-prima); de outro, o trabalho.

A oposição dos trabalhadores a essa dura realidade foi expressada na resistência, dirigindo-se não diretamente ao opressor, mas ao instrumento da opressão: a maquina. E por não demandar um grande aprendizado anterior e nem mesmo o dispêndio de forças físicas especiais, a industria capitalista trouxe para as fabricas mulheres, jovens e crianças, o que implicava graves consequências para a personalidade desses jovens trabalhadores e para a estrutura de sua vida familiar.

Deve ser ressaltado que a sociedade do capital supõe uma contradição inevitável na sua continuidade; o discurso da igualdade e a relação da desigualdade. A afirmação da liberdade individual e da igualdade de direitos e deveres de todo o cidadão, como condições de funcionamento pleno da economia do mercado.

O serviço social é uma expressão concreta dos direitos sociais do cidadão, embora sejam dirigidos aqueles que participam do produto social por intermédio da sessão do seu trabalho, já que não dispõe do capital nem de propriedade de terra. São serviços a que têm direito todos os membros da sociedade na qualidade de cidadão, mas é o serviço que vem suprir a necessidades daqueles cujo rendimento é insuficiente para ter acesso a padrão médio de vida, portanto a esses efetivamente dirigidos e por eles consumidos predominantemente.

Em 1930 foi quando começou a crescer a luta social dos trabalhadores e dos segmentos mais empubescidos da população, e as ações de caráter assistencial, religioso e filantrópico desenvolvida pela solidariedade social mostrar insuficiente para dar conta a necessidades sociais. A igreja busca a consolidar sua posição na sociedade civil ao mesmo tempo em que o estado busca o seu apoio.

O acordo entre Estado e a Igreja católica correu diante um pacto do anticomunismo, entretanto ambos delimitam seus terrenos, ou seja, unem-se como objetivo comum de resguardar e consolidar a ordem e a disciplina social. Entretanto nasce o serviço social, o qual não foi uma conquista da classe trabalhadora, apesar de haver pressões dos grupos operários reivindicando atendimento as suas carências. Ele surgiu como uma estratégia da Igreja Católica e do Estado burguês, para conter ou amenizar o conflito entre a classe trabalhadora e os industriais, uma vez que tais conflitos ameaçavam estes dois segmentos em seus mais sagrados valores: a moral, a ordem e o poder.

O Surgimento das instituições assistências ocorre na primeira fase de desenvolvimento católico, caracterizando-se por uma diferenciação nas atividades tradicionais de caridade. Surgiu

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