Deleuze a a comunicação
Por: Leluc • 26/6/2015 • Seminário • 344 Palavras (2 Páginas) • 197 Visualizações
Deleuze e a comunicação
A comunicação é a transmissão e a propagação de uma informação, na qual devemos, supostamente, acreditar. Deleuze, na maioria de suas obras, identifica a comunicação ao sistema de controle e diz que o ato de comunicar surge enquanto o oposto de criar. Ele também usa o termo “sociedade de controle”, o qual mantém intríseca relação com a comunicação, afirmando em relação à última que não há escassez, há em demasia, mas o que realmente falta é a criação e a “resistência ao presente”, visto que estamos no tempo da rapidez, da intensa interatividade. Essas sociedades estão se tornando cada vez mais fechadas.
Deleuze denuncia o esvaziamento da linguagem como uma das características das sociedades contemporâneas, sendo preciso um desvio da fala, a qual diz respeito à transmissão e propagação de informações.
O deslocamento que Deleuze vai propor em relação à comunicação – situando-a distante do senso comum – é o que vai valorizar algo que é tido por incomunicável. Eis o paradoxo deleuzeano, o qual desembocará no aspecto central de sua filosofia: como comunicar o incomunicável? Como apoia-lo no nível da arte? O desafio provocado pela arte é transmitir, através da linguagem, aquilo que é não linguístico. É preciso de uma representação, mas não há como dispensar a linguagem.
Para Deleuze, a exposição da ideia e seu processo de atualização podem ser plenamente estabelecidos dentro de um sistema qualquer, onde o andamento dos dois depende de um terceiro, o qual ele chama de “precursor sombrio”. Essa é a sua principal engrenagem, que age determinando e instaurando o campo da individualização intensiva, colocando em relação as multiplicidades virtuais e as forças de fora, que, por sua vez, vai desatar o processo de atualização. Mas nem sempre há igualdade e concordância, e é justamente a discordância que será a marcha da criação e da novidade.
Chegar aos “vacúolos de solidão e do silêncio” é atingir o lugar enigmático onde alguns acontecimentos se passam. Deleuze diz que é necessário uma pragmática. Mas ele só vai trabalhar essa parte pragmática depois de uma execução mais completa de sua ontologia.
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