FICHAMENTO PAULO FREIRE - A PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
Por: Leticia Sampaio • 15/2/2019 • Resenha • 3.379 Palavras (14 Páginas) • 1.302 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA
DISCENTE: ANA LETICIA DOS ANJOS SAMPAIO
CAPÍTULO 1 - NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA.
- Ensinar exige rigorosidade metódica
Citação: “Percebe-se, assim, a importância do papel do educador, o mérito da paz com que viva a certeza de que faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os conteúdos mas também ensinar a pensar certo.”
O educador deve entender que trabalhar com rigorosidade metódica para o desenvolvimento da capacidade crítica do educando é fundamental, pois ensinar não é apenas tratar o conteúdo, mas produzir condições para se desenvolver o aprendizado crítico do educando.
Quem pode ensinar é quem pensa certo, dessa forma o docente não deve apenas tratar os conteúdos, mas ensinar a pensar corretamente sobre eles, de modo que o educando construa suas ideias pelo assunto, aprendendo que ele pode intervir no mundo, conhece-lo e compreende-lo. Nós formamos o ciclo gnosiológico que se baseia em ensinar, aprender e pesquisar, o que se ensina se aprende o conhecimento o que por sua vez ensina a outro e por assim segue adiante.
1.2. Ensinar exige pesquisa.
Citação: “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago.”
O docente deve ser um pesquisador, sempre estando disposto a buscar novos saberes, inovar-se. Não existe ensino sem pesquisa assim como pesquisa sem ensino. O educador deve respeitar os saberes prévios dos alunos e valorizar as suas experiências com a realidade e trabalhar com eles respeitando e estimulando à capacidade criadora do aluno, a curiosidade e a criticidade dotados de ideias próprias, pois o aluno que pesquisa se interessa pelo meio e pode transformá-lo.
1.3. Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos
Citação: “Porque não estabelecer uma necessária "intimidade" entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?.”
A escola e o docente devem respeitar a experiência de vida dos educandos e ela deve ser aproveitada. A realidade que os circunda deve ser discutida e associada nas disciplinas ensinadas, dessa forma se estabelece uma proximidade entre os saberes curriculares e a experiência de vida dos alunos como indivíduos.
1.4. Ensinar exige criticidade.
Citação: “A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação ao desvelamento de algo, como pergunta verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere e alerta faz parte integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos. ”
A curiosidade é de extrema importância para o ciclo gnosiológico, pois a indagação, inquietação tem uma inclinação para a busca de algo mais. Não poderia existir criatividade sem curiosidade, pois estas duas estão interligadas. Uma das tarefas dos educadores é desenvolver a curiosidade crítica dos seus educandos, para que eles possam racionalizar sobre os fatos que os circundam.
1.5. Ensinar exige estética e ética
Citação: “A necessária promoção da ingenuidade a criticidade não pode ou não deve ser feita a distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas. ”
A ética precisa estar sempre acompanhada da estética assim como educar deve estar interligado com a decência e a beleza. Ao tomar atitudes o homem precisa faze-los com ética. O Pensar certo exige por si profundidade na análise e compreensão dos fatos. A estética e a ética têm que existir na prática educativa, assim como também o rigor metódico e a decência.
1.6. Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo
Citação: “Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo.”
O educador deve ter como ação formadora, a noção de que ele deve praticar o que se ensina, pois, as palavras que faltam corporeidade do exemplo de nada valem. Na sala devem ser utilizados situações entre professores e alunos para que se possa por essa ação em pratica na vida social. Não há como pensar certo fora da prática, pensar certo é fazer certo.
1.7. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação
Citação: “Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida qualquer forma de discriminação. A prática reconceituosa de raça, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia. ”
Quem pensa certo está sempre disposto a aceitação do novo, é da própria mente discordar de qualquer forma de discriminação, seja ela em etnia, gênero ou classe. O sujeito que pensa certo sabe que o entendimento não é uma transferência entre indivíduos, mas sim uma ação criadora co-participada. É tarefa do educador desafiar o educando com quem se comunica e a quem comunica, produzindo nele compreensão do que vem sendo comunicado.
1.8.Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
Citação: “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.”
Envolve o dinamismo entre o fazer e o pensar em fazer. É de extrema importância que o aluno entenda que deve superar o pensar ingênuo, assumindo o pensar certo, critico, produzido por ele próprio, juntamente com o docente. Por outro lado, ele deve reconhecer o valor das emoções. A reflexão crítica deve ser aliada com prática na superação da ingenuidade pela rigorosidade. O professor deve estar disposto às mudanças, para isso é importante que ele reflita sua prática criticamente todo tempo em busca de aperfeiçoamento.
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