Fundamentalismo
Por: GBCP • 12/4/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.411 Palavras (6 Páginas) • 426 Visualizações
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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Nome:
Curso: Engenharia Civil – Noite Disciplina: Cultura Religiosa 2
Professor:
Disciplina: Cultura Religiosa 2
Como surgiu o fundamentalismo
As raízes do fundamentalismo se encontram no protestantismo norte-americano.No final do século XIX ele ressurgiu de forma mais organizada, quando um grupo de pastores publicou uma pequena coleção de fascículos. Propunham um cristianismo rigoroso
O processo de urbanização fez com que acontecesse o processo de secularização, regida pela autonomia da razão e do espírito democrático.
O fundamentalismo protestante
O fundamentalismo protestante ganhou forma através de teólogos que tomavam a bíblia ao pé da letra. Pela Teologia Liberal, a interpretação de acordo com a mudança de contextos históricos é ofensivo a Deus.
Em 1919 foi criada a World’s Christian Fundamentals Association que transformou aqueles fascículos em verdade do cristianismo. Para eles Jesus é o único caminho.
O Fundamentalismo católico
O fundamentalismo católico tem raízes antigas, apoiando na convicção de que é o único portador da verdade absoluta, devendo levá-la a todo mundo.
Afirmava-se que existe só um Deus, um papa, um rei e uma cultura querida por Deus. Fora deste pensamento e da Igreja não haveria salvação. Este pensamento fundamentalista era apoiado pela política, armas e comercio.
Ainda hoje há alguns setores que prolongam o antigo fundamentalismo sob o nome de integrismo, combatendo a Modernidade e suas liberdades.
O fundamentalismo cega a mensagem central do cristianismo que é a vida em abundância.
O fundamentalismo islâmico
O que mais ganhou visibilidade nos meios de comunicação. O islamismo é a síntese superior do cristianismo e judaísmo tendo o Alcorão com a revelação verbal e última dada por Deus ao seu povo.
Existem duas grandes tradições após a morte do Profeta: a dos xiitas e dos sunitas.
Para os xiitas as vezes do Profeta deve ser alguém de sua família. São fiéis ao Alcorão. Os sunitas afirmam que a liderança do islamismo não é hereditária, mas sim eletiva aos que tem capacidade de representar os interesses da tribo e à memória do Profeta. Cerca de 90% dos muçulmanos são sunitas.
Criam um Estado teocrático, impondo o caminho que conduz a Deus.
O fundamentalismo da globalização
Regras impostas por alianças com poderio político e econômico
Um sistema econômico-social é montado mediante injustiça e exploração das pessoas e do planeta que tornar-se-á insustentável a longo prazo.
As investidas do Norte, os mais ricos, sobre os mais fracos deixaram um sentimento de ameaça, fazendo com que se apegassem mais à religião, e utilizando o terrorismo como uma forma de auto defesa.
O fundamentalismo neoliberal e científico-técnico
O neoliberalismo é politicamente democrático e economicamente ditatorial, sendo competitivo e não cooperativo. Sua lógica é a de acumulação de bens e serviços, criando injustiças e destruindo a natureza.
O fundamentalismo científico moderno esta assentado sobre a violência contra a natureza. A tecnociência gerou a autodestruição da vida, podendo por fim à biosfera.
Dois tipos de fundamentalismo político: de Bush e de Bin Laden
Os discursos de Bush e Bin Laden eram igualmente fundamentalistas: a luta do bem contra o mal. Mas o mal de um era o bem do outro.
É característica do fundamentalismo revidar com terror, pois ele busca a vitória da “verdade” e destruir o “mal”. Foi o que Bush e Bin Laden fizeram.
Choque ou diálogo de civilizações?
Huntington acredita que a arrogância ocidental vai provocar uma guerra de civilizações. Já Hans Kung defende a busca pelo diálogo entre religiões e culturas para promover a paz entre as nações, desde que o fundamentalismo religioso seja superado.
A ideia de Kung parece mais provável pois visa evitar o choque de civilizações e criar condições para uma paz perpétua entre as nações.
O que é, afinal, o fundamentalismo?
O fundamentalismo é uma forma de interpretar e viver a doutrina. Representa a atitude daquele que confere caráter absoluto ao seu ponto de vista. A consequência é o desprezo pelo outro, promovendo conflitos religiosos e ideológicos com incontáveis vítimas.
Dos fundamentalistas: Bush e Bin Laden
Os muçulmanos combatem com o fundamentalismo suicidário as investidas do ocidente, pois acreditam que os seus interesses são materialistas e no petróleo.
O fundamentalismo de Bush tem raízes religiosas, acreditando que Deus designou o povo americano para salvar o mundo, e assim agia.
Como conviver com o fundamentalismo?
Ao se derrubar uma verdade fundamentalista as outras são desmistificadas, gerando intolerância.
Os fundamentalistas não possuem a capacidade de sorrir e de ter humor tornando-se irracionais e inacessíveis à argumentação. Levar o diálogo e trazer a realidade para o fundamentalista pode abrir uma brecha para a racionalidade.
São Francisco, patrono do diálogo com os muçulmanos
Em 1216 São Francisco foi ao Papa Inocêncio para convecê-lo de não guerrear com os muçulmanos, pois não era a vontade de Deus uma cruzada.
Ele foi expulso e decidiu sozinho encontrar os muçulmanos. Foi levado até o sultão e tiveram uma conversa fraterna e respeitosa.
O sufi islâmico Rumi, místico da paz e do amor
Rumi é o São Francisco de Assis dos muçulmanos. Ao encontrar-se com Shams de Tabriz sua vida mudou. Esta experiência de união amorosa levou Rumi a produzir uma obra de 40.000 versos.
Terrorismo: a guerra dos fundamentalistas
O terrorismo substitui o diálogo, possui caráter político é e consequência do fundamentalismo. Baseia-se na ocupação das mentes com medo e pavor. Os fortes usam o diálogo e os fracos o terror.
A violência: desafio radical
Os interesses coletivos devem-se sobrepor aos outros mantendo um equilíbrio entre conflito e paz. A raiva, que é comum a todos, deve ser sempre controlada.
Segundo Freud a agressividade surge quando a vida é ameaçada. Para Girard, o desejo provoca conflitos, pois todos querem a mesma coisa. A culpa que sempre é atribuída aos outros faz surgir os denominados bodes espiatórios. O caminho mais curto para se chegar à paz é a educação.
A construção continuada da paz
Os conflitos existirão enquanto não houver igualdade entre os homens; amando a humanidade a paz será construída.
São Francisco de Assis afirma que todos somos irmãos. Para ele o mal deve ser superado pelo bem e a parte sã cura a parte doentia.
Incorporar o espírito de gentileza
Sem o espírito de gentileza provocamos violência. Segundo Pascal (1623-1662) o espírito de gentileza representa a razão cordial e o espírito geométrico representa a razão calculatória.Estas duas razões são importantes hoje em dia, pois não poderíamos viver sem a ética e nem a ciência.
Resgatar a dimensão do coração
Devemos agir racionalmente e eticamente para unir ciência e inteligência emocional por um bem maior. Resgatando nosso coração sentimos em profundidade; esse é o grande desafio.
Precisamos danificar menos o meio em que vivemos.
Que provável futuro nos espera?
Para Arnold Toynbee (1976) uma civilização se mantém e se renova na medida em que consegue equilibrar os desafios com as respostas que se pode dar. Se o número de desafios for maior que o de respostas, a civilização entra em crise e desaparece. Atualmente vivemos isso, pois existem muitos desafios graves
O que nos espera depois desse mundo imperante? Para Jacques Attali existem três cenários: o superimpério, superconflito e superdemocracia. Este último precisa se realizar para que não haja uma autodestruição da humanidade.
Conclusão_ O próximo passo: capital espiritual
Continuarmos com o paradigma atual é muito arriscado, pois usa-se o poder como dominação da natureza e dos seres humanos.
Precisamos passar do capital material para o capital espiritual, pois este não há limites para o bem comum a todos e pode superar a crise atual. Porém esta é uma decisão voluntária.
Podemos escolher, mas, mesmo escolhendo o errado, o certo sempre se mantém presente.Este passo independe de religião, sendo algo próprio de cada pessoa.
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