INFLUÊNCIA DA DICTATURA NO SERVIÇO SOCIAL
Projeto de pesquisa: INFLUÊNCIA DA DICTATURA NO SERVIÇO SOCIAL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lmporto • 3/6/2014 • Projeto de pesquisa • 2.691 Palavras (11 Páginas) • 309 Visualizações
INTRUDUÇÃO
Este trabalho vem analisar a influência da ditatura militar como fatos históricos para o movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil. A fim de trazer um reflexão, sobre rompimento do Serviço Social tradicional e o conservadorismo e a busca por uma metodologia teórica para prática do Serviço Social. A influência da teoria marxista e althusseriana para articulação do Serviço Social. A importância dos Encontros e Seminários que levaram o reconhecimento do Serviço Social como profissão.
A INFLUÊNCIA DA DITADURA NO SERVIÇO SOCIAL
O processo histórico do Serviço Social é influenciado pelas relações sociais e econômicas da nação, levando o Assistente Social a articulação nas questões sociais impostas pelo período histórico. Foi durante Golpe Militar de 1964 que instaurou a ditadura militar no país, que poder ilimitado e absoluto da classe burguesa, constituía a classe dominante no momento, fez com que as classes subalternas que sempre ficaram excluídas dos processos e centros políticos decisórios deixando assim a exclusão da massa no direcionamento da vida social. O Serviço Social passa a contestar a ordem burguesa e vai em busca a uma reformulação e o reconhecimento como profissão.
Surgem então, os movimentos contraditórios como o movimento estudantil, o trabalho da União Nacional dos Estudantes (UNE) ou o Movimento de Educação de Base (MEB) e a extensão do trabalho não só dessas organizações abriram possibilidades para a criação de uma nova política a partir de então. Segundo Netto (2010, p.21), como o novo presidente “espaços significativos do aparelho de Estado foram ocupados por protagonistas comprometidos com a massa do povo e, mesmo enfrentando um legislativo onde predominavam forças conservadoras”, tais protagonista participaram de maneira intensa contra as iniciativas de repreensão institucional.
Neste mesmo período acontece à crise no Serviço Social Tradicional, que tem suas origens vinculadas à doutrina da igreja católica com uma linha tradicional e conservadora, vêem a necessidade de adequação no processo.
No Brasil em 1964 acontece no Nordeste à primeira manifestação grupal de crítica ao Serviço Social tradicional, adotando o processo de conscientização na linha de liberação do oprimido.
No difícil período da ditadura o Brasil segue o exemplo dos países vizinhos, Uruguai, Chile e Argentina, onde já viviam o momento de reconceituação. Em 1965 o Brasil sedia o 1º Seminário Regional Latino Americano do Serviço Social, realizado em Porto Alegre-RS, a refuncionalização do Serviço Social, que passa, a partir daí, a incorporar em suas ações uma atuação mais voltada para as questões técnico-administrativa, saindo do Assistencialismo e entra no processo de renovação profissional, a laicização da formação, abre novas perspectivas que tem como foco a atuação, a constituição do assistente social perante a expansão da demanda do mercado nacional de trabalho.
A ruptura do conservadorismo e a modernização aconteceram, por vários fatores, mas o principal foi à necessidade de atuar diante das problemáticas sociais que surgem no período de industrialização, na prevenção de novos conflitos, os profissionais passaram a promover debates, por isso à necessidade de organização da humanidade profissional em torno do aperfeiçoamento das metodologias.
Os Seminários de Araxá- MG em 1967 e Teresópolis-RJ em 1970 focaram-se ao estudo dos aspectos teóricos e práticos, com o objetivo de alcançar a ciência do Serviço Social. A proposta modernizadora foi discutida nestes seminários, explorando as funções que atribuem à profissão se efetivam em dois níveis: macroatuação e microatuação. A principal representante da perspectiva modernizadora no Serviço Social para Netto foi Lucena Dantas que “ofereceu ao debate uma concepção extremamente articulada da ‘metodologia do Serviço Social’, efetivamente a mais compatível com a perspectiva modernizadora.” (Netto 2010, p.180) Este período denominado por Netto como Processo de Renovação do Serviço Social.
O conjunto de característica novas, que no marco das contrições da autocracia burguesa, O Serviço Social articulou a base do rearranjo de suas tradições e da assunção do contributo de tendência do pensamento social contemporâneo, procurando investir-se como instituição de natureza profissional dotada de legitimação prática, através de resposta a demandas sociais de as sistematização, e de validação teórica, mediante a remissão às teorias e disciplinas sociais. Netto (2010, p.131)
Mesmo o Serviço Social tomando novos rumos e que as discussões buscam a prática profissional uma ruptura com o conservadorismo; é perceptível perceber que não houve muitas mudanças na associação do Serviço Social a uma determinada direção sócio-política que continuava inteiramente vinculada aos interesses e exigências da autocracia burguesa.
A TEORIZAÇÃO
Efetivamente o primeiro projeto para romper o com Serviço Social Tradicional no Brasil acontece no período de 1972 a 1975 através de um grupo de docentes da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais, que desenvolveu o “Método BH” que busca parâmetros para construção de um perfil profissional em pelo menos três dimensões: política, teórica e interventiva. Com uma proposta de aproximação com a tradição marxista. Mas devido o desconhecimento efetivo das categorias constituintes do método marxiano, gerou em “BH”
“(...) uma clara separação – que chega ao nível da excludência - entre as dimensões lógicas e históricas do método, verificando-se uma ‘suspensão’ da dialética do conhecimento, desconectada da história. A categoria trabalho, ontologicamente determinante na obra de Marx, está inteiramente ausente e é desconhecida na análise da prática social e da relação teoria e prática... .Assim as categorias deixam de ‘expressar formas de serem, determinações de existência’, desligando-se do movimento da sociedade que deveriam expressar, passando a serem criações aleatórias do pensamento. Esse deslocamento das dimensões lógicas e históricas fere no ‘coração’ o método marxiano.” (IAMAMOTO, 1999:212)
A principal critica do “Método BH” foram: empirismo, formalismo e o marxismo sem Marx. No final o que se conseguiu foi somente sistematizar o senso comum, não
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