Livro 1984 George Orwell
Por: Matheus Neris • 1/5/2017 • Resenha • 1.464 Palavras (6 Páginas) • 491 Visualizações
A obra 1984 de George Orwell, apesar de se passar no ano de 1984, foi escrita em 1948 e publicada em 1949, trata da descrição de uma sociedade controlada por um partido, personificada pelo “Grande irmão”, e regida pelas regras do “Ingsoc”, uma espécie de doutrina que controlava as ações do ser. O autor via a tecnologia do futuro não muito distante do que o ser humano um dia conseguiria alcançar (não necessariamente no ano que se passa o enredo). O livro traz uma descição muito detalhada de um objeto chamado “Teletela”, utilizado para vigiar e manter sob controle os membros do partido, que eram aqueles que valia a pena se manter um controle sobre, esse dispositivo tinha uma câmera, usada para a vigilância, uma tela e uma saída de som, ambos utilizados para se comunicar com os membros do partido, para passar instruções, dar qualquer tipo de notícias (como as de guerra) e afins.
O falascreve também é um dispositivo da obra que no futuro conseguimos reproduzi-lo, no livro, ele era usado para fazer textos a partir da voz de alguém que ditasse o que escrever. Não é difícil hoje, achar esse tipo de tecnologia em smart phones. O tubo da memória, apesar de não estar ligado as tecnologias computacionais, também é um exemplo de tecnologia futuristica, esse que estava por todos os ministérios, e ligava tudo a um incinerador através de sucção de ar, dando o poder aos seus usuários de destruir em questao de segundos qualquer tipo de documento.
Fazendo uma comparação com a sociedade atual, parece absurda a ideia de todo o seu mundo ser controlado por um único partido, e que a Terra estivesse particionada entre três super potências. Mas não parece tão distante, quando, supomos uma despolitização gradual das classes mais pobres (as proles). Uma sociedade despolitizada pode ser facilmente dominada, e seus dominadores somente cairão, se, como o próprio livro descreve, governarem de maneira a deixar as classes mais baixas descontentes. No livro, a prole, que representam cerca de 85% da população mundial, não representa perigo ao partido, isso porque não são educados o suficiente para se revoltarem, na verdade vivem a beira da mizéria, lhes é dado nada mais do que o suficiente para sobreviver, e os fazem acreditar que aquilo está de bom tamanho, e mais do que isso, que estão muito melhores do que em épocas passadas, e que o governo do grande irmão trás nada além de prosperidade para todos, lhes isolam da história e do resto do mundo, para que não tenham nenhum parâmetro para comparar sua vida atual, e assim se deem por satisfeitos com suas condições de vida. Esse sistema é quase perfeito, torna quase impossível uma revolta das classes inferiores, e que mesmo por serem esmagadora maioria, não percebem que tem o verdadeiro poder nas mãos, os poucos que demonstram insatisfação e potencial perigo ao partido, ou são levados para dentro do partido, ou são mortos e negados a existência.
A forma de dominação exercida pelo partido, vai além de simplesmente dominação física, eles cotrolam absolutamente tudo, desde o que você vai vestir, almoçar e quais exercícios físicos vai fazer durante o dia, até seu pensamento, dizendo a quem deve amar e a quem deve odiar. A maneira como eles estruturaram a sociedade para que o partido seja eterno, apesar de cruel, deve receber os méritos da genialidade, aprenderam com tentativas do passado, e, viram que o poder, para ser eterno, deve ser compartilhado, nada de monarquias ou ditaduras, onde todo o poder ficava na mão de alguma família ou de um governante, eles não se importam com a sucessividade do sangue no poder, mas sim com o mantimento eterno da estrutura política-social, por isso era possível a ascensão de cargos, do partido externo para o interno por exemplo, isso era usado não somente para conter aqueles mais famintos por poder, mas também como uma desculpa para aqueles que se sentiam oprimidos por um regime totalitário, dizendo que nesses tipos de regime não existe ascensão social, o que descaracteriza o partido como sendo uma ditadura. As guerras constantes também são parte importante da estrututura do partido, pois as mesmas tinham a função de manter a mente da população ocupada, e a indústria produzindo constantemente, evitando crises econômicas.
É triste, porém irrefutável, o fato de que o avanço da tecnologia deve muito ao militarismo, e seus propósitos de guerra, a própria internet foi inventada para comunicação entre bases do exército americano durante o período da guerra fria. Fazendo uma comparação com o livro, as tecnologias utilizadas para fins de guerra, eram defasadas, porém não importava, pois a guerra não tinha o objetivo de ser vencida, na verdade, era importante que ela continuasse para manter a indústria girando, porém, no que diz respeito a tecnologias utilizadas para fins de espionagem, o partido estava muito bem servido, existiam teteletas em todos os lugares possíveis, monitorando cada passo de cada membro do partido, e monitorando de uma maneira geral as proles. Com o advento da tecnologia no século XXI, não são raras notícias de casos de espionagem, somos monitorados o tempo todo, todas nossas mensagens, conversas, e-mails, lugares que frequentamos e etc são gravados, esse tipo de informação quando se trata de um membro do baixo escalão não tem
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