Max Weber: Um Toque de Clássicos

Universidade Federal de Goiás

Psicologia – 1° período

Resenha : Max Weber.Um toque de clássicos.

Catalão

2017

O livro começa trazendo uma contextualização, revelando que durante os estudos de Max Weber a Alemanha passava por um conflito da ideologia dominante, o positivismo, ocasionada pelos seus críticos. Foi influenciado por Karl Max, compartilhando do mesmo estudo sobre o capitalismo ocidental e também por Friedrich Nietzsche que afirmava que o que dá valor a uma teoria construída é o sentido que se da a ela, deve haver uma adequação que se relacione a prova dos fatos, e caso não haja, ela se torna inútil. Nesse sentido, apenas ações compreensíveis se tornam objeto de estudo da sociologia.

O autor trás no texto conceitos importantes na perspectiva de weber: para ele a política relaciona-se a convicções e deveres; já a ciência procura explicar o resultado de determinadas atitudes e mesmo sendo racional, possui pressupostos e valores que servem como mapa aos cientistas para selecionarem o que aprofundar, uma vez que um estudo muito abstrato e abrangente se torna superficial e quase que inútil, visto a infinidade de elementos do mundo.

 A visão weberiana acredita em uma ciência social que busca compreensão de eventos e elementos enquanto singulares, absorvendo suas especificidades e significados que tomam, dependendo do ambiente, cultura e tempo que estão inseridos. Trás os quatro tipos de ação social: ação  racional  com  relação  a  fins (determinada  pelo  cálculo  racional que coloca fins e organiza meios necessários para alcançar tais finalidades) ; ação  racional  com  relação  a  valores  (determinada  pela  crença consciente  num  valor  considerado  importante,  independentemente  do   êxito  desse valor na realidade); ação tradicional (determinada por um costume ou um hábito arraigado); ação afetiva (determinada por afetos ou estados sentimentais).

Destaca ainda que, quando escolhe o objeto de estudo, o cientista remonta ao passado para procurar a individualidade histórica formada, para explicar o presente, e criar perspectivas para o futuro. No entanto, como já dito, apenas há sentido em um estudo quando se há compreensão e adequação, ou seja, é necessária uma filtração dentro dos diversos elementos. Logo Weber cria o conceito de tipo ideal, método que compara fenômenos sociais complexos e cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir de características típicas dos fenômenos para determinado cientista. No decorrer do processo é selecionado o que será útil para o estudo e o que é descartável, lembrando que esse modelo não necessita ser real, mas servir de molde para a análise de casos concretos, realmente existentes. Vale ressaltar ainda que o que é visto como importante para um cientista não é necessariamente para outro.

Quando se fala em relação social no estudo de Weber, é a probabilidade de uma conduta social ter seu sentido compartilhado por diversos indivíduos de uma sociedade qualquer. Essas relações podem ser associadas e compreendidas em diversas sociedades, mas também podem ser próprias de algumas relações, transitórias ou duradouras, casuais ou mesmo repetirem-se, do mesmo modo que surge essas relações podem ir desaparecendo conforme perde o significado em determinado tempo, e espaço em uma sociedade.

Na concepção weberiana ainda tem destaque a problemática das diferenças sociais que tem princípios explicativos na dinâmica histórica e no processo formação das esferas coletivas que se passaram nas diversas sociedades. Sociedade nesse contexto possui uma separação de esferas (políticas, religiosa, econômica jurídica, social, cultural) que têm praticas de funcionamentos distintas. Para Weber o sentido da ação social só é dado a partir das consciências individuais das pessoas. Por isso estabeleceu um conceito relativo ao plano coletivo, que seriam as classes, estamentos ou grupos de status e partidos.